"Votámos muito contra", sintetizou Ruben de Carvalho, do PCP, no final da reunião camarária, que tinha um único ponto na agenda, mas que, ainda assim, se prolongou por cerca de cinco horas. O autarca acusa a maioria de ter conduzido este processo com "pressa", acrescentando que "faria muito mais sentido" aguardar pela concretização da reorganização administrativa também em discussão.
O vereador comunista acredita que por trás das mudanças aprovadas, com os votos a favor da maioria, a abstenção do PSD e os votos contra do PCP e do CDS, estão "objectivos políticos muito claros". Desde logo porque esta reorganização, alertou, "altera completamente o relacionamento entre a câmara e as juntas de freguesia" e promove "um esvaziamento de parte das funções da câmara na relação com os munícipes".
"Esta reestruturação é uma oportunidade perdida e torna-se por isso uma desilusão", defendeu por sua vez o vereador do CDS, lamentando que a nova orgânica se traduza em várias "duplicações". Como exemplo, António Monteiro apontou o facto de continuar a existir uma Direcção Municipal de Cultura apesar de as suas actividades serem "esvaziadas" para a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.
O vereador afirmou que essa e pelo menos duas outras direcções (a de Protecção Civil e a de Habitação) deviam ser extintas, juntamente com outros departamentos e divisões que têm "um programa político, não uma distribuição de competências". Monteiro foi particularmente crítico da nova Divisão de Cidadania e Inovação Social, que disse ter "uma natureza esquerdófila injustificável".
Também Victor Gonçalves, do PSD, criticou as "duplicações" não explicadas pela maioria e antevê problemas no relacionamento entre as cinco novas unidades de intervenção territorial e as juntas. João Navega, eleito pelo mesmo partido, manifestou-se preocupado em saber se esta reestruturação vai ou não traduzir-se num acréscimo de custos para a câmara
In Público
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