22/11/2014

Lisboa de Rastos II

Do Cais do Sodré a Santos não há uma parede livre de tags e de sujidade. Toda a zona é a prova cabal da falência deste tipo de gestão camarária. Contratam-se de forma aleatória e descontínua, empresas que têm à sua frente um trabalho ciclópico. Por todo o lado a imagem de Lisboa é confrangedora. Penalizar este crime não está na ordem do dia. Somos uma sociedade libertina. cada um faz o que quer e chama arte ao que não é mais do que boçalidade, selvajaria e ignorância. Parede da igreja do Corpo Santo.


Largo de São Paulo onde o fundo imobiliário Sete Colinas tem interesses e onde a CML quer ver instalar-se uma espécie de zona de bares-galerias-zen-altenativas às quais, evidentemente, não traz qualquer problema a vandalização de paredes, portas, janelas. Grande parte desta "arte" é potenciada pela forma insana de viver e promover a noite em Lisboa.

Uma original assinatura num dos tanques em pedra lioz do chafariz do Largo de São Paulo, MN.

Mais umas originalidades nas paredes da Igreja de São Paulo.

Não há uma porta, um vão de escada, um beco, uma rua, livre desta praga urbana. Imagine-se, para além desta degradação do património, a sujidade omnipresente das ruas, os milhares de copos de plástico, de garrafas, de pacotes e teremos, o quadro real e triste de uma das zonas mais emblemáticas de Lisboa: o eixo São Paulo-Rua da Boavista.

Furto de metais. Portas da Igreja de São Paulo

Já nem as memórias manuelinas escapam à voracidade de uma contemporaneidade tão falsa como pretensiosa. Nicho com baldaquino. Entrada do bairro da Bica.


Portas daquele que seria o palácio dos marqueses de Sampaio. Rua de São Paulo

Exemplar notável de casa azulejada. Está assim há anos. As portas são a tela para vários tags. Lisboa no seu amor irreprimível pela forma mais repugnante de destruição patrimonial

Estas arcadas, para além de servir de pano de fundo aos tags e ao submundo do vandalismo, servem, ainda de casa de banho nocturna às hostes que acham que sair à noite é deixar em casa qualquer noção de civismo e de respeito. De alto a baixo, Lisboa é hoje uma cidade conspurcada. Rua de São Paulo


Rua das Gaivotas, estas não trariam, decerto "o céu de Lisboa".

Casa incendiada no largo do Conde-Barão.

Outra casa incendiada e abandonada na Rua da Boavista

Nesta fotografia, está tudo o que tem sido promovido em Lisboa nos últimos tempos, mau urbanismo, tags e sujidade, abandono do edificado, cerveja para as noites. Rua da Boavista


2 comentários:

J A disse...

Parto do principio que todos estes pintores e demais artistas serão na sua maioria gente entre os 15-30 anos de idade ?? Portanto nascidos entre os princípios de 80 - década de 90 ?
Então o que é que esta rapaziada (em particular os que nunca viajaram), aprendeu em termos de civismo desde que veio ao mundo ?

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Nada. Os senhores autarcas também nada aprenderam e por isso nada decidem que valha a pena.