16/11/2007

Câmara analisa reconversão dos bairros Padre Cruz e da Boavista

In Notícias da Manhã (16/11/2007)

«A Câmara de Lisboa está a reavaliar os planos de reconversão dos bairros Padre Cruz e Boavista, aprovados no mandato anterior, para os adaptar às contingências financeiras da autarquia, revelou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. “Os planos prevêem uma transformação muito grande dos bairros e exigem um investimento significativo da Câmara. Estamos a reavaliar a forma como os adaptamos à situação financeira da Câmara”, explicou o político socialista, referindo que, no entanto, “dificilmente, até ao fim do ano, haverá uma decisão sobre essa matéria”.
Para resolver o problema, Manuel Salgado já reuniu com as comissões de moradores e a equipa da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, EPUL, que elaborou os projectos para os bairros.

viabilidade financeira através da EPUL e do crédito
A Câmara de Lisboa aprovou em Outubro de 2006 os estudos de viabilidade financeira elaborados pela EPUL para as operações de reconversão urbanística dos bairros Padre Cruz e Boavista.
O estudo, apresentado pela então vereadora do Urbanismo Gabriela Seara, previa a construção de 2538 fogos, 1412 dos quais destinados a realojar os moradores dos bairros Padre Cruz e Boavista. O financiamento do projecto passaria pela venda de 1126 fogos Epul Jovem de habitação a custos controlados contemplados no projecto.
No bairro da Boavista, seriam construídos 922 fogos, que incluíam as habitações destinadas a realojar 500 agregados, representando um investimento de cerca de 84 milhões de euros (11 milhões participados pelo INH- Instituto Nacional de Habitação). No bairro Padre Cruz, seriam construídos 1616 fogos, que incluíam as habitações para o realojamento de 912 agregados, num investimento de 124 milhões de euros (19 milhões de euros da responsabilidade do INH).
Neste último bairro, 70 por cento do investimento seria coberto pelo modelo de negócio da venda dos fogos da EPUL Jovem e o restante assegurado pelo recurso ao crédito bancário. No bairro da Boavista, a venda da habitação EPUL Jovem seria responsável por 84 por cento do investimento e os restantes 16 por cento assegurados pelo crédito bancário.
O investimento total previa-se de 208 milhões de euros, com o Instituto Nacional de Habitação a comparticipar em cerca de 30 milhões de euros, a venda dos fogos da Epul Jovem a assegurar 143 milhões de euros e o recurso ao crédito bancário 43 milhões de euros.

Acolhimento de famílias com 66 anos
A Câmara de Lisboa promoveu a construção do bairro Padre Cruz, entre os anos 1959 e 1962, para realojar a população afectada por obras de remodelação urbanística, proveniente de diversos locais da cidade, nomeadamente de moradores da Quinta da Calçada, desalojados do núcleo de barracas que antes ali existia na altura da construção da Cidade Universitária. Segundo um estudo da Gebalis - Gestão de Bairros Municipais de Lisboa, actualizado em Março de 2005, o bairro Padre Cruz engloba 916 fogos, dos quais 844 se encontram habitados e 72 fechados, incluindo 22 que estão emparedados.
Constituído por pequenas casas desmontáveis, o Bairro da Boavista foi inaugurado em 25 de Outubro de 1941 e destinava-se a acolher famílias que moravam nos bairros das imediações do Parque Florestal do Monsanto: Sete Moinhos, Estrangeiras de Cima e de baixo, Fornos de cal, Ponte Nova, Cruz das Oliveiras, Porta de Queluz e Furnas de Monsanto. Actualmente, o bairro é constituído por 1049 habitações e por 510 moradias. Destas últimas, segundo o estudo da Gebalis, 492 estão habitadas e 18 encontram-se devolutas ou emparedadas.»

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