O Plano Estratégico de Habitação concluiu que Portugal construiu demasiadas casas nos últimos anos, o que resultou na existência de cerca de meio milhão de casas vagas em todo o país.
Este plano que vai ser entregue esta quinta-feira às autarquias revela ainda que cerca de metade do meio milhão de casas vagas em Portugal está em condições degradadas e que a aposta tem de passar agora pela reabilitação destas habitações.
Nos últimos dez anos, Portugal teve uma construção de habitações com um ritmo duas vezes superior ao de Espanha ou de França no mesmo período Em declarações à TSF, Isabel Guerra, do Centro de Estudo Territoriais, do ISCTE, defende que as famílias devem receber apoios financeiros para poderem pagar as suas rendas, subsídio que deveria ser atribuído em função dos rendimentos.
«Deveria haver também apoio às autarquias para poderem ter um stock de casas para arrendamento a estas famílias», acrescentou Isabel Guerra, que propõe também a criação de agências de arrendamento.
Isabel Guerra quer também apoios para os proprietários para que estes possam colocar no mercado as casas que reabilitaram para que possam ser usados no arrendamento às famílias.«Isto significaria que o Estado entraria aqui como mediador, criando um certo capital de confiança para que o proprietário se dispusesse a colocar essa casa no mercado», concluiu.Mais de metade das casas nos centros históricos de Lisboa e Porto precisam de obras, sendo que o norte é a zona do país com mais casas vagas.
Por outro lado, calcula-se que existam cerca de meio milhão de casas superlotadas, em particular nas zonas mais pobres e com maior densidade populacional, como por exemplo, o Vale do Ave.
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TSF online
Foto Dias dos Reis
Meio Milhão de Casas a mais em cidades cada vez maiores e cada vez mais ocas e velhas, barris de pólvora ou museus, diluindo-se para cada vez mais longe, sobre terrenos fertéis e encostas instáveis ou vales de cheias.
Até quando?
10 comentários:
Isabel Guerra, do Centro de Estudo Territoriais, do ISCTE, defende que as famílias devem receber apoios financeiros para poderem pagar as suas rendas, subsídio que deveria ser atribuído em função dos rendimentos.
Essa tal de Isabel Guerra está disposta a pagar a diferença, ou apenas está a mandar a posta para o ar, para ser o contribuinte a pagar?
Desde que este plano sirva para travar o abate indescriminado de edificios dos finais do sec XIX, efectuado ao sabor dos ventos especulativos, que corrompem e destróem as nossas cidades, permitindo a sua recuperação e ao mesmo tempo, formulado de maneira, a impedir que seja o erário público a pagar essas medidas, entendo que poderá ser de grande utilidade e aplicabilidade.
Aguardarei por mais detalhes do Plano Estratégico da Habitação, para formular opinião mais consistente sobre o assunto.
O próprio título do artigo "Demasiadas casas" já é de uma igenuidade atroz,por partir do princípio errado que só se constrói o que é necessário,desconhecendo que a cidade cresce por especulação(fundiária e imobiliária) e não por necessidade.Pelo que se irá construir sempre mais e mais,haja casas vazias e a caír,ou não.
É a base da economia liberal,até haver uma crise como a americana actual,em que abranda mas não pára.
A tese de Isabel Guerra é um absurdo,como diz o primeiro comentador,subsidiar rendas é ir ao bolso do contribuinte.
As rendas estiveram congeladas mais de 50 anos,pelo que há tantas casas vazias,porque não se conseguem actualizar.As autarquias podiam e deviam incentivar mais a reabilitação(só 5% em Portugal,na Europa 30 a 40%)e deixarem-se da subsídio-mania!
10-5-08 Lobo Villa
O título do Post é uma citação da imprensa e tem com o objectivo fazer pensar sobre a situação actual da cidade e do país.
Não se depreende que o autor do post defenda a tese dos citados.
O Autor lança as questões.
Para já discorda dessa suposta premonição de que se irá sempre constuir sempre mais e mais com base na especulação. Há exemplos europeus onde , com sucesso, a especulação foi controlada, e onde o mecado da recuperação foi crescendo com sucesso e onde a procura e a oferta se forma igualando e ajustando ás necessidades.
Não é possível continuar a construir num país de 10 milhões de habitantes paa uma suposta procura interna/externa de 20 milhões que não existe. Isto não é o Dubai...
A pertinência do investimento, tal como a decisão de avançar ou não com a construção, cabe ao construtor. Não a uma minoria de iluminados que entende que basta de construção.
Tá-se a ver o mercado liberal que era suposto equilibrar oferta e procura em que é que deu....
Quem disse que a oferta e a procura não estão equilibradas?
Como demonstram os últimos números (fáctos públicos e notórios, que não carecem de prova), a oferta é superior à procura, dependendendo oviamente do segmentod e mercado.
A oferta está equilibrada coma procura do segmento alto, o que não significa necessariamente que exista ocpupação.
Mas estamos a falar de interesses privados.
E aqui tem de entrar o estado na defesa do interesse público, ou seja, do interesse de todos nós.
Se não existir interesse público na defesa do ambiente, das áreas protegidas, das zonas agricolas, das encontas, das zonas de cheia, dos espaços verdes, os construtores ocuparão esta zonas com graves consequências nestas zonas e nas zonas circundantes, como já se verificou.
A acrescer à voragem da construção em Portugal, acresce á completa desregulamentação da habitação em Portugal, em que para se habitar é-se obrigado a comprar, porque não existe quadro legislativo que crie condições que propriciem o arrendamento.
Portanto, não se pretende um mercado liberal nem um mercado estalinista, mas um mercado com um mínimo de regras.
O que acontece em Portugal é perfeita selvajaria legalizada da construção em que o quadrto legislativo fomenta a construção: favorece os construtores e quem devia controlar (Câmaras) beneficam e dependem dos impostos da construção. Logo não controlam e fecham os olhos.
Por outro lado: o mercado da habitação ou do arrendamento não é cuidado, porque, porpositadamente é criado um mercado de especulação, em que a mesma casa é vendida 10 vezes.
Não interesse reabilitar. Para isso teria de se tirar milhares de pessoas das casas velhas e ocupar as casas novas que estão vazias e são usadas para a especulação. E as casas velhas servem precisamente para colocar as pessoas as novas sereme speculadas e empatar o mercado da recuperação.
Quanto confusão. Interesse e procura são conceitos bem diferentes. Eu posso ter um interesse numa vivenda luxuosa na Quinta da Marinha. Mas isso não se traduz em procura. Só se traduz em procura se eu me chegar à frente com o papel.
Aconselho leitura do suplemento imobiliário do Expresso. Não dá muito trabalho e esclarece.
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