In Sol Online (21/11/2007)
«O vereador do Urbanismo pediu esclarecimentos ao presidente da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) sobre gastos com viagens, numa altura em que a empresa está à beira de reestruturação
«O vereador que tutela a EPUL, o vereador Manuel Salgado, já pediu esclarecimentos à administração da EPUL. Até haver esses esclarecimentos, não me pronunciarei» , disse António Costa aos jornalistas, no final de uma reunião da Assembleia Municipal.
O semanário SOL noticiou no sábado que o presidente da EPUL, João Teixeira, tem realizado viagens em representação da empresa a destinos como Goa, Berlim e Londres, a primeira das quais custou mais de cinco mil euros.
João Teixeira justificou ao semanário que viajou «por motivos de formação, aquisição de conhecimentos ou representação» e que o fez em «classe turística e utilizando hotéis de três e quatro estrelas».
Questionado sobre se a administração da EPUL caiu com a queda da Câmara, António Costa afirmou que «os pareceres jurídicos têm dito que não».
«A EPUL tem um estatuto próprio, rege-se por uma legislação própria que não é a das empresas municipais», esclareceu.
António Costa recordou, contudo, que existe uma recomendação do Tribunal de Contas para que a EPUL adapte os seus estatutos.
O autarca reiterou que espera ter pronto até ao fim do ano o processo de reestruturação do sector empresarial da autarquia.
O vereador do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes também questionou o presidente EPUL sobre gastos com viagens, numa carta enviada segunda-feira.
Na carta, Sá Fernandes sublinhava que o facto de a empresa estar em «gestão corrente» e à esperta do lançamento de um processo de reestruturação «tornam ainda mais questionáveis os gastos avultados».
O vereador, que estabeleceu um acordo pós-eleitoral com o presidente, António Costa (PS), recorda que no mandato anterior levantou «o assunto da existência de algumas despesas excessivas, aparentemente sem explicação, e que no contexto da grave crise da EPUL, eram totalmente irrazoáveis».
Sá Fernandes referia-se a «pagamentos avultados a sociedades de advogados, a empresas de comunicação, o caso do arrendamento da sede ao Sporting Clube de Portugal, pagamento de comissões a empresas privadas pela venda de terrenos».
Lusa / SOL»
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