26/01/2011

Exumações de volta a Carnide

Uma década depois de detectar dificuldades na decomposição de corpos no cemitério de Carnide, a Câmara de Lisboa diz que a solução foi "implementada e concluída" e que actualmente são efetuadas 90 % das exumações marcadas.

Em 2001, as primeiras exumações no cemitério-jardim (o primeiro do género na cidade, inaugurado em 1996) revelaram que os cadáveres não estavam em condições de ser levantados, devido "sobretudo à presença de água no solo", segundo a autarquia.

Pouco depois, o espaço deixou de ter a função de sepultamento, salvo em raras excepções, como no funeral da escritora Sophia de Mello Breyner.

Questionada pela Lusa sobre a actual situação, a divisão de gestão cemiterial explicou que, quando o município identificou a causa do atraso na decomposição, reduziu a rega das secções de enterro, o que levou à diminuição da humidade dos terrenos.

Mudança sem custos

A decomposição dos cadáveres exige humidade e arejamento dos solos, mas quando há arejamento sem humidade o corpo fica mumificado e quando há água e pouco arejamento o processo é mais lento.

De acordo com os serviços, "a mudança de procedim
entos foi implementada e concluída sem custos" e actualmente estão a ser enviados avisos aos familiares dos falecidos sepultados em 1996, para marcação da exumação.

A autarquia adiantou que o encerramento do espaço nunca foi ponderado e que o cemitério disponibilizou vários serviços ao longo deste tempo, inclusive inumação em compartimentos de ossários municipais, compartimentos de jazigos municipais e sepulturas perpétuas.

"Logo que se consiga disponibilizar mais terreno com as exumações, entretanto realizadas, poderá reiniciar-se a inumação temporária", informou a divisão responsável, adiantando que serão construídos compartimentos de decomposição aeróbia que permitem o enterro tradicional (temporário) "com um menor período de redução a ossada".

Existem também projectos para "melhorar o desempenho da primeira fase do cemitério" e para avançar com uma segunda fase.

Em 2008, o vereador José Sá Fernandes, disse que o desenvolvimento do cemitério incluía a construção de um forno crematório e salas para velórios e o seguimento das recomendações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que estudou o problema do solo naquela área.

In JN

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