18/05/2012

Alerta sobre alterações ilegais nos quiosques municipais do Rossio




Exmos. Senhores
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Vereador do Espaço Público,


Vimos pelo presente alertar V. Exas. e os Serviços que tutelam para as alterações ilegais que têm sido feitas aos quiosques municipais da Praça D. Pedro IV,vulgo Rossio!

Trata-se de quiosques que, lembramos, foram executados expressamente para o Rossio e para a Praça da Figueira aquando das obras de requalificação levadas a cabo pelo então "Gabinete do Rossio". Para além das alterações físicas evidentes, conforme fotos em anexo, esses quiosques vendem hoje todo o tipo de artigos, menos aqueles para os quais foram concebidos. Alertamos para o facto destas frequentes alterações que observamos em quiosques um pouco por toda a cidade porem em risco, aliás, a própria segurança dos cidadãos pois estas estruturas acrescentadas, de forma amadora, podem cair na via pública.

O tipo de comércio instalado nos quiosques contribui para a desqualificação do coração histórico da capital, monumento de valor nacional e candidata (?) a Património Mundial da Unesco. Se a procura para quiosques de venda de jornais e revistas caiu, então mais valerá repensar-se o número de quiosques, suprimindo ou relocalizando alguns deles. Qual é o interesse da cidade histórica em ter dezenas de quiosques na Baixa a venderem "galos de Barcelos" e "T-shirts CR7"?

Trata-se, a nosso ver, de mais um triste exemplo de como não existe, de facto, nenhuma linha de rumo nem desígnio da Câmara Municipal de Lisboa sobre Urbanismo Comercial na Baixa. Tal constatação, inclusive, revela-se contraditória com a política, a nosso ver bem sucedida,desenvolvida pela CML de recuperação de quiosques antigos e de colocação de quiosques réplicas de antigos em outras zonas da cidade, como seja na Avenida da Liberdade e em vários miradouros. Como é possível tamanha discrepância com o que se vê na Baixa?

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.


Luís Marques da Silva, Nuno Caiado, António Branco Almeida, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, Carlos Leite de Sousa, João Leitão

C.c. AML, Media, Junta de Freguesia S.Nicolau

2 comentários:

Anónimo disse...

"Qual é o interesse da cidade histórica em ter dezenas de quiosques na Baixa a venderem "galos de Barcelos" e "T-shirts CR7"?" - Possivelmente, o lucro? Aos turistas, poderá agradar comprar uma recordação. Ninguém fica horas a fio a olhar para a parte histórica de Lisboa como se fosse algo do outro mundo sem comprar/fazer nada. Tiram as respectivas fotografias e seguem com a sua vida. Agora, uma zona histórica para zombies, isso é que não. Mas, é a minha opinião. Não acho que seja nada de grave. A não ser, claro, que possa existir algum risco de segurança, como escreveram na publicação.

Anónimo disse...

Estranho como nos dias que correm, há gente que se dá ao "trabalho" de tentar estragar a vida de quem trabalha honestamente dia após dia, e se preocupa com a estética da praça. Não haverá outras coisas na baixa que deviam preocupar bem mais estas mentes alertas, como a falta de gente, o abandono do património ou a ocupação por aqueles que só dizem "queres axx,queres coca??".
o espaço em causa é o único onde se pode comprar um jornal ao domingo...e sim, os turistas gostam de comprar lembranças.Algo contra?