21/08/2007

"O Terreiro do Paço é das pessoas" já no domingo

A Câmara de Lisboa apresenta esta terça-feira a iniciativa "Aos domingos o Terreiro do Paço é das pessoas", que inclui o encerramento ao trânsito das vias laterais daquela grande praça da capital.
O encerramento ao tráfego automóvel arranca no próximo domingo, dia 26. Afectadas serão, além das laterais do Terreiro do Paço, o troço da Ribeira das Naus entre o Largo do Corpo Santo e o Campo das Cebolas.A iniciativa, apresentada em conferência de imprensa às 17h00, foi uma das dez medidas prioritárias anunciadas pelo novo presidente da Câmara, António Costa, para o início do mandato.O pagamento da dívida, a limpeza da cidade e o combate ao estacionamento ilegal foram outras acções anunciadas, bem como a recuperação de quase 200 passadeiras junto às escolas, operação que começou hoje.
MG/Lusa in RR

3 comentários:

FJorge disse...

É das "pessoas" até à próxima feira, bailarico ou campanha de publicidade! O Terreiro do Paço à muito que não é das pessoas, graças em grande parte à CML e à sua falta de critério na ocupação do espaço público histórico. O Terreiro do Paço é "pau para toda a obra" desde que se acene com um molhe de notas! Em Paris ou Londres, praças com a carga simbólica e patrimonial do Terreiro do Paço só são utilizadas muito esporádicamente e por muito boas razões! Aqui tudo é razão para atravancar e desvirtuar o Terreiro do Paço: o chouriço assado, o novo carro da "Seat", o mega-ego do Banco Milenium BCP (na forma de uma pseudo-árvore de natal), etc., etc.
Se querem mesmo devolver o Terreiro do Paço às pessoas, então parem de o atravancar com coisas! Senhores e senhoras sentados nas cadeiras do poder municipal: o silêncio, e o vazio são tudo o que as pessoas e o Terreiro do Paço precisam!

Anónimo disse...

Recordo-me de há uns anos ler uma entrevista de Sophia de Mello Breyner, creio que no JL(dos bons tempos) ela lamentava o facto de os portugueses serem um povo que não se encontrou nunca. Dizia isto a páginas tantas " Somos um povo que fez os descobrimentos e estamos na cauda da Europa. Fizemos o Terreiro do Paço e enchemo-lo de carros!
Esta última frase nunca esquecerei. Só um poeta dizia isto.

FJorge disse...

Exactamente, e é na maneira como utilizamos (ou não utilizamos) as praças e jardins históricos - afinal os espaços públicos de referência de uma cidade - que se percebe a falta de poesia da sociedade portuguesa.