(Rui Gaudêncio, Público)
Tenho acompanhado a polémica dos
tuk-tuks em Lisboa com um
sorriso no canto da boca. O debate chegou à AML, que avançou
com várias propostas para o executivo. Pedem-se regulamentos,
fixação de horários, de percursos e de um limite máximo para o número
deles, e até que os restantes lisboetas paguem (vulgo "incentivos
fiscais") para que passem a ser eléctricos.
Quais são afinal as queixas? Poluição
sonora, poluição atmosférica, estacionamento caótico, congestionamento,
destruição de calçadas, atentado à privacidade nos bairros históricos; todas queixas válidas, nenhuma delas exclusiva aos tuk-tuks. O
enorme número de automóveis na cidade de Lisboa causa isto tudo e mais.
Ajudado por muitas das motas na poluição sonora, o automóvel consegue
um impacto bem mais forte (a destruição das calçadas é o exemplo mais
ridículo, basta olhar para a foto para perceber a diferença), só que...
esses já cá estavam. E são quem manda na cidade.
As soluções que são propostas pela AML espelham bem isto. Repare-se que aplicar as leis já existentes seria suficiente para reduzir estes impactos negativos,
disciplinar os tuk-tuks e conter a sua proliferação. Se um tuk-tuk for
efectivamente proibido de estacionar ilegalmente, dificilmente poderá a
continuar a funcionar como funciona hoje. Mas aplicar as leis já
existentes (ruído, estacionamento, restrições ao trânsito) também seria
chato para... (sim adivinharam) para o automóvel. Os novos regulamentos
são uma maneira de contornar isso, tratando como diferentes, incómodos
que são bem semelhantes.
7 comentários:
E depois dá-se que os condutores de tuk-tuks passam sempre recibos dos valiosos serviços que prestam, não há direito a uma perseguição como esta.
Os tuk-tuks estão a sevrir de bode-expiatório para a crónica falta de visão e de lógica da AML e da CML.
Gosto dos tuk-tuks mas estão completamente "on the loose" :-)
Até que enfim que surge algo neste blog sobre os tuk-tuk, com pés e cabeça.
Bravo.
Condutores dos tuk tuk a maioria indianos, são agressivos não respeitam nada nem ninguém. Moro na zona Castelo alfama não passam recibos. Quando termina este nosso viver fomos invadidos? Já chega não
Bom blog
Enviar um comentário