24/11/2010

Requalificação da Ribeira das Naus em Lisboa custa dez milhões



24.11.2010 - 14:04 Por Inês Boaventura (in Público)

O projecto de requalificação do espaço público da Ribeira das Naus, em Lisboa, vai custar dez milhões de euros e segundo o presidente da sociedade Frente Tejo, Biencard Cruz, “demorará pelo menos um ano” a ser concretizado.
Imagem virtual do projecto (DR)

A obra, que pretende criar um novo espaço de usufruto público entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, envolve uma empreitada para o avanço da margem do Tejo e uma outra para a realização dos trabalhos em terra. De acordo com Biencard Cruz, o concurso público para a primeira deverá ser lançado “ainda este ano”.

Nesta quarta-feira de manhã foi assinado um protocolo entre a Câmara de Lisboa, a Marinha e a Sociedade Frente Tejo, definindo os termos da intervenção de requalificação da Ribeira das Naus. Na ocasião o presidente da autarquia, António Costa, destacou que com o projecto para esta área a cidade vai ganhar não só um jardim, mas também um espaço que “permite revelar e trazer para os dias de hoje a história da cidade”.

Isto porque a intervenção projectada pelos arquitectos João Gomes da Silva e João Nunes contempla a criação de dois prismas relvados que evocam as rampas varadouro outrora utilizadas pelas embarcações e o desaterro da Doca da Caldeirinha. Esta estrutura encher-se-á de água e a ligação ao Terreiro do Paço será feita através de uma ponte.

Já o chefe do Estado-Maior da Armada sublinhou que o protocolo hoje assinado resulta de “um encontro de vontades entre a autarquia, a junta de freguesia, o Estado e a Marinha”. Ainda assim o almirante Melo Gomes admitiu que “não foi fácil” conjugar “os interesses da segurança militar e da beleza arquitectónica”.

Segundo o presidente da Frente Tejo, esta intervenção vai custar dez milhões de euros, dos quais 3,5 milhões vão ser financiados por fundos comunitários. Quanto ao valor restante, Biencard Cruz adiantou que “a grande maioria” será paga pela sociedade que representa, ficando uma pequena parcela a cargo da Câmara de Lisboa.

4 comentários:

Anónimo disse...

Com vossa licença e a avaliar pelos cartapácios que por lá se vêem, não se trata de uma requalificação, mas sim de uma rematada idiotice.

Levar as águas do Tejo mesmo até ao edifício da Marinha não lembrava ao careca e é de todo supérfluo...

Anónimo disse...

eu já vi o tejo galgar a ribeira das naus e a água chegar ao torreão poente. espero que quem projectou e vai construir a obra se lembre disso também....

mas no papel está bonito...

Anónimo disse...

ESCANDALOSO será que ouviram falar da crise? Existem situações mais prementes, e gastar este dinheiro é absolutamente revoltante.
Os principios do projecto são de um pastiche inacreditável, são de profundo mau gosto e os milhões necessários um absurdo.
Fazer umas rampas que vão esconder a fachada dos edificios é de loucos.

Anónimo disse...

Com que direito o Almirante Melo Gomes opina sobre os interesses da beleza arquitectónica?
Mas com que direito? Já chega?
Este projecto é um atentado, aliás são dois atentados: O primeiro um atentado contra a identidade cultural e patrimonial da Cidade de Lisboa. O segundo contra os lisboetas que vivem em condições de vida precárias e de habitabilidade ao gastar 10 milhões de euros!!!!!
Estes projectos em nada contribuem para a recuperação e renovação da baixa pombalina.
(Porque não há liberdade este post tem que ser anónimo. Por enquanto!)