In Diário de Notícias (6/3/2009)
VALENTINA MARCELINO
«Lisboa. Presidente da Câmara acusou Direcção da PSP de falta de estratégia
Director Nacional da PSP diz que os lisboetas não têm que se preocupar
As divergências do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, com a Direcção Nacional da PSP, marcadas pela oposição desta à transferência de competências da Divisão de Trânsito (DT) para a Polícia Municipal, defendida por Costa quando era ministro da Administração Interna, atingiram esta semana o rubro.
Costa acusou a PSP de "falta de estratégia no policiamento de proximidade" da cidade. Numa reunião pública descentralizada, com habitantes do Lumiar, Charneca e Ameixoeira, o autarca deferiu golpes violentos à Polícia, chegando a acusá-la de não cumprir acordos com o município.
Depois de ouvir queixas dos residentes de falta de segurança, Costa atribuiu a falta de policiamento ao facto de a PSP ter ocupado as instalações cedidas pela Câmara, na Alta de Lisboa, para uma "esquadra operacional" , mas estarem "quase só ocupadas pela Divisão de Trânsito (DT)". "O que contribui mais para a insegurança é a falta de planeamento da segurança", disse o autarca.
Ao que o DN apurou, entretanto, a transferência da DT para a Alta de Lisboa foi aprovada por António Costa, quando era ministro e que, estas instalações albergam também, de facto, uma esquadra operacional, com cerca de 60 polícias.
O DN contactou o porta-voz do presidente da CML para aprofundar as opiniões emitidas, mas não obteve resposta.
Visivelmente incomodados, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o Director Nacional da PSP, Francisco Oliveira Pereira, estiveram ontem reunidos, após uma cerimónia no Ministério sobre as medidas Simplex, para decidir a resposta a dar às declarações do presidente da Câmara .
Para o ministro Rui Pereira, que optou por não fazer comentários, esta 'guerra' não podia ser mais inoportuna, já que hoje enfrenta no parlamento um debate de urgência sobre "Política de Segurança", a pedido PSD. O Director Nacional da PSP foi sintético na apreciação das acusações. "Do ponto de vista da segurança na cidade de Lisboa, os cidadãos não têm com que se preocupar", afiançou ao DN.
Os dados da criminalidade de 2008 em Lisboa ainda não são conhecidos. Nessa altura se saberá quem tem de se preocupar.»
A mim parece que o Presidente da CML tem toda a razão.
06/03/2009
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