29/07/2008

Graffiti em Londres: "Some simple measures to reduce the likelihood of an attack"


A propósito do post sobre a falta de soluções para os graffiti em Lisboa, "Soluções de outras paragens", divulgo aqui as respostas de Londres, mais precisamente, do Borough of Kensington and Chelsea o mais populoso do Reino Unido:

SOME SIMPLE MEASURES TO REDUCE THE LIKELIHOOD OF AN ATTACK:

-Remove graffiti where possible from your own property. Graffiti removal products and advice are available free from the Council.

-Removing it quickly will reduce the likelihood of further attacks. The Council will remove it for you if you are unable to do it yorself.

-Good quality polyurethane gloss paint is easier to clean than other surfaces.

-Cleaning with white spirit or other paint removers might be possible.

-Mid colour paints instead of very light or very dark will be less attractive to the graffiti vandals.

-Trellis, climbing plants or murals on wall will discourage graffiti.

-Security measures should be used where possible to prevent acess to your property.
-Help keep your area free of graffiti once the Council has removed it.

Graffiti is a crime we are all paying for as mindless vandals damage our property and destroy our high quality urban environment. Help us tackle the problem in our borough.

Graffiti is a criminal damage and should be reported to your local police station. You could get a reward of up to L 1000 for information leading to the conviction of graffiti vandals.»

Fonte: panfleto disponível em vários locais de Kensington & Chelsea (como já todos sabemos, nenhuma destas medidas implementadas em Londres existem em Lisboa... o nosso atraso é quase total)

Foto: graffiti na fachada lateral da Sé de Lisboa (se a capital não consegue retirar um graffiti destes num dos seus monumentos mais importantes... que maior prova poderemos ter da falta de soluções, respostas a este problema?)

6 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom exemplo!

Obrigado pela partilha.

Infelizmente estamos longe deste tipo de medidas. E temos uma vantagem: o fenómeno (ainda) não é tão grave como em Londres. Podíamos actuar, actuar forte e preventivamente, matando facilmente à nascença a erva daninha.

Nuno disse...

O Cidadania LX chama diariamente a atenção para situações que exigem precisamente a actuação de cidadãos organizados- é uma iniciativa contra a passividade através da divulgação e o apelo á participação é muitas vezes aqui lançado.

Chamo a atenção para o facto de, nas medidas enunciadas, a solução deste problema estar em grande parte nas mãos dos próprios cidadãos.

O Mário Miguel menciona que estamos longe deste tipo de medidas e eu digo que se calhar estamos longe em Portugal deste tipo de cidadania.
Uma coisa que o país tem de ganhar (estou optimista) é autonomia do governo para resolução dos seus problemas e defesa dos seus interesses.

É fácil reclamar mas difícil tomar o passo seguinte e escrever cartas, organizar pessoas, recolher apoios e pedir soluções.
Somos sempre responsáveis directamente pela resolução dos problemas que nos afectam, vandalismo incluido.

António Erre disse...

Mas se as instituições são elas próprias a darem o exemplo fomentando e pagando a imaginação e criatividade dos "artistas", os quais, grotescamente, invadem o espaço público fornecendo um serviço de Arte à autarquia, secretaria, ou ministério, garatujando e despejando litros e litros de tinta sobre muros ou painéis destinados para esse fim...
O que se pretende?
1- Jogar apostando no factor antecipação? Antes que eles o façam pedimos-lhes nós para o fazerem!
2- Acreditando que, qualquer macaco com umas orelhas gigantescas, rodeado de bolhas coloridas e símbolos de produtos consumistas globalizados, juntamente com formas gordas, geométricas e brilhantes que vagamente se assemelham a uma grafia megalítica, a qual pretende competir com Stonehenge, é Arte, avançam para a contratação.
3- Identificam na frustração dos que, devidamente impedidos de estragar a propriedade pública e privada, possam vir ou exibam já as marcas da exclusão social e estética, e se antecipam ou resolvam esse "grave" problema de saúde repondo os "altamente" níveis de auto-estima e encantamento serôdio nos ditos "bué génios".
O que vem a ser isto?

Anónimo disse...

Sim, é fácil reclamar mas difícil recolher apoios e pedir soluções. Há que formar alguma espécie de grupo anti-graffiti. Eu entro! Que tal começar por exigir à Câmara para toda a cidade os supostos kits anti-graffiti que parece que vão distribuir por algumas ruas do Bairro Alto?

Ana V.
ulice22@gmail.com

Anónimo disse...

Acho graça a esta espécie de "guerra-santa" contra o "vandalismo" dos grafitis,a este apelo ôco e espúrio a uma "cruzada" de cidadania,quando na verdade a Barbárie, vem de cima(condições de vida no Bº Alto ?)falava-se aqui,há pouco.
O grafitismo cá é muito anterior ao 25 de Abril,quem não se lembra das pinturas murais do MRPP?(há livros publicados sobre o Maio de Paris e de tudo isto por cá).
Pouco interessa se é "arte",é uma contestação imparável,revela o descontentamento geral da globalização,do afastamento dos governantes dos governados...Tem mais a ver com o não da Irlanda do que com "higiene" urbana.
Grupos anti-grafitis ?... como pode o reaccionarismo urbano-depressivo ser tão cego,não entender esta gigantesca manifestação de protesto ??
A cidade(as) estão a soldo da especulação e do betão,a política está cada vez mais corrupta(ouviram o Cravinho?)...como não grafitar mais e mais..?


30-708 Lobo Villa

Nuno disse...

Caro Anónimo,
Compreendo quando diz que a frustação de muitos os leva (conscientemente ou não) a demonstrarem a falta de fé na sociedade através da transformação no espaço comum que é a cidade, muitas vezes são também os edifícios mudos para a rua ou que servem de meios de exclusão social a pagar (bem?) com o vandalismo.
São, de facto, um sintoma sério.

Um motivo, porém, não se torna automaticamente uma justificação e do que aqui se fala não é exigir operações cosméticas do governo mas precisamente de intervirem os cidadãos com significado, na raíz.

No 25 de Abril grafitava-se sobretudo a partir da frustação de não ser possível a expressão ou intervenção de outros modos mais directos. Agora não há desculpas para não procurarmos intervir pessoalmente na solução dos problemas da cidade e existirão modos mais expressivos de intervenção cívica...
Não será um pouco perverso que, após anos de ditadura ainda contemos com uma postura em que a resolução de tudo cabe ao estado e a nós resta-nos queixarmo-nos em surdina ou no café, discretamente??

Acredite que o poder do voto e da iniciativa própria em comunidade e de uma forma construtiva são, para as pessoas a quem se pretende apresentar uma "gigantesca manifestação de protesto", as acções mais significativas e "visiveís".
Ao contrário de um muro cheio de tags, mandam uma mensagem inconfundível.