23/11/2007

Parque escolar de Lisboa é o pior do país no infantil e primeiro ciclo, diz vereadora

In Público Online (23/11/2007)
Ana Henriques

«"Apenas quatro por cento das escolas da capital estão em boas condições", lamenta Rosália Vargas

O parque escolar do primeiro ciclo e do ensino pré-primário de Lisboa é, no que respeita à rede pública, o pior do país a nível da falta de condições. Quem o diz é a vereadora da Educação e da Cultura, Rosália Vargas, que estima que apenas quatro por cento das escolas da cidade estejam em boas condições.
Em três meses e meio de exercício da função, Rosália Vargas viu coisas que não imaginava existirem, como ratos e baratas em estabelecimentos de ensino e crianças a comer numa tenda que serve de refeitório há cinco anos. Por cada caso que resolve aparecem-lhe vários outros. Por isso, quando ontem foi informada de que a Escola Básica Natália Correia, em Sapadores, tinha tido de encerrar por dois dias devido ao desabamento de parte do tecto, a reacção saiu-lhe boca fora: "Só me surpreende como não caem as escolas todas."
A Natália Correia reabre hoje, depois de estarem garantidas as condições de segurança necessárias, garantiu à agência Lusa a vice-presidente do Agrupamento de Escolas Nuno Gonçalves, Fátima Santos. Mas "as intervenções de maior vulto só serão feitas posteriormente."
"Esta não é a primeira escola a apresentar graves problemas", recorda a responsável. "A Escola Básica 1/68 fechou para obras, e a Marqueses de Távora também teve que ser transferida, por falta de condições, para outras instalações - igualmente antigas." Em 2006, já tinha sido encerrada a Escola Básica Martim Moniz e "os meninos tiveram que ser redistribuídos por outras", prossegue a professora, que se queixa: "A câmara não tem dinheiro para a manutenção das escolas e vai fazendo apenas as obras mais urgentes e adia os problemas estruturais."
A vereadora não diz quantos estabelecimentos de ensino vai conseguir recuperar nos perto de dois anos de mandato que lhe restam. Mas mostra-se chocada com o estado a que chegaram as escolas da cidade, e diz que a sua reabilitação é prioritária: "O que tenho visto é completamente catastrófico e envergonha-nos a todos." Responsabilidades? Para Rosália Vargas, todos os que governaram a autarquia nos últimos 20 anos as têm - com especial incidência nos últimos seis anos de gestão social-
-democrata.
Fazer experiências rudimentares na escola ou em casa, como cozinhar um bolo sem fermento, é o objectivo de um folheto que foi distribuído por todas as escolas do primeiro ciclo da rede pública de Lisboa, no âmbito do programa Ciência Viva e da Semana da Ciência e da Tecnologia. »

2 comentários:

Anónimo disse...

Dois nomes: Helena Lopes da Costa e Sérgio Lipari Pinto! Vergonha! Já agora, também o PCP responsável anterior pelas escolas...

Anónimo disse...

"Rosália Vargas viu coisas que não imaginava existirem, como ratos e baratas em estabelecimentos de ensino e crianças a comer numa tenda que serve de refeitório há cinco anos."
Lamento que a senhora vereadora, que tanto preza a imaginação, não imaginasse a realidade. Sobretudo, porque muito antes de ser vereadora da cultura na CML, já pertencia ao Concelho Nacional da Educação, não só como membro da 1ª Comissão Especializada Permanente( Educação Pré-Escolar e Básica), como ainda da 5ª Comissão Especializada Permanente (Análise e Acompanhamento Global da Educação.)
Ora, das duas uma, ou o nosso Conselho Nacional da Educação faz crescer palas nos olhos dos seus membros, e não lhes deixa qualquer lugar à imaginação, o que é grave, ou os seus membros não foram informados das suas obrigações, ou, (pronto juntemos mais uma hipótese de indole pessoal para que o Conselho não se sinta atingido)ou, dizia, a Dra Rosália Vargas estava tão ocupada com as suas duas comissões que não podia aestar a par do estado das escolas. Felizmente que dela fizeram vereadora da CML, e lhe devolveram a imaginação.