28/11/2010

Passageiros sem bilhetes custam 21 milhões às transportadoras

Andar de transporte público sem pagar poderá ser mais habitual em 2011, temem as principais empresas do sector. Segundo contas do SOL baseadas em informação prestada pelas empresas, Metro de Lisboa, Carris, CP e STCP deverão perder este ano cerca de 21,2 milhões de euros, graças aos passageiros que usam o transporte público sem pagarem a tarifa.

O aumento do desemprego e as crescentes dificuldades económicas são os principais motivos a potenciar a fraude no próximo ano. «As dificuldades económicas podem levar as pessoas a não efectuarem os pagamentos obrigatórios», admite José Maia, director de Operações da Carris. A taxa de fraude média na empresa lisboeta ronda 3% e, para prevenir o seu agravamento, a Carris vai avançar com uma nova campanha de sensibilização junto dos clientes.

«Eventualmente vamos reforçar a equipa de fiscalização. Os valores de incumprimentos não são dramáticos, mas não deixam de nos preocupar», diz. A Carris fiscaliza 100 mil a 150 mil passageiros/ano, abrindo 1.660 autos de infracção mensais. Na STCP, que gere os autocarros no Porto, o clima é igualmente de apreensão, até porque a taxa de autos emitidos (multas passadas) «aumentou este ano, face a 2008 e 2009, para mais do dobro», segundo fonte oficial da operadora. A taxa de fraude ronda 3% a 5. O reforço da fiscalização é, por isso, «uma das medidas a ter em conta».

Fertagus pode fechar estações abertas

Também na Fertagus, responsável pelo comboio da ponte 25 de Abril, tem subido o incumprimento: desde 2007 até 2010, a taxa de fraude mais do que duplicou, fixando-se em 1,59%. «Estamos a estudar o fecho integral das estações abertas, criando alternativas para as necessidades existentes e permitindo que todos os utilizadores do comboio sejam controlados», explica a administradora-delegada, Cristina Dourado.

A adopção desta medida, que implica investimento na bilhética sem contacto, tem permitido à CP reduzir a incidência da fraude tanto em Lisboa como no Porto. Na linha de Sintra, onde o problema tem maior incidência, o incumprimento caiu de 6% em 2009 para 5% já em 2010. Nas restantes linhas de Lisboa, caiu para metade (de 4% para 2%), e no Porto ronda 4%-5%, «mas a tendência é de decréscimo».

«Para 2011 estão previstas acções que reforçam as medidas já adoptadas no sentido de dar continuidade ao combate à fraude, nomeadamente a intensificação das brigadas de fiscalização e a implementação de canais de acesso em mais 11 estações», avança fonte oficial da empresa pública.

A empresa que mais perde com a fraude, o Metropolitano de Lisboa -11,5 milhões de euros em 2009 - não vai reduzir as equipas de fiscalização, apesar dos cortes de 15% exigidos pelo Governo. O combate à fraude, que se tem mantido estável nos 4%, é uma das preocupações da empresa.

O SOL tentou obter respostas junto do Metro do Porto, mas não foi possível obter essa informação em tempo útil.

In SOL

2 comentários:

Bruno Soares disse...

A Cp não parece muito preocupada com esse problema, pois na estação da Cruz Quebrada e na estação de Santo Amaro as maquinas de venda de bilhetes estão avariadas a mais de 5 meses, e as bilheteiras estão sempre fechadas...

Fonte:http://anossaterrinha.blogspot.com/2010/11/utentes-da-cp-sem-possibilidade-de.html

Xico205 disse...

Nesse caso o fiscal vende os bilhetes a quem entre nessas estações.


Se fôr verdade essas percentagens, então os passageiros clandestinos tiveram uma diminuição abrupta. Ainda não há muito tempo a taxa de ilegalidade nas viagens andava pelos 10%.