14/01/2011

Costa aceita condições do PSD para orçamento

In Público (14/1/2011)
Por Ana Henriques e Inês Boaventura

«O negócio com a EPAL foi retirado da proposta para 2011 e a participação da autarquia de Lisboa no fundo imobiliário baixou para menos de metade


O grupo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) prepara-se para viabilizar o orçamento para 2011, depois de o presidente da Câmara de Lisboa ter ontem aceite praticamente todas as condições impostas pelos sociais-democratas. Os termos do acordo foram divulgados já ao final da tarde, o que leva os vereadores do PCP e do CDS a questionar se estarão reunidas as condições para discutir o assunto na reunião extraordinária convocada para hoje.

Segundo o líder da bancada municipal do PSD - a força política que mais deputados tem na AML -, as negociações permitiram alcançar as "condições mínimas" para que o orçamento não fosse chumbado. Questionado sobre se encarava o acordo firmado como uma vitória, António Prôa afirmou ao PÚBLICO: "Não quero ser efusivo, porque não achamos que este tenha passado a ser um bom orçamento, mas conseguimos moderar alguns aspectos."

Entre as conquistas do PSD está a retirada da proposta da operação da venda da rede de saneamento da cidade à EPAL, no valor de 100 milhões de euros. "Conseguimos conter alguma imprudência mas nada ficou comprometido", diz António Prôa, frisando que o seu partido conseguirá assim ter "uma maior influência no rumo do negócio", caso se concretize. A criação de um fundo de emergência social (1,5 milhões de euros) e de um programa de emparedamento de prédios devolutos (com dotação de 350 mil euros), duas propostas da bancada do PSD na AML, foram incorporadas na proposta de orçamento, tal como o aumento em 850 mil euros das verbas a transferir para as juntas de freguesia. »

3 comentários:

Luís Alexandre disse...

Na minha opinião, a verdadeira motivação do PSD nestes 2 negócios previstos nas GOP (venda da rede de saneamento à EPAL e Fundo Imobiliário), será a de não permitir que a CML baixe o seu endividamento para que o seu executivo não possa retirar dividendos políticos.
É a (i)lógica política a subverter a lógica das coisas e por isso é que o país está como está.

Anónimo disse...

Não me parece que possa concordar consigo, Luis Alexandre. Mas indepedentemente das motivações que levaram a que o PSD tenha inviabilizado a venda da rede de saneamento, ainda bem que não o foi feito. Há coisas que devem ser públicas e do próprio município. Não nos esqueçamos que a EPAL pertence ao grupo Águas de Portugal que já se fala em ser privatizado.

Luís Alexandre disse...

Não pretendo angariar apoios :)
Escrevi com um mínimo de conhecimento de causa e, contráriamente a outros negócios ruinosos, este tem cabimento e representa um bom negócio para a CML e para os munícipes.