Queda registou-se por volta das 6h00
Lisboa: parte do prédio da Avenida 5 de Outubro ruiu 24.11.2010 - 09:52 Por Helena Geraldes, Luciano Alvarez, Marisa Soares (in Público)
Parte do prédio número 275 na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, ruiu esta manhã, por volta das 6h00, confirmou ao PÚBLICO o sub-chefe principal Marques, dos Bombeiros Sapadores de Lisboa e a assessora de imprensa do Governo Civil de Lisboa.
O prédio fica na Avenida 5 de Outubro, perto da antiga Feira PopularJoana Bourgard
O edifício estava em colapso e na segunda-feira de manhã duas famílias tiveram de abandonar o edifício. Hoje, por volta das 6h00, começou por cair a fachada que ainda restava no prédio em obras e a estrutura metálica que sustentava a parede do edifício em ruína. Cerca das 09h00, a parte esquerda do 275 ruiu totalmente. Uma viatura dos Bombeiros Sapadores de Lisboa está no local por motivos de segurança.
Emília Castela, chefe da divisão de Planeamento e Operações da Protecção Civil, acredita que durante o dia ainda deverão cair outras partes, "nomeadamente o resto da empena do prédio em obras e alguma parte da estrutura do 275".
Ao lado do prédio em obras, o edifício onde funciona a residência de estudantes da Universidade Lusófona não sofreu alterações com a derrocada. "Não houve alterações nos testemunhos, mas vamos continuar a monitorizar, até porque a chuva pode provocar infiltrações", disse a responsável. Nos próximos dias, vão começar os trabalhos de remoção e sustentação de algumas zonas. A área vai continuar interdita, pelo menos, durante um mês.
Uma derrocada prevista há meses
Teresa Pereira, moradora há 21 anos num prédio vizinho, saiu à rua esta manhã para ver aquilo que só tinha ouvido durante a noite. "Por volta das 06h00 ouvi um barulho enorme e senti muito, muito pó", contou ao PÚBLICO. Bem perto do seu prédio de cinco andares, um monte de entulho tinha resvalado para a rua, cortada ao trânsito, depois do edifício em causa ter parcialmente ruído.
"Mas há mais prédios assim nesta rua e é uma pena que só se olhe para este. A câmara não quer saber", desabafou, depois de vários meses à espera que a derrocada acontecesse. Na verdade, já em Março, o prédio contíguo ao número 275 (que estava agora em obras), tinha ruído.
"Foram deixando os prédios desta rua degradar-se a tal ponto que já não havia nada a fazer", contou Paula Mesquita, de uma perfumaria algumas portas abaixo. "O negócio está a ser prejudicado, com uma rua de trânsito cortado, onde as pessoas não podem passar e nem têm possibilidades de estacionar", lamentou ao PÚBLICO.
Paula Mesquita lembrou que em situação pior estará o dono do restaurante mesmo ao lado do prédio que ruiu parcialmente esta madrugada. "O senhor fez obras há tão pouco tempo e agora foi obrigado a encerrar o estabelecimento. É uma situação muito triste para ele e para todos os seus empregados que agora não podem trabalhar", referiu. Nesta situação, estão 14 trabalhadores, aos quais se juntam três funcionários da farmácia que funciona no rés-do-chão do número 283.
Agora, a decisão do que fazer às partes do edificio vai depender de várias entidas, como a Câmara de Lisboa, seguradoras e proprietário do prédio, segundo referiu ao PÚBLICO o sub-chefe Marques.
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3 comentários:
Essa dona Emídia Castelo é uma experta.
Vejam só o que vinha na notícia de há dias sobre este assunto: "Sublinhando que não é possível prever de forma fiável se existe um risco iminente de derrocada, Emília Castela explicou que por vezes os prédios estabilizam sem receber obras."
"a camara não quer saber"?
Uma pergunta: quanto é que estes inquilinos contribuiam mensalmente? Querer saber e viver à custa dos outros é fácil.
O que significa "experta"? Será que queria escrever "perita"? Porque é que os portugueses escrevem e falam tão mal português?
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