08/08/2008

Avenida, noves fora ... nada (1)


Avenida da Liberdade, Nº 247

Do 1º quarteirão do lado direito, para quem desce do Marquês, este é o único prédio que resta de um outro tempo. Até quando? Até ao dia em que as obtusas 'lei' do alinhamento de cérceas e de 'harmonização de fachadas' o sentenciem. Em apreciação na CML está, como não podia deixar de estar, um pedido de construção nova (Proc. 1376/EDI/2006):

2 comentários:

Anónimo disse...

...mas o sr rui tavares já fez o favor de nos informar que o caos e a corrupção na cml terminaram radicalmente

daniel costa-lourenço disse...

A Avenida da Liberdade é o exemplo acabado como a especulação pode acabar com os tesouros de lisboa, a pretexto da modernidade.

Não ha mais cidade europeia em que a sua principal avenida histórica tenha sido rapinada com construção nova.Isso fica para as avenidas mais limitrofes. Veja-se o Passeig de Gracia em Barcelona ou a Gran via ou a Castellana em Madrid.

Na Avenida da Liberdade já são poucos os prédios de valor arquitectónico e representativos dos Sec XIX e anteriores, sendo poucos os edificios do sec XX com valor.

Os anteriores estão quase todos em ruínas á espera de demolição.

É uma desilusão para quem vem á procura de uma certa ideia de avenida, de glamour, de comércio de alta qualidade, de boulevard europeia.

Ainda assim, ardem prédios devolutos, deixam-se cair fachadas e continuam a construir prédios novos medicocres.

Assim se tem feito em toda a Lisboa, desde as Avenidas Novas até, agora, aos bairros históricos.

O que diferenciava Lisboa dae qualquer outra cidade do mundo, aos poucos vai desaparecendo...

Ao invés de a construção nova se situar em espaços vazios, engole o que deveria ser preservado, com o beneplácito de quem deveria proteger: A CML.

A cidade dependente de fundos da construção mata a futura sobrevivência. A clássica história da galinha dos ovos de ouro.

Para quem decide acaba por ser indiferente, pois apenas por lá fica uns anitos e, depois, ninguém se lembra.

Volto a dizer que deveria ser erguido um monumento aos "detsruidores da cidade", em homenagem aos executivos camarários, à semelhança da estátua na praça 25 de Abril aos "construtores da cidade".

Numa cidade dormente como Lisboa, em que o que se safa é de iniciativa privada, os poderes públicos são o retrato do pior que este país pode produzir.

Entristece-me e enoja-me.