21/11/2007

AML. Bloco ameaça quebrar acordo com PS

In Sol Online (21/11/2007)
Por Margarida Davim com Joana Andrade

«O deputado municipal do BE ameaçou esta tarde na Assembleia Municipal romper o compromisso político que une o Bloco de Esquerda ao PS. José Sá Fernandes demarca-se: «isso não vai acontecer». Em causa estão os despedimentos na câmara de Lisboa

Um deputado municipal do Bloco de Esquerda diz que os despedimentos em curso na câmara de Lisboa podem pôr em causa o acordo com o PS na autarquia lisboeta. Mas o vereador indendente eleito pelo BE, José Sá Fernandes, rejeita essa possibilidade.

Heitor de Sousa considera que a dispensa dos 127 trabalhadores da câmara põe em causa o compromisso entre o BE e o PS.

A dispensa dos trabalhadores com «contratos de trabalho encapotados, é motivo suficiente para pôr fim ao acordo político», afirmou esta tarde o militante do BE na Assembleia Muncipal de Lisboa

O vereador José Sá Fernandes vê, no entanto, «algum exagero nas palavras do deputado». Sá Fernandes garante que o executivo está a analisar todas as rescisões e a estudar uma solução jurídica para o problema dos trabalhadores.

Sá Fernandes assegura que «o acordo não está em causa» e revela-se surpreendido com as palavras de Heitor de Sousa afirmando que este não tinha falado consigo sobre as declarações que ia proferir.

«Este tipo de reacções são extemporâneas», declarou Sá Fernandes que adiantou a possibilidade da câmara vir a criar uma comissão arbitral para resolver o problema dos 127 dispensados.



Bloco demarca-se de Sá Fernandes

Ao SOL, o deputado do BE, Heitor de Sousa, garantiu que a ameaça de ruptura do acordo político com o PS corresponde à opinião da direcção do partido.

«A posição oficial do BE é a que eu transmiti. O vereador Sá Fernandes foi eleito pelas listas do partido, mas é independente», reiterou.

Outro militante do BE, o líder da bancada do bloco na assembleia municipal, Carlos Marques, apoiou também a posição do Heitor de Sousa.

Carlos Marques defendeu que os casos dos 127 funcionários dispensados têm que ser reavaliados.

«Seremos intransigentes. É contra a nossa génese politica despedir trabalhadores», afirmou.

Desdramatiza as divergências com Sá Fernandes sublinhando que «o vereador está a lutar connosco na mesma frente».

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