18/11/2009

Especialista do patriarcado acha que igreja de Troufa Real para o Restelo dá muito nas vistas

In Público (18/11/2009)
Por Ana Henriques

«"Uma igreja dos nossos dias deve ser mais discreta", diz o responsável do patriarcado pelas novas igrejas

A igreja em forma de barco que Troufa Real desenhou para o Alto do Restelo, e cuja construção começou ontem, "dá muito nas vistas", admite o arquitecto que preside ao departamento do patriarcado encarregado de dar parecer sobre os novos templos.

"É um edifício que se impõe. Uma igreja dos nossos dias deve ser mais discreta", observa Diogo Lino Pimentel, director do secretariado das novas igrejas do patriarcado. Mas, segundo o mesmo responsável, já não há nada a fazer, uma vez que a decisão de permitir a sua construção foi há muito tomada pela hierarquia eclesiástica. O edifício tem sido alvo de al-guma contestação, quer por causa da sua forma, quer por causa da paleta de cores prevista para as fachadas e paredes - dourado, vermelho, cor de laranja e verde. O projecto inclui uma torre de cem metros de altura, em forma de minarete.

Diogo Lino Pimentel recorda-se que quando o secretariado das novas igrejas foi chamado a pronunciar-se sobre o projecto, em 2001, emitiu um parecer que abordava a questão por dois prismas: "O da liberdade criativa do arquitecto e, por outro lado, a questão de saber se aquele projecto era aceitável em termos pastorais, da imagem que a igreja quer dar de si própria". Foi em relação a este segundo aspecto que o arquitecto levantou algumas questões. "Mas esta reflexão que propus acabou por nunca ser feita", relata. O tempo foi passando e o projecto acabou por ser aprovado pelo patriarcado, apesar das objecções levantadas.

O assunto também não é pacífico entre os paroquianos do Restelo. "Estou farta de dizer ao prior que não gosto da igreja", diz um deles. Outra paroquiana que se tem empenhado na obra admite que ela "tem umas coisas mais bonitas que outras".

"Mas quem gosta, gosta. Quem não gosta come menos", observa.»

2 comentários:

Anónimo disse...

Atendendo à conclusão da última linha do texto, não resisto a publicar de novo o comentário que já havia feito em post anterior:

"Isto não é vanguardista, nem é novidade, nem tem qualquer referência a seja lá ele o que for, que venha a ter qualidade.
Seria bom, talvez, como bolo de aniversário para um catraio de dois anitos!
Enfim, como a única coisa que este tipo de projectos pretende, é ser polémico, por tal nunca se devia valorizar, e FICAR MESMO APENAS PELO PROJECTO!

Será que a falta de juízo de algumas pessoas desta época, vai levar à obra esta peça???

RIDÍCULO é isso, quem aprova e quem faz a obra. E não propriamente o projecto do "bolo", que nem sequer devia ter comentários, e ser apenas "comido".
Quanto ao autor, à sua boa maneira, está a ser polémico: objectivo conseguido, e deve ser aplaudido.

E que tal a opinião da Ordem dos Arquitectos sobre tudo isto?"

disse...

Há um dado curioso acerca da aprovação desta igreja, que eu não tenho possibilidades de aprofundar, por isso deixo o mote para quem tenha:

O terreno original não era o actual, era do outro lado da rotunda, muito maior.

A aprovação deu-se após a permuta de terrenos.

Entre quem? Não sei, mas acho que é aí que está a resposta para a aprovação deste Adamastor.