28/05/2007

Protecção de edifícios de Lisboa em obras também pode ser uma instalação artística

In Público (26(5/2007)
Catarina Rebelo

«War Work inaugurou quinta-feira no Chiado o projecto que pretende espalhar arte pelas obras da capital


A tradicional lona que cobre os edifícios durante o período de obras foi substituída por uma instalação artística, caía a noite de quinta-feira, no número 27 da Rua Vítor Cordon, no Chiado. O conceito chama-se Art Building e parte de um grupo de empresas que tem vindo a desenvolver projectos de reabilitação urbana.
"Lisboa precisa constantemente de obras e esta é uma boa forma de minimizar o transtorno que elas causam", explica José Carlos Carvalho, administrador do grupo MainSide. "A aplicação deste conceito a todas as obras em curso cria um museu urbano no espaço cidade: a arte desafiando todos que por ela passam numa rotação permanente de localização e realizações artísticas", lê-se no comunicado.
War Work, da autoria do artista plástico Tiago Batista, é o nome da primeira intervenção que vai ficar exposta durante seis meses. O grupo pretende fazer mais instalações noutras obras de Lisboa - a próxima é nos Restauradores, para a qual vão ser desafiadas as Faculdades de Belas -Artes de Lisboa e Barcelona -, "mas a intervenção encontra-se "um bocado em espera", avança José Carlos Carvalho.
O trabalho de Tiago Batista foi escolhido em concurso entre "seis ou sete propostas", depois disso, o conjunto de sociedades pediu o licenciamento da iniciativa à Câmara de Lisboa, que "demorou cerca de seis meses" a dar uma resposta, de acordo com o administrador. O edifício está agora revestido com o efeito camuflado e na esquina do prédio duas palavras em néon funcionam alternadamente: War a vermelho e Work a verde. War Work (guerra/trabalho) surge porque "a guerra é uma constante" e o trabalho "tem a ver com os homens que trabalham na obra", explica Tiago Batista.
O artista quer que "as pessoas pensem neste assunto" e explica que os conceitos que à primeira vista são incompatíveis não o são "se pensarmos num mercenário". "A novidade está no conceito e na mensagem", afirma, "não é a esta escala que nós vamos fazer coisas novas, tem de ser uma coisa que já está testada".
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