A Câmara Municipal de Lisboa eliminou, quarta-feira, da versão final das alterações aos planos de urbanização dos bairros históricos da cidade, uma cláusula que permitia a demolição de um edifício desde que este fosse considerado “de manutenção inconveniente por motivo de ruina parcial”.
A alteração foi defendida pela vereadora do PSD, Mafalda Magalhães de Barros, que se declarou “muito contente por ter sido eliminada uma alínea que permitia demolições em série”.
A composição da estrutura consultiva anexa ao PDM – a ser ouvida em casos envolvendo demolições, entre outros –, até agora formada exclusivamente por funcionários camarários, poderá mudar, passando a integrar personalidades autónomas de reconhecido mérito.
Esta mudança, também proposta pelo PSD, foi aceite pelo executivo camarário na reunião de dia 27, onde foram aprovadas – com votos contra do PCP e abstenção do CDS/PP – as alterações dos planos de urbanização dos núcleos históricos do Alto do Lumiar, Alfama e Colina do Castelo, Bairro Alto e Bica, Madragoa e Mouraria.
Aprovados também foram os anexos com que o PSD – através do vereador Vitor Gonçalves – pretendeu “beneficiar” a proposta de criação do Centro de Artes da Fundação EDP na zona ribeirinha, junto ao Museu da Electricidade: a recuperação de um pontão de atracagem para embarcações de pequeno e médio porte, permitindo realizar percursos no rio a partir do terminal de Santa Apolónia ou do Terreiro do Paço, a criação de um novo espaço de apoio à prática de actividades náuticas no Tejo, a realização de iniciativas em escolas do concelho de Lisboa para atrair jovens para a prática da vela e a realização de um evento anual de vela no rio Tejo.
A proposta de criação do Centro de Artes da Fundação EDP, perto do Centro Cultural de Belém, foi, tal como O Corvo noticiou, alvo de alguma contestação na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), acentuada pelo facto de o presidente da EDP, António Mexia, ter enviado àquele organismo uma carta que foi considerada uma forma de pressão para fazer avançar o projecto.
A proposta de criação do Centro de Artes da Fundação EDP, subscrita pelo vereador Manuel Salgado, deverá agora ser reenviada para ratificação à AML.
Texto:Isabel Braga Foto: Francisco Neves
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4 comentários:
O que está por detrás da abolição da cláusula?
Havendo alguma ruína, a intenção do PSD é preservar o edifício, ou haverá forma de contornar o PDM e vir a construir um edifício novo, já com outra volumetria?
O que a Vereadora esclareceu?
E o que explicou a CDU com o seu voto?
O Blogue deve detalhar melhor as posições se perceber toda a questão.
Por favor parem essa trampa. Qual é a parte que não percebem? Veja artigo no " apodrecetuga" sobre esta bosta criminosa, procurem algures para o mês de Abril.
Povo infeliz, deslumbrado e parolo, que não percebe o essencial... Se aquele monsro for para a frente quem o tiver permitido ficará com karma terrível, pois é demasiado criminoso todo o processo ... Coitada da Lisboa, coitada da EDP que está falídissima e anda nestes fingimentos, coitada da Ajuda que perderá ambientalmente, enfim, é difícil fazer pior. Estas destruições maciças do que é nosso e público servem os interesses da total privatização e escravatura que têm estado em marcha. A Assembleia e os ippar ou similares "esqueceram-se convenientemente do principal, o terreno nunca pode ser para outro fim que não seja público e muito menos a CML comprar para modificar o "impossivel" mudança de uso/fim a que se destinava o terreno só para fazer uma vontade a empresas privadas e criminosas. Ui, quem estiver metido nisto, que se cuide, mais criminoso ou estúpido é improvável.
"Ena!
“A Câmara Municipal de Lisboa eliminou, quarta-feira, da versão final das alterações aos planos de urbanização dos bairros históricos da cidade, uma cláusula que permitia a demolição de um edifício desde que este fosse considerado de manutenção inconveniente por motivo de ruína parcial”.
E sabem alguma coisa disto?
“(…) onde foram aprovadas – com votos contra do PCP e abstenção do CDS/PP – as alterações dos planos de urbanização dos núcleos históricos do Alto do Lumiar, Alfama e Colina do Castelo, Bairro Alto e Bica, Madragoa e Mouraria.”
E esta?
“(…) a recuperação de um pontão de atracagem para embarcações de pequeno e médio porte, permitindo realizar percursos no rio a partir do terminal de Santa Apolónia ou do Terreiro do Paço, a criação de um novo espaço de apoio à prática de actividades náuticas no Tejo (…)”
No jardim do tabaco existia uma doca consentânea com este objectivo (que subscrevo aliás). Todavia o Porto de Lisboa achou por bem distanciar-nos ainda mais do rio eliminando-a quando incrementaram (despropositadamente quanto a mim) o cais de acostagem. Espero que para o objectivo proposto considerem reconverter a doca da Marinha pois caso contrário cheira-me a “rework” e, logo, mais desperdício.
O "tornar mais dificil", nao significa que nao as deixe fazer...
É só uma questao de,..."pagamento"!
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