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27/01/2022

Pedido de reprovação a projecto de destruição edifício finais séc XVIII R. Escola Politécnica

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Eng. Joana Almeida


C.C. AML e JF, e media

Confrontados com a recente submissão à CML de um projecto de demolição completa de interiores, com ampliação em 2 pisos, do edifício setecentista da Rua da Escola Politécnica, nº89-99, vimos apelar a V. Exas. para que a CML chumbe liminarmente tal projecto (EDI/2022/57, fotos 1 e 2)!

É confrangedor assistirmos a promotores e arquitectos, na circunstância a Eastbanc e o atelier Sérgio Rebelo, a proporem-se destruir totalmente um edifício histórico (data de final do século XVIII, uma vez que o edifício consta das plantas da cidade de 1807) em pleno século XXI, em perfeitas condições de habitabilidade até há pouco tempo e chegando-se ao ponto de propor no referido projecto a recolocação no átrio do novo edifício, do mobiliário fantástico da antiga célebre loja de chás de 1860, célebre enquanto raríssimo exemplo de chinoiserie e ainda existente no espaço da antiga loja, depois antiquário e fechada há cerca de 15 anos, altura em que faleceu o seu proprietário.

Trata-se de um projecto que, a ser aprovado, constituiria um grave precedente em termos da salvaguarda de uma artéria nobre da cidade de Lisboa, que há muito deveria estar classificada de Interesse Municipal, promovendo de forma inaceitável o alinhamento das cérceas e descaracterizando profundamente a leitura do quarteirão. Uma rua de extrema importância, recorde-se, peça fundamental da chamada "sétima colina" estudada por José-Augusto França aquando da Lisboa' 94, Capital Europeia da Cultura.

Mais grave, a nosso ver, violando inclusivamente a área de protecção do Museu de História Natural, Monumento de Interesse Público (foto 3), e a zona de protecção do Aqueduto das Águas Livres, Monumento Nacional (foto 4)

Esta Associação, nos termos dos seus estatutos, designadamente, os artigos 2º (Objecto) e 3º (Actividades), tudo fará no sentido de defender este património.

Pelo exposto, apelamos à reprovação do presente projecto, e à exigência ao promotor para que recupere este edifício histórico, restaurando também, e mantendo in situ, o magnífico mobiliário da antiga casa de chás, completamente único na cidade (fotos de Maria José Gaivão, de Novembro de 2021, in Facebook).

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Pedro Jordão, Fernando Jorge, Miguel Atanásio Carvalho, Inês Beleza Barreiros, Rui Martins, Teresa Silva Carvalho, Carlos Boavida, Virgílio Marques, Gonçalo Cornélio da Silva, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Helena Espvall, Eurico de Barros, José Maria Amador, Leonor Areal, Ricardo Mendes Ferreira, Fátima Castanheira, António Araújo, Pedro Cassiano Neves, Filipe e Bárbara Lopes, Guilherme Pereira, Martim Galamba

10/03/2014

Proposta exequível para a reabertura e a exploração da linha de eléctrico E-24


Exmos. Senhores
Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações,
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Presidente do Conselho Directivo do IMT,
Presidente do Conselho Executivo da ATML,
Presidente do Conselho de Administração da CARRIS,
Direcção da Associação de Turismo de Lisboa,


Considerando que se mantém, manifestamente, o interesse da população, da Câmara Municipal de Lisboa (vide os projectos de reordenamento do espaço público nos Largos Bordallo Pinheiro e Trindade Coelho) e de várias entidades ligadas ao turismo, a começar pela Associação de Turismo de Lisboa (
videhttp://cidadanialx.tripod.com/DocE24.pdf); na reabertura da linha de eléctrico E-24;

Considerando as declarações públicas do Sr. Paulo Marques (vide https://www.youtube.com/watch?v=QxV8ipijAC0), colecionador particular de eléctricos (fotos em anexo) segundo as quais pretende ceder a sua colecção à CML para que esta lhe dê uso turístico;

Considerando que os eléctricos que compõem esta colecção e que poderão ser postos em circulação na linha do E-24 são 3 - eléctrico 615, construído em Santo Amaro nas oficinas da CARRIS, em 1935; eléctrico 738, idem, em 1932, e eléctrico 442 (tipo caixote), idem, em 1961 - não precisam de adaptações muito dispendiosas, visto todos eles se encontrarem com motorizações e órgãos de travagem originais, e apenas necessitarem de uma revisão profunda desses componentes em virtude de estarem fora de serviço desde 1996;

Considerando que razão invocada pela CARRIS para ainda não ter reaberto a linha de eléctrico E-24 tem que ver com a falta de opções em termos de composições disponíveis para a sua efectivação;

E no seguimento da consulta pública actualmente a decorrer sobre o modelo de abertura à iniciativa privada do serviço público de transporte de passageiros em Lisboa e Porto (vide http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/Noticias/Paginas/Consultasobreomodelodeabertura%C3%A0iniciativaprivadadoservi%C3%A7op%C3%BAblicodetransportedepassageirosemLisboaePorto.aspx),

Propomos ao SEITC, ao IMT, à AMTL, à CARRIS, à Câmara Municipal de Lisboa e à Associação de Turismo de Lisboa:

1.O estabelecimento de um acordo de cedência com o Sr. Paulo Marques, com vista à utilização dos 3 eléctricos da sua colecção, referidos acima, com vista à reabertura e à exploração turística (ou não apenas turística) da linha E-24, desde o Cais do Sodré às Amoreiras, com extensão ao Largo do Carmo.

2.A definição de um conjunto de regras que permita que a futura gestão da linha E-24:

a) Seja dividida pela CARRIS - gestão da infraestrutura - e/ou por um concessionário privado - sem custos para o Estado - a escolher mediante concurso específico para a exploração da linha E-24, prevendo mesmo um tarifário específico e/ou mais elevado (o preço dos bilhetes e/ou a partilha de receitas com o sistema Lisboa Viva tem que assegurar a cobertura das despesas de exploração.), dirigido a turistas/passageiros normais, para assegurar a sua sustentabilidade financeira e /ou com tarifário integrado com outros meios de transporte turísticos (elevadores/eléctricos/autocarros/cruzeiros no Tejo), para assegurar o efeito rede e atractividade ou concurso integrado no caderno de concessões da Secretaria de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações/CARRIS.

b) Possa ser subvencionada, ainda que de forma parcial, com recurso a comparticipações do QREN/Turismo para efeitos de promoção de transportes amigos do ambiente e redutores de emissões poluentes, bem como de regeneração/reabilitação/revitalização urbana e para adaptação dos eléctricos acima referidos ao cumprimento dos critérios de segurança em vigor, ou;

c) Que seja considerada a possibilidade de concessão das actuais e futuras linhas de eléctrico em Lisboa (onde se inclui a E-24) de forma separada da restante rede da Carris, caso esta ou um concessionário não tenha interesse na sua exploração, ou seja, no pacote de concessão da Carris dar a possibilidade a um concessionário privado ou à CML para poderem explorar esta linha E-24.

Com os melhores cumprimentos


Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero, Virgílio Marques, Luís Marques da Silva, António Branco Almeida, Júlio Amorim, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, João Filipe Guerreiro, Pedro Henrique Aparício, Rui Martins, Jorge Pinto, Pedro Formozinho Sanchez, Rita Filipe Silva, Beatriz Empis, Inês Barreiros, João Mineiro

12/04/2013

Já é Monumento de Interesse Público o edifício da Imprensa Nacional (R. Escola Politécnica)!


Portaria n.º 229/2013

O atual edifício da Imprensa Nacional, assim designada desde 1833, foi erguido sobre o palácio quinhentista dos Soares e Noronha, onde se instalara no último terço de Setecentos a antiga Impressão Régia. O projeto, da autoria do arquiteto Domingos Parente da Silva, com alterações introduzidas pelos engenheiros Vítor Gomes Encarnação, Veiga da Cunha e António Luís Ramos, decorreu em diversas fases, só ficando concluído em 1913. Embora o edifício tenha sido objeto de profundas adaptações, continua a acolher as oficinas da Imprensa Nacional.

O conjunto arquitetónico classicizante subordina a tipologia de edifício industrial à estética e à sobriedade habituais nos edifícios civis pombalinos. Embora não represente um testemunho inovador do ponto de vista construtivo, possui o interesse de assumir uma linguagem conivente com o poder estatal de então, evocando o caráter oficial da Imprensa Nacional.

E também de destacar a sua presença num eixo urbano industrializado, ligado ao desenvolvimento do período manufatureiro de Oitocentos, nas imediações da Real Fábrica das Sedas e do bairro industrial das Amoreiras.

A classificação do Edifício da Imprensa Nacional reflete os critérios constantes do artigo 17.° da Lei n.° 107/2001, de 8 de setembro, relativos ao interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e urbanística e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva.

A zona especial de proteção do monumento agora classificado é fixada por portaria, nos termos do disposto no artigo 43.° da Lei n.° 107/2001, de 8 de setembro.

[...] É classificado como monumento de interesse público o Edifício da Imprensa Nacional, na Rua da Escola Politécnica, 135, em Lisboa, freguesia de São Mamede, concelho e distrito de Lisboa, conforme planta constante do anexo à presente portaria e que desta faz parte integrante...»

Foto: Marcas das Ciências

05/04/2013

Ocupação abusiva do passeio na Rua da Imprensa Nacional





Chegado por e-mail:

«Para incm, reclamacoes, etica, cdi-mail, Polícia, info, mim, Peão, CML, info, publico, geral


Ex.mos srs.,

Esta manhã estavam 2 veículos pesados ao serviço da INCM a ocupar a totalidade do passeio na Rua da Imprenssa Nacional. 1 veículo, provavelmente da INCM, outro da Transportes Central Pombalense, conforme poderão verificar nas fotos anexas.

Esta situação acontece de forma SISTEMÁTICA, e é absolutamente INADMISSÍVEL!!! Demonstra uma enorme falta de respeito pelo peão, por obrigar este a circular pela estrada, numa via particularmente movimentada, e uma enorme falta de respeito pelo Munícipe, que mais cedo ou mais tarde será "chamado" a pagar o arranjo do passeio, por evidente incompatibilidade com o uso que lhe está a ser dado!

Será tão difícil à INCM transmitir aos seus fornecedores que cuidados deverão ser observados aquando da entrega de mercadorias?
Será tão difícil à INCM soliticar ao seus vigiliantes contratados, que assegurem que os seus fornecedores respeitam a lei, mantendo desocupados os passeios?

Já por diversas vezes chamei a atenção dos funcionários que se encontravam no local para esta situação e já dei conhecimento por escrito à INCM, sem que houvesse qualquer tomada de atitude,.

Solicita-se portanto, uma vez mais, que a INCM tome uma atitude que dignifique a instituição.

Não obstante, e como das diligência anteriores não foi obtido nenhum resultado, solicita-se, por conhecimento desta carta, que tomem as entidades responsáveis a medidas necessárias à rectificação desta situação, e que actuem em conformidade!

Não será já por falta de conhecimento desta situação que nada poderá ser feito. A manter-se, será apenas sintomática da falta de interesse de quem de direito!

Sem mais,

Rui Dias»

19/10/2011

Teatro da Politécnica. Amarelo, preto e de todas as artes

In I Online (19/10/2011)
Por Maria Catarina Nunes

«Desfalcados, exaustos, mas orgulhosos. Podia ser um grito de guerra, próprio dos tempos que correm, mas os termos são de Jorge Silva Melo, fundador e director artístico dos Artistas Unidos, que hoje inauguram uma casa nova, no Teatro da Politécnica, junto ao Jardim Botânico de Lisboa. Será a casa da companhia nos próximos três anos, nos termos de um contrato renovável com a reitoria da Universidade de Lisboa

A entrada é feita pelos portões do Museu de História Natural ou do Jardim Botânico. Entre as árvores, por detrás do edifício que agora está pintado de amarelo forte, está um escritório ao ar livre – uma mesa, cadeiras e computador – onde Jorge Silva Melo responde a e-mails e trata das papeladas próprias antes da abertura do novo espaço. “Nada mau, hã?”, recebe-nos de sorrisos e boa disposição, olhos no seu recanto de trabalho.

Dentro do edifício, o espaço é amplo: à esquerda, a bilheteira, que está a ser montada quando chegamos. Além dos ingressos, o pequeno balcão vai armazenar livros e DVD para vender. Ao fundo, atrás da bilheteira, a sala de grandes janelões de vidro que vai ser palco de algumas peças, mas hoje veste outra das roupas para a qual foi pensada: a exposição de Ângelo Sousa (entrada livre) também inaugura o espaço. Quadros de fundo brancos e pinceladas de cores sobre as paredes pretas; esculturas metálicas no chão, também negro. É do lado de lá desta sala, na rua, que Jorge Silva Melo montou o escritório (itinerante). “A instalação foi, e ainda está a ser, muito dolorosa. Houve alguns erros técnicos e falta de conversa, além de uma espécie de demissão da Direcção Geral das Artes, que apesar de anunciar esta abertura em quase tudo o que faz, não a mostra no seu site.”, diz Jorge Silva Melo. As obras de adaptação do edifício e o equipamento custaram 140 mil euros e a companhia contou com apoios da Câmara Municipal de Lisboa, da Fundação Calouste Gulbenkian e do extinto Ministério da Cultura, actual Secretaria Estado da Cultura. A Reitoria da Universidade de Lisboa encarregou-se da reabilitação estrutural do edifício.

Dentro dos tais “erros técnicos”, está a concepção da primeira bancada do teatro – recorda-se da entrada, onde fica a bilheteira? Para entrar na sala de teatro principal, com 80 lugares de assentos vermelhos, basta virar à direita. Enquanto conversávamos com Jorge Silva Melo, e como é natural nestas andanças de novos costumes, chegava a vistoria ao Teatro da Politécnica, que inspeccionou também a tal bancada da sala principal: “A equipa tem estado a trabalhar das 8h às 01h para ter as coisas prontas”. Enquanto lá estávamos, a inspecção olhou de lado, de frente e provavelmente por baixo dos assentos e, apesar de uns acertos de última hora, parecia estar tudo encaminhado – e seguro – para a estreia de hoje à noite.

Números: O director artístico está satisfeito com a abertura do espaço. Mas apesar de sublinhar o estímulo que sente ao poder abrir um teatro num momento pouco dados a estes acontecimentos, revela estar preocupado com o futuro imediato: “O Ministério [da Cultura, extinto] prometeu comprar material, mas isso ainda não se realizou e temos comprado com os nossos ordenados. E também sabemos que não vamos fazer mais convites: se por cada um que faço tenho de pagar 23% do IVA, por amor de Deus, não me peçam convites que me sai caríssimo!”

Apesar de todas as preocupações que lhe possam rondar a cabeça, Jorge Silva Melo solta as palavras como o faz com o riso. Sem largar os sorrisos da mão, tanto fala sobre o bom que é haver muita oferta cultural como salta para o medo que pode sentir volta e meia:“Tenho receio que os espectadores, neste momento, só encontrem as respostas às ambições culturais nas grandes instituições. Quando vou ao Teatro S. Luiz ou ao Nacional, as salas estão cheias. Mas há muitos que antigamente tinham muita gente e hoje não vejo quase ninguém”. A preocupação de Silva Melo é mais marcada, quando se recorda que pode haver “um cansaço da curiosidade”. O que quer dizer que os espectadores podem preferir sair de casa sabendo aquilo que vão encontrar, “confortavelmente sentados, vendo um espectáculo de qualidade ou não, mas compreensível e esperado. Sentem-se confortáveis com essa saída à noite”.

De uma forma ou de outra, o Teatro da Politécnica arrisca. Além das peças, exposições e livros, os Artistas Unidos querem promover conversas com a plateia:“No outro dia falava com a Paula Rego e dizia-lhe que não teria sido mal pensado chamar A Casa das Conversas a este teatro. Porque um teatro é isso: uma casa onde se pode conversar”. É por isso que depois das peças haverá conversas e encontros entre actores, encenador e público no Teatro da Rua da Escola Politécnica. “O que eu queria muito é que isto fosse não a casa dos Artistas Unidos, mas a casa dos espectadores dos Artistas Unidos”.

Por agora, a companhia pode estar desfalcada (“muitos dos apoios financeiros prometidos não chegaram”), exausta (“a batalha para conseguir o espaço foi longa”) e orgulhosa (“por conseguirmos um sítio tão bonito, tão próximo da vida de tanta gente e ao mesmo tempo tão recatado”). E talvez se não fossem tantas as estrangeiras, de idade avançada, a parar volta e meia na secretária ao ar livre do encenador, querendo saber “where is bor-bo-le-tário?”, Jorge Silva Melo não teria apontado nenhum dedo.

ESTREIA Abrir o novo espaço da companhia com uma peça de teatro clássico podedar a ideia que os Artistas Unidos querem deixar uma mensagem de teatro clássico. Mas “Não se Brinca com o Amor”, escrita em 1830 por Alfred Musset não traduz segundas intenções:“A programação deste ano estava delineada e tivemos a hipótese de abrir o Teatro da Politécnica”, conta Silva Melo. “Calhou que nem ginjas”. A graça que Silva Melo encontra é dele ser esperado outra tipo de apresentação:“Peças destroy sobre a juventude de agora, drogando-se, suicidando-se, a morrer de amor. Mas eu gosto de me contradizer”. A peça de Musset fala da juventude que não é a de hoje: “Mas é de uma inovação extraordinária para a época. Começa como uma farsa, depois é uma comédia e acaba com tragédia. Um volte face permanente das emoções e da análise”.»

24/08/2011

NÃO SE PERCEBE NADA


o cartaz da foto em anexo anuncia 2 meses de obras, sem dizer quais, a iniciar em Junho.

Que eu visse, o cartaz apareceu em Agosto e próximo da data em que as obras - que são de repavimentação - começaram (quase coincidindo com o termo anunciado).

mas se o troço referido é entre o Rato e a Trindade, a verdade é que só foi feito meio trabalho, do rato ao principe real, e em cerca de uma semana. Depois a maquinaria desapareceu toda.

Do Principe Real ao Lg trindade coelho permanece um pavimento miserável qual cidade de terceiro mundo, com buracos, lombas e remendos mal amanhados.

NÃO TENHO RAZÃO EM DIZER QUE NÃO SE PERCEBE NADA?

Cumprimentos

nc

06/11/2010

BE "chocado" com silêncio de Sá Fernandes sobre destino do Jardim Botânico

BE "chocado" com silêncio de Sá Fernandes sobre destino do Jardim Botânico

Plano de pormenor em discussão pública repudiado por Amigos do Jardim, por causa de construção nova e abate de espécimes. Assembleia municipal pode salvar recinto, diz Bloco

A deputada municipal do Bloco de Esquerda (BE) Rita Silva declarou-se ontem chocada com o silêncio do vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, perante o destino do Jardim Botânico de Lisboa. O recinto tornou-se anteontem monumento nacional.

Em causa está o plano de pormenor para esta zona da cidade, que inclui também o Parque Mayer e que se encontra em discussão pública até 23 de Novembro. Para os bloquistas, os lisboetas não têm consciência dos perigos que o jardim corre se o plano for aprovado, por causa do aumento de construção previsto, quer para dentro do recinto verde, quer em seu redor.

Preocupações partilhadas pela Liga dos Amigos do Jardim numa visita guiada ao local. "Com o aumento da altura dos prédios em redor do jardim - que já está a começar -, o Jardim Botânico torna-se mais seco e mais quente no Verão, devido à falta de circulação do ar. E isso impede que algumas espécies sobrevivam", explicou Pedro Lérias, dos Amigos do Jardim.

A visita incluiu uma inspecção à zona do recinto virada à Rua do Salitre, onde, apesar das denúncias da associação às entidades competentes, os prédios continuam a expandir-se, contribuindo para aquilo que os seus membros designam por asfixia do jardim. Há mesmo uma piscina em construção a escassos metros do muro do recinto, apesar de todos os monumentos beneficiarem de uma zona de protecção. Neste caso, a impermeabilização em volta do recinto é mais um problema, explicam os Amigos do Jardim. "Se o plano de pormenor for por diante, crescerá uma cinta de prédios em redor do recinto", assegura Manuela Correia, dos Amigos do Jardim.

A par da construção, o BE também critica as demolições previstas de alguns edifícios antigos que fazem parte do jardim, como estufas e herbários. As promessas dos arquitectos responsáveis pelo plano de pormenor de que tudo será reconstruído em cima de um novo edifício de quatro andares não os convence. Nem a eles, nem ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que levantou obstáculos às demolições. Por outro lado, salientam os Amigos, as obras implicarão abate de espécimes vegetais, alguns deles em vias de extinção. "Gostávamos muito de conhecer a opinião de Sá Fernandes sobre isto", diz Manuela Correia. Para Rita Silva, a salvação do jardim está nas mãos da assembleia municipal, que ainda pode chumbar o plano. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, ouvir os autores do plano. in Público, 6 de Novembro de 2010

Fotos (cortesia da Liga dos Amigos do Jardim Botânico): impermeabilização da área de protecção do Jardim Botânico já está a ser feita nos logradouros dos imóveis da Rua do Salitre. Se o Plano de Pormenor avançar, a impermeabilização será em grande escala e passará a incluir também os logradouros da Rua da Escola Politécnica e Rua da Alegria. Nas imagens vemos obras de impermeabilização dos logradouros da Rua do Salitre 143 a 157.

23/06/2010

O futuro dos Museus da Politécnica em reflexão


In Site da CML

«O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, esteve presente no Seminário de Reflexão sobre “O Futuro dos Museus da Politécnica”, promovido pela Reitoria da Universidade de Lisboa. A sessão pública teve lugar dia 22 de Junho, no Salão Nobre da Reitoria.

Neste seminário, onde se discutiu, essencialmente, o futuro do Museu Nacional de História Natural e do Museu da Ciência, ambos pertencentes à Universidade de Lisboa (UL), foi apresentado o Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente. A exposição esteve a cargo do arquitecto Aires Mateus, do atelier vencedor do concurso de concepção de ideias para o conjunto da zona, lançado pela autarquia em 2007.

Na sua intervenção, António Costa adiantou tratar-se de “um espaço excepcional”. “É uma área da cidade muito indefinida e que é primordial que deixe de o ser”, acrescentou o autarca, sublinhando a importância de “preservar a zona ao mesmo tempo que se tanta resolver o problema das acessibilidades”. “O que a cidade precisa é que, depois de todas as intervenções, possa contar com um excelente museu”, concluiu.

Mas a peça central de discussão públida deste foi o relatório elaborado por uma equipa internacional, coordenada por Reinhold Leinfelder, intitulado ‘Future targets and structure of the Museu nacional de História Natural and Museu de Ciência da Universidade de Lisboa (both known as Museus da Politécnica).

Segundo o Reitor da UL, “a carta de missão entregue à equipa internacional deixava uma grande margem de liberdade e definia duas grandes orientações”. “Por um lado, a preservação e requalificação do espaço da Politécnica, dos edifícios históricos, dos espólios e do Jardim Botânico para fins museológicos, científicos, culturais e artísticos. Por outro lado, a desefa de um projecto museológico integrado e unificado, com uma missão própria e um nome que o distinga e lhe dê visibilidade e projecção pública”, declarou.

Já Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, afirmou que “os museus são uma projecção da identidade colectiva e que estão, cada vez mais, a tornar-se numa projecção daquilo que será o futuro”.»

14/08/2009

Relato de um casal de peões e seu bébé na «Grande Alface»



«E lá na Grande Alface, decidimos os senhores de Pinheiro levar o Rititi Boy da Estrela até ao Chiado, empurrando carrinho que é como se passeiam os bebés desde que o mundo ficou motorizado. Ah, que grandes aventuras que gostamos nós de viver! Porque uma coisa é Madrid, uma cidade com passeios largos e mentalidade europeia e outra bem diferente é a nossa querida Lisboa, tão decadente, tão luminosa e tão desconfortável para o caminhante.

Mas comecemos pelo princípio, a saída de casa. Impossível, ficámos presos. Estacionada à porta do prédio eis que estava uma bela de uma carrinha audi A35, com os seus dez metros de comprimento escarrapachados no passeio. Matizo: à porta não, dentro da porta. Porque em Lisboa o conceito de estacionamento vai mais além dos limites lógicos da física, o dono da carrinha achou que a sua viatura estaria mais segura tapando a saída da minha casa. Foi mais ou menos quando Mr. Pinheiro começou aos pontapés à carrinha que eu me dei conta da odisseia em que se ia transformar um simples e simpático passeio pelas ruas da cidade. E como se tira um carrinho de bebé de uma casa lisboeta? À bruta. Apanha-se no carrinho com garra e atitude e poisa-se em cima da viatura que obstaculiza a saída do prédio. Ah, mas assim risca-se o carro, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o carro.

Seguimos: já na rua reparamos que não há passeios livres porque como ficou lá atrás explicado o lugar onde se estacionam os carros é em cima do passeio. Como ainda não tirei o curso de voar na escola de pássaros nem o meu marido gosta de exibir em público a seu superpoder do tele-transporte, não tivemos mais opção que empurrar o carrinho pela estrada, ali da rua de São Bernardo à Alvares Cabral. Um saltinho. Cinco minutos. Claro que não estávamos sozinhos. Taxis, carros, motas e camionetas faziam o favor de nos seguir, qual romaria à nossa senhora dos carrinhos, à trepidante velocidade de 0,010 km por hora. E que linda sinfonia que ouvíamos, senhores! Saiam-me da frente, buuuuu, fora daí seus caralhos, piiiii, e assim ficou o Rititi Boy a conhecer o dialecto da capital. Ah, mas assim entupiam o trânsito, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o trânsito.

Mais: a Alvares Cabral é uma grande avenida e o Rato, uma zona central, e a Rua da Escola Politécnica uma arteria das que chamam principal, com o Procuradoria-Geral da República a comandar a via. Pois muito bem, já andei em aldeias do terceiro mundo melhor pavimentadas que estas, por não falar já da lógica de pôr candeeiros no meio do passeio que impedem o normal caminhar ou do estado lamentável da puta da calçada portuguesa. Há partes da calçada, palavra de honra, que parecem remendadas por manetas cegos com ódios concretos aos pais com carrinhos e senhores em cadeiras de rodas. Obras sem sinalizar, cruzamentos tapados por camionetas e polícias que nem se dignam a parar o trânsito quando não se pode passar com o carrinho por culpa de uma betoneira no meio do passeio. Ah, mas o polícia só estava ali para fiscalizar a obras, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o polícia.

Até à Trindade encontrei um total de sete carrinhos de bebés, sendo de cinco eram empurrados por turistas nórdicos e dois por criadas sem medo a morrer atropeladas por um autocarro psicopata. Nativos, zero, o que também não é de estranhar devido ao pouco interesse que os autarcas municipais mostram por ter as ruas cheias de crianças. O centro de Lisboa, nesse sábado, aliás, estava, como sempre, às moscas, sem famílias, sem crianças que devem estar refundidas na expo ou nalgum centro comercial com estacionamento regulado e elevadores com capacidade para dez carrinhos de bebés. Já podem vir com teorias para reabilitar o centro ou gastar dinheiro em merdas de espectáculos de rua, mas bastava com arranjar os passeios, regular o estacionamento, que a gente ia lá, gozar a cidade, como se gozam todas as capitais europeias. Ah, mas Lisboa é gira porque é caótica, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda Lisboa, então.»

www.rititi.com/

Fotos: Av. Alvares Cabral,
Travessa do Conde de Soure e R. da Academia das Ciências