23/11/2007

A Praça do Comércio nos finais do Séc.XIX, princípios do Séc. XX


A Praça do Comércio ou Terreiro do Paço como também é conhecida, virada ao Tejo, é uma praça citadina de grandeza única em Portugal e na Europa.

O bilhete postal aqui reproduzido representa a referida praça envolvida pelo arvoredo que nos finais do Século XIX e início do Século XX a enquadrava.

Tendo sido utilizada posteriormente como parque de estacionamento para automóveis, recuperou recentemente parte da sua monumentalidade e dignidade.

Pretende agora, a Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que se aproxima o fim das obras que durante longos anos sufocaram aquela praça, não permitindo uma intervenção definitiva, fazer a experiência de, na próxima Primavera, colocar árvores, em vasos gigantes, na placa central da Praça do Comércio, para avaliar a reacção das pessoas. “A medida não é definitiva e tem como grande objectivo provocar a discussão sobre os usos que aquela zona pode vir a ter no futuro”, explicou fonte do gabinete da presidência da autarquia.

A permanência das árvores no Terreiro do Paço dependerá, portanto, da reacção dos lisboetas, que irão “aprovar ou chumbar” a iniciativa, explicou a fonte, esclarecendo que as espécies ainda não foram escolhidas.

Lisboa Verde – Associação para a Defesa dos Espaços Verdes, considera que presentemente a Praça do Comércio é um espaço pouco acolhedor para os milhares de de lisboetas que diariamente a atravessam. Falta o ambiente vegetal, apaziguador do “stress”, propiciador de sombra e equilíbrio da biodiversidade, convidando ao sossego. Assim, Lisboa Verde preconiza o enquadramento vegetal da praça, que já existiu, bem como o arranjo ajardinado da zona onde será instalado o Cais da Colunas e que foi recentemente ganho ao rio.

Lisboa Verde apela também a todos aqueles que sejam sensíveis ao importante papel que o elemento vegetal representa nas cidades para que, se considerarem oportuno, manifestem junto da Câmara Municipal de Lisboa a sua vontade de verem a praça central do Terreiro do Paço, bem como a zona do Cais das das Colunas definitivamente com árvores e plantas, sugerindo também as espécies a introduzir.

Pinto Soares

8 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Vão-me desculpar uma opinião "politicamente incorrecta":

Um monumento nacional (mais a mais da amplitude deste) não pode estar sujeito a votações.

Mas já vimos pior:
Houve, em tempos, uma votação popular acerca da cor com que os edifícios deviam ser pintados!
Não o deveriam ser, pura e simplesmente, com a cor de origem?

Anónimo disse...

Sem sombra de duvidas mais digna que nos tempos de hoje.
Será porque não haveria tantos urbanistas como hoje há?

Paulo Ferrero disse...

Apela e apela muitíssimo bem. Vamos ver no que dá. Grande abr.

Filipe Melo Sousa disse...

Colocar árvores em vasos gigantes, à experiência? Deveras interessante. Não há limites à demagogia.

E se a câmara fizesse outra experiência: abria a circulação no terreiro do paço. Se os carros passarem pela praça, é porque o público aceitou. Em seguida, abria a praça central ao estacionamento. Se aparecessem carros estacionados, é porque os lisboetas gostaram da ideia.

aeloy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aeloy disse...

Penso que seria interessante rearborizar a Praça e dar-lhe uma estrutura natural que se articulasse com a frente de rio e as arcadas.
Deve-se ir devagar por isso penso que vegetação removivel pode ser uma boa ideia, no quadro do que penso deveria ser um concurso dessas.
A criação de estrutura jardim romantico seria no âmbito das duas articulações que penso importantes uma excelente ideia, articulada também com incentivos ao "esverdeamento" das ruas já pedonais da baixa e seu aumento poderiam transformar este espaço da cidade numa diferente centralidade, que se articula-se com a frente ribeirinha e os bairros antigos e do século XVIII (santos, lapa, etc).
António Eloy

daniel costa-lourenço disse...

discordo em absoluto com a criação de um jardim, em termos tradicionais, mas também não é isso que se pretende nem foi isso que se pretendeu quando a praça foi construída.
o que existia é o que está patente no postal: uma fileira de árvores de pequeno porte e apenas isso.
parece-me interessante a experiência dos vasos com as árvores...é óbvio que os lisboetas vão aderir...bastou no verão parte da placa central ser opcuada por esplanadas e estas estavam sempre à "pinha".

Anónimo disse...

A ideia de um renque árvores como os que se vêem na foto, parece-me bem, diria mesmo, muito bem. Aliás, a Praça é extremamente árida, sobretudo durante os meses de Verão, com um calor estonteante proveniente do piso ali colocado, que reflecte de forma abrasadora os raios solares. Seria de facto um refrigero para os frequentadores, tal solução. Para além disso, deixem-me que lhes diga que a iluminação nocturna é uma autêntica vergonha. A Praça está às escuras, literalmente. Para além do facto de que a anterior iluminação das cimalhas, tem vindo a desaparecer na sua quase totalidade, o que é uma lástima. Aliás, toda a iluminação deveria ser revista na totalidade e, transformá-la em algo que desse notabilidade e dignidade a um local com as tradições que o mesmo comporta. Existe outra desgraça nas iluminações públicas de Lisboa, que é o facto de que quando uma lâmpada de um projector de iluminação se funde, fazerem normalmente a sua substituição por outra de tom totalmente diferente. Nada existe de mais pindérico e sem classe. Coisa de labregos.
Olho Vivo