03/04/2012

Basílica da Estrela está a meter água ....

Onde é que eu já ouvi isto ? ... Hummm ....Cónegos , Patriarcado , Monumento Nacional,  Direcção Regional de Cultura de Lisboa ...
Ah ...! Já sei !! 
Foi na Sé ... e na famosa história do Portal Lateral ...
António Sérgio Rosa de Carvalho


por Joana Ferreira da Costa in Sol online. 3 de Abril, 2012.
A cúpula da Basílica da Estrela está deteriorada e precisa de obras urgentes. Uma infiltração, que se arrasta há anos, deixa cair a água sobre o altar. Mas a falta de chuva está a impedir as reparações do Monumento Nacional, argumenta a Direcção Regional de Cultura de Lisboa. O organismo exige ver, no local, os efeitos das tempestades no topo do monumento barroco e neoclássico. E, com o país em seca extrema, os técnicos do Estado ainda não conseguiram dar luz verde à intervenção.
O problema foi detectado há vários anos e a anterior campanha de obras – que arrancou em 2000 – não o resolveu. Sempre que chove e há vento forte,  uma torrente de água escorre pela cúpula e cai no interior da Basílica. «O problema é antigo, mas só demos por ele quando o altar passou a estar colocado mesmo por baixo da cúpula: quando chovia ficava tudo molhado», contou ao SOL o cónego Miguel Ponces de Carvalho, o anterior pároco da Estrela, que alertou para o problema.

O cónego chegou a reunir com arquitectos e técnicos do Estado para resolver a situação. É que apesar da basílica ser património do Patriarcado de Lisboa – que é responsável pela sua conservação – é também um Monumento Nacional e todas as intervenções e reparações no edifício têm de ser aprovadas pelo IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico).

Obra de 30 mil euros

O padre deixou o cargo em Outubro do ano passado, um mês depois de uma primeira visita dos técnicos da Direcção Regional da Cultura para tentarem confirmar a origem do problema. O SOL tentou contactar, sem êxito o novo pároco, que tem agora o caso nas mãos.

Mas apesar de existirem pareceres de arquitectos determinando a zona da intervenção, ainda não foi possível confirmá-lo no terreno. «Não está identificado ainda o local através do qual ocorrem as infiltrações», disse ao SOL o director regional da Cultura, João Soalheiro. «A verificação exacta dos pontos de entrada de água tem sido muito dificultada pela necessidade de, em simultâneo, se garantir a acessibilidade [à cúpula], o estado de chuva e a presença de técnicos». Por isso, apesar das sucessivas visitas técnicas, nada avançou.

Segundo a Direcção Regional uma das hipóteses é que a água entre na Basílica através da cúpula que fecha o lanternim, provavelmente pelos respectivos óculos. Mas comprovar essa possibilidade tem «custos elevadíssimos» porque só é possível através da colocação de andaimes. A Direcção Regional da Cultura, optou por isso, por esgotar primeiro outras hipóteses de entrada de água, o que só é possível quando estiver a chover, garante João Soalheiro. «A chuva não tem sido, infelizmente, regra nos últimos meses», diz.

Certo é que, sem a avaliação da Direcção Regional de Cultura, o processo de reparação da cúpula da Basílica não chegará ao IGESPAR para aprovação.

Entretanto, a infiltração continua a deteriorar a cobertura. O gabinete de arquitectos responsável pela averiguação do problema lamenta a falta de actuação. «A basílica é um Monumento Nacional que continua a deteriorar-se porque a situação não é resolvida», alerta ao SOL Rui Pinto Gonçalves, do gabinete de Arquitectos RRJ. «A infiltração tem origem na cúpula e já foi apresentada uma solução de reparação com um custo de cerca de 30 mil euros», explica, lamentando: «Mas o Estado insiste que tem de ver, no local, a infiltração a acontecer. Sem isso a reparação não pode avançar».

  joana.f.costa@sol.pt


1 comentário:

Anónimo disse...

Tem lógica. Queremos ver onde chove. Se fosse o tecto a caír, tinha de se esperar que caísse em cima de alguém para ver em que sítio é que tinha de ser reparado. E temos de ser "nós". Os engenheiros, arquitectos, enfim, os técnicos não chegam. Temos de ser nós, os burocratas da treta, a ver, senão não se faz.