Mostrar mensagens com a etiqueta impermeabilização de logradouros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta impermeabilização de logradouros. Mostrar todas as mensagens

30/06/2021

Protesto por Licenciamento de obra de alterações em prédio oitocentista da Rua das Pretas

Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo


CC. PCML, AML e DGPC

Tomámos conhecimento do despacho de deferimento exarado por V. Exa. em 12 de Fevereiro de 2021, sobre o licenciamento de obras de ampliação com alterações a realizar em edifício "pombalino tardio" (curiosidade referida na memória descritiva do projecto), sito nos nº 8-24 da Rua das Pretas (processo nº 2068/EDI/2017), cujo promotor é a empresa Splendimension, S.A.

Entretanto iniciaram-se as respectivas sondagens de estruturas, sendo possível observar desde a rua o estado calamitoso em que agora se encontram os interiores dos pisos das lojas (com fabuloso pé-direito) e 1º andar deste imponente edifício do século XIX, eventualmente já como consequências dessas sondagens, e onde existem ainda, respectivamente, um sistema estrutural de colunas de ferro altas originais, e alguns bons estuques, azulejos e cantaria.

Serve o presente, portanto, para apresentarmos o nosso protesto a V. Exa. e aos Serviços que tutela por, mais uma vez:

-Estimularem o esventramento de um prédio, ainda praticamente original, de uma Lisboa oitocentista, em vez de obrigarem a que os promotores recuperem os imóveis, respeitando os materiais e a compartimentação dos interiores, o que, manifestamente não é assegurado na memória descritiva do projecto, na qual, ao mesmo que se propõe a recuperação dos estuques e a retirada dos azulejos para recuperação e recolocação, se propõe uma nova compartimentação dos apartamentos;
- Não promoverem uma implantação mais inteligente do elevador - ao aprovarem a ocupação simplista na caixa das escadas que em nada contribui para a salvaguarda das qualidades espaciais da escadaria (já foram testadas outras soluções, em reabilitação de prédios desta época, ao se instalar o elevador numa zona adjacente à caixa de escada).
- Distorcerem o espírito do Plano de Urbanização da Zona Envolvente da Avenida da Liberdade, tornando-o num mero instrumento de manutenção de fachadas e alinhamento de cérceas empobrecendo progressivamente o património da cidade enquanto promotores milionários vão somando lucros crescentes;
- Não garantirem sequer a integridade da composição da fachada ao permitirem a destruição de um dos vãos em arco do piso térreo para dar lugar a uma nova porta de entrada de viaturas automóveis o que vai interromper a elegante métrica e composição da fachada principal.
- Aceitarem uma proposta de estacionamento para viaturas automóveis no logradouro que implicará a supressão integral do alçado a tardoz do piso das lojas (incluindo a demolição de parte dele), ficando os novos espaços comerciais sem janelas para o logradouro (que desaparece) ou com porta/janela a abrir directamente para o estacionamento - perguntamos como é possível que os serviços aprovem este tipo de propostas que nada mais são que o resultado de se forçarem os edifícios a receber programas que vão contra a natureza do imóvel.
- Violarem o espírito do Plano Director Municipal em vigor, incentivando a impermeabilização do solo, ao aprovarem a construção de estacionamento ocupando 100% do logradouro, aumentando ainda mais a propensão a cheias numa zona já ciclicamente fustigada por elas, em vez de obrigarem ao desmantelamento dos anexos existentes no logradouro para libertação do mesmo e assim se possibilitar a permeabilização dos solos.

Compreendemos que a CML, dada a já habitual ausência de pronunciamento capaz por parte da DGPC em termos de defesa do conjunto classificado da Avenida da Liberdade (CIP), não queira fazer o que, por lei, não lhe compete em termos de salvaguarda do Património Cultural de Interesse Público, na circunstância o edificado no século XIX, facto que em muito empobrece a cidade; mas continuamos sem compreender a razão por que a CML insiste em praticar o contrário do que defende em teoria no PDM, mais precisamente em matéria de percentagens mínimas obrigatórias de superfície de logradouro permeável e de ratio de estacionamento por habitante/apartamento, até porque se essas percentagens já eram obsoletas aquando da entrada em vigor do PDM, em 2012, muito mais o serão à luz do Urbanismo do século XXI.

Continuamos, pois, a aguardar pela respectiva actualização do PDM, nessa e noutras matérias, em prol de uma capital europeia defensora do Ambiente e do Património.

Finalmente, questionamo-nos sobre o destino a dar à farmácia Galénica, que ainda possui mobiliário e todo um programa decorativo do século XIX in situ, uma loja, refira-se, plena de história.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, Jorge Santos Silva, Nuno Caiado, Júlio Amorim, Maria Teresa Goulão, Martim Galamba, Helena Espvall, Pedro Fonseca, Eurico de Barros, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Carlos Boavida, Gonçalo Cornélio da Silva, Gustavo da Cunha, Virgílio Marques, António Araújo, Miguel Jorge, Pedro Jordão, João Oliveira Leonardo, Maria Ramalho, Beatriz Empis, Pedro Machado, José Maria Amador, Teresa Silva Carvalho, Maria do Rosário Reiche (30.6.2021)

...

Resposta da CML (16.7.2021)

«Exmos. Senhores,

Em resposta à exposição apresentada ao Senhor Vereador Ricardo Veludo, a propósito da obra licenciada para o imóvel sito na Rua das Pretas, 8-24 cumpre-nos esclarecer os propósitos da decisão fundamentada que a Câmara Municipal tomou sobre o projeto, relativo ao processo n.º 2068/EDI/2017.

A operação urbanística em análise refere-se a uma obra de reabilitação com ampliação de um edifício com uso misto, adaptando-o ao uso predominantemente habitacional (20 fogos e 3 frações de uso terciário no piso térreo), incluindo a criação de lugares de estacionamento, com recurso a sistema de arrumação por meios mecânicos, num total de 15 lugares.

O imóvel localiza-se em área abrangida pelo Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), em Área Histórica Habitacional do Sector B.

A intervenção estrutural identificada no projeto tem como princípio base a preservação da identidade construtiva e estrutural do edifício, corrigindo danos existentes e melhorando o seu desempenho estrutural face às atuais exigências normativas e de utilização.

Será privilegiada a adoção de materiais compatíveis com os existentes (madeiras e argamassas à base de calou bastardas), limitando o uso de novos materiais como o aço e o betão às situações estritamente necessárias. As alterações decorrentes da nova arquitetura permitem manter na generalidade a tipologia estruturas existente, prevendo-se reparações e reforços estruturais de diversa natureza, inclusivamente para resistência anti-sísmica. Estas ações encontram-se detalhadamente descritas no Relatório de Intervenção Estrutural proposta, anexo à Memória Descritivo do projeto.

Do ponto de vista patrimonial será de realçar que, antecedente a este projeto, decorreu a apreciação do processo 272/EDI/2017, no âmbito do qual foi emitido um parecer desfavorável da Direção-Geral do Património Cultural porque:
“Os representantes da DGPC consideraram não ser possível uma apreciação completa do pedido de licenciamento atendendo a que:
O relatório prévio, elaborado nos termos do Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15-6 e da portaria de classificação da Avenida da Liberdade, deverá incluir um estudo mais profundo da condição estrutural do imóvel, indicando qual a metodologia para resolução das anomalias e para implementação das soluções propostas pelo projeto de arquitetura;
O relatório fotográfico dos interiores deverá ser sistemático e não seletivo e a impressão desse relatório deverá apresentar qualidade que permita a sua leitura; Deverá esclarecer-se a solução apontada nos desenhos de revestimento de todas paredes interiores; (…)”

O projeto submetido através do processo 2068/EDI/2017 incluiu alterações e mereceu uma ponderação favorável por parte da DGPC, condicionando ainda assim uma aprovação do projeto à verificação de aspetos de natureza patrimonial: “(…)o projeto é maioritariamente viável, atendendo a que a obra prevista permitirá utilizar o imóvel, mantendo as suas principais características autênticas e a sua contribuição para a singularidade do conjunto classificado. Contudo, importa ainda esclarecer qual o património integrado a preservar e os respetivos métodos de conservação e restauro, incluindo painéis de azulejo, tetos em estuque e pinturas decorativas em paredes. Também deverá ser encontrada solução estrutural de reforço que evite o encamisamento dos pilares metálicos do piso térreo com betão armado.”

No decurso da apreciação do processo, a entidade requerente foi igualmente notificada para esclarecimentos de diversa natureza, incluindo os relativos ao parecer da DGPC, à fundamentação para as demolições projetadas para os efeitos do art. 11º do regulamento do PUALZE, conjugado com o nº 1 do art. 45º do RPDML e à preservação das chaminés e dos tetos em estuque.

Os novos elementos entregues mereceram uma apreciação favorável da Comissão da DGPC que concluiu que o “aditamento em análise refere-se exclusivamente à proposta de restauro ou reconstituição do património integrado.”, e justificaram o enquadramento das demolições preconizadas na alínea d) do n.º 1 do art.º 11º do PUALZE (elementos degradados e sem valor patrimonial relevante).

Do ponto de vista patrimonial salienta-se assim o acompanhamento do projeto pela DGPC, devidamente caracterizado com relatório prévio de contextualização histórico-arqueológica, levantamento fotográfico, análise estrutural e estudo preliminar da estrutura e relatório técnico de conservação e restauro.

Sobre a ocupação do logradouro será de evidenciar a situação pré-existente, com as deficientes condições para a sua fruição pelo facto de os logradouros confinantes se encontrarem ocupados e a cotas superiores em 4 a 6 metros. Foi entendimento dos serviços que a proposta de ocupação do logradouro com estacionamento se enquadra na alínea b) do art.º 26º do PUALZE.

Alçado principal – proposta (peças desenhadas do projeto)

Situação atual – logradouros envolventes (MD do projeto)

Com os melhores cumprimentos.

Rosália Russo
Diretora Municipal do Urbanismo»

14/01/2019

Petição "Vamos salvar o antigo Museu da Rádio e o seu jardim!" - Assine e divulgue, por favor!


Assine e divulgue, por favor:

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT89940

Obrigado.

...

Para: Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa

À atenção do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
À atenção da Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa


A Câmara Municipal de Lisboa (CML) insiste em permitir a construção de três edifícios no quintal do palacete do antigo Museu da Rádio da Rua do Quelhas, 21-23, com 3 caves para carros, invocando que nesse quintal já existem construções, que existem, sim, mas que são abarracados e ilegais.

A CML insiste em permitir essa construção mesmo em cima dum leito de ribeira subterrâneo!

A CML não parece importar-se de criar as condições objectivas para que ocorra uma catástrofe, uma derrocada imensa, em resultado de escavações com mais de 9 metros de profundidade numa colina (“Colina do Parlamento”) onde já ocorreram deslizamentos de terras, por demasiadas vezes.

Por despacho do Vereador do Urbanismo, a CML aprovou um projecto de arquitectura (com assinatura do arq. José Mateus), que implica, para lá do já assinalado, a destruição de parte dos azulejos que cobrem o muro setecentista do logradouro, e a edificação de 4 mil m2 por via de prédios com pelo menos 4 pisos, que provocarão o ensombramento das ruelas da Madragoa em volta deste lote.

Madragoa que é candidata à classificação de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO!

Os abaixo assinados:

1. Apelam à CML e à AML pela preservação do que ainda existe de genuíno e valoroso nos bairros históricos da Madragoa e da Lapa.
2. Apelam, por isso, à CML para que em vez de novas construções em logradouro, e consequente impermeabilização do solo, com previsíveis graves efeitos a médio e longo-prazo, apenas aprovem a permeabilização do mesmo, por via da plantação de jardim.
3. Apelam, ainda, a que este projecto seja devidamente apreciado e votado em sede de Reunião de CML.

Lisboa, 27 de Junho de 2018.

...

A nossa petição vai ser apreciada em plenário da Assembleia Municipal de Lisboa na próxima 3ª-feira, dia 15 de Janeiro, pelas 15h.

A ordem de trabalhos pode ser vista aqui: http://www.am-lisboa.pt/251000/1/,000556/index.htm

Poderão encontrar o relatório da 3ª Comissão Permanente da AML, assim como os seus anexos, aqui: http://am-lisboa.pt/302500/1/011190,000449/index.htm

E as respectiva Recomendação à CML aqui: http://am-lisboa.pt/302000/1/011194,000419/index.htm

N.B. Consideramos muito positiva a Recomendação 049/01 da 3ª Comissão Permanente que, em traços gerais, aconselha a CML à reapreciação do pedido de licenciamento em conformidade com os regulamento urbanísticos em vigor.

16/10/2016

DEMOLIDO: Calçada da Estrela, 145

Mais uma demolição, na Calçada da Estrela. Mais uma falsa reabilitação, e muito provavelmente teremos aqui mais uma impermeabilização de logradouro para abertura de caves de garagem.

22/02/2016

O PROBLEMA DOS LOGRADOUROS NA CIDADE DE LISBOA


Mais um logradouro que vai desaparecer. Rua Presidente Arriaga. Freguesia da Estrela. Lisboa.

Os logradouros são espaços verdes muito importantes para a qualidade de vida dos moradores das cidades, promovendo a riqueza da biodiversidade, suavidade da paisagem, permeabilização dos solos e qualidade do ar. Constituindo no seu conjunto uma riqueza excepcional, eles representam hoje um problema para a cidade de Lisboa.

A Câmara Municipal de Lisboa tem disso consciência e frequentemente apela à defesa da biodiversidade e à necessidade urgente da melhoria da qualidade do ar que respiramos, mas não faz o suficiente para a salvaguarda dos logradouros, como o prova o Plano Diretor Municipal em vigor desde 2012 e cujo regulamento foi por ela e pela Assembleia Municipal aprovado.

De facto, o artigo 44.º do PDM que regula a ocupação dos logradouros na cidade de Lisboa, sendo de interpretação confusa, não defende convenientemente aquelas estruturas, permitindo a sua ocupação. Também, a introdução de fórmulas matemáticas denominadas “superfície vegetal ponderada” tornam difícil a sua aplicação prática.

Quanto a nós houve um retrocesso no que se refere à defesa dos logradouros e o artigo 44.º deveria ser reformulado. Compreendemos que a ocupação total dos logradouros por construção valoriza a propriedade de quem vai construir, mas empobrece a cidade de Lisboa, comprometendo o seu futuro que temos obrigação de legar valorizado às gerações vindouras.


João Pinto Soares

25/03/2015

Travessa do Arco a Jesus: Mais uma garagem, Menos um jardim...

 ...removendo o solo do logradouro: menos superfície para absorver as águas pluviais, mais inundações
 ...e demolindo o antigo muro em alvenaria de pedra do logradouro!
Resumindo, é uma construção nova, mal disfarçada de "Reabilitação". Lisboa no seu pior.

22/03/2015

Lisboa, ou fim dos logradouros: Trv. do Alcaide



 ...aqui existia terra, solo... agora é uma caixa de betão armado.
Mais um logradouro, outrora jardim, impermeabilizado para a construção de garagens. Em Santa Catarina, na Travessa do Alcaide torneja Rua da Hera 28

18/03/2015

DEMOLIR LISBOA: Av. da Liberdade 238

Mais um imóvel perdido na Av. da Liberdade 238 (com frente também para a Rua Rodrigues Sampaio 91 ). Este edifício da Lisboa Entre Séculos já tinha passado por múltiplos ataques desde incêndio de origem duvidosa, que lhe destruiu os luxuosos e requintados interiores, até roubos, demolições parciais e muitos anos de puro abandono. Hoje já só lhe resta a fachada para a Avenida da Liberdade porque a também bela fachada de tardoz acabou de ser completamente destruída. Decorrem neste momento os trabalhos de escavação de um enorme buraco para as caves de garagem... Será portanto mais um logradouro 100% impermeável (maior volume de águas pluviais a ir parar à Baixa, mais inundações).

30/11/2012

Novos aluimentos na Rua de Santa Marta

Os buracos continuama a surgir no eixo Rua de Santa Marta/Rua de S. José. Eis o mais recente, nascido junto do nº 38 da Rua de Santa Marta. Com a continuação da política de incentivo à impermeabilização de logradouros - mais as bombagens de águas em diversas caves (autorizadas pela CML no vale da Avenida da Liberdade!) - não é de admirar estes sucessivos aluimentos. A cidade vai pagar caro pelas decisões irresponsáveis da CML nas últimas décadas. Foto: Ana Alves de Sousa.

29/11/2012

Mais um logradouro impermeabilizado em Lisboa: Rua Diogo do Couto 8




Em tempos o FCLX e o SOS Lisboa fizeram alertas sobre o início de obras neste curioso imóvel na freguesia de Santa Engrácia: http://lisboasos.blogspot.com/2011/09/alerta-cidadaos.html

As obras entretanto terminaram e a Araucária aparenta estar bem. Eram muitas as nossas preocupações com o futuro desta bela árvore. Afinal, é a única árvore no arruamento! Na nossa opinião a grande nota negativa neste projecto: o logradouro foi praticamente todo impermeabilizado e não parece que vá existir qualquer tipo de cobertura vegetal para além da Araucária que ficou do antigo jardim! Vejam as imagens do local onde antigamente houve um jardim... Enfim, é este o modelo de logradouro que a nossa cidade está a adoptar em todo o lado. Logradouro a logradouro, quintal a quintal, a cidade vai reduzindo a sua área de solos permeáveis co consequências graves para todos. Em Lisboa, apesar de ser a capital, ainda não se dá valor aos espaços verdes - um quintal ou jardim é quase sempre visto como área para explorar imobiliariamente, construindo! No entanto, um jardim neste logradouro da R. Diogo do Couto não iria valorizar o imóvel e os seus apartamentos?

26/10/2011

RUA DE SÃO JOSÉ: entrada de garagem em frente à Igreja de S. José (IIP)

Demolição integral do R/C desta fachada para abertura de uma entrada de garagem de um novo hotel cuja entrada principal se fará pela Av. da Liberdade. Entretanto, e durante os cerca de dois anos que durou a abertura das caves para estacionamento, podia ser observado no local uma mangueira a bombear água do interior do quarteirão para a rua! Ou seja, a Rua de S. José - e neste caso em particular, um edifício em frente de um Imóvel classificado como IIP, a Igreja de S. José e Casa dos Vinte e Quatro - é tratada como mero arruamento de serventia dos imóveis da Av. da Liberdade. É assim que a CML trata um arruamento histórico como a Rua de S. José. E é este o entendimento que a maior parte dos operadores hoteleiros têm deste arruamento e bairro histórico.

22/08/2011

Outra vez na calha?


Rua Rosa Araújo, 14-16

Em 21 de Janeiro de 2009, foi chumbado em reunião de CML o projecto de alterações da Imonormandia - Sociedade Imobiliaria, Lda, 2028/EDI/2006, que consubstanciava a demolição integral dos interiores deste edifício na martirizada Rosa Araújo, bem como a sua ampliação em pisos recuados e o esventramento do subsolo para os inevitáveis pópós. Votaram contra na altura: PSD, PCP, JSF e CPL. Lisboa com Carmona absteve-se.

Em 5.8.2011 entrou na CML o projecto de alterações 813/EDI/2011 do Imourbe - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado. Como se supõe que melhoria, o projecto não deve ter tido, eis uma dupla curiosidade:

Se vai a reunião de CML ou a mero despacho do vereador e qual a votação agora.

04/07/2011

Mais um na calha


Rua do Quelhas, 21


Este é o edifício da antiga Emissora Nacional e antigo Museu da Rádio, fica na Lapa, e tem sobre si um projecto de alterações/ampliação, dando seguimento a um Pedido de Informação Prévia aprovado em reunião de CML (votos a favor PS, PCP e JSF) em 2009. Vamos ver no que dá ... aceitam-se apostas.

21/03/2011

AVENIDAS NOVAS: interior dos quarteirões impermeabilizados

A impermeabilização dos solos em algumas zonas de Lisboa está a atingir um grau muito perigoso. As Avenidas Novas são talvez o exemplo mais grave da capital. A maioria dos quarteirões já estão 100% impermeabilizados - tudo em nome do estacionamento. Desde os finais do séc. XIX altura do início da construção das Avenidas Novas, milhares de árvores foram abatidas e milhares de m3 de solo foram retirados para se construirem caves e outras construções que em conjunto resultaram na impermeabilização irresponsável de uma enorme área da cidade. Tomemos o quarteirão formado pelas ruas Viriato, Latino Coelho, Pedro Nunes e Tomás Ribeiro como "caso de estudo". Dos 15 imóveis que formam o quarteirão oitocentista apenas 2 prédios de rendimento datados de 1906 (Rua Tomás Ribeiro, 8 e 10) retêm os seus logradouros ocupados com quintais (onde não faltam as lisboetas Nespereiras e Citrinos). Tudo o resto é o que se vê na imagem: uma massa compacta e caótica de armazéns, garagens, etc. A qauylidade arquitectonica de 90% dos edifícios novos é mediocre ou má. O que ganhou a cidade com esta ocupação selvagem pelo betão? Mais uma ilha de calor, sem as funções ecológicas importantes que os logradouros desempenham nas cidades. E agora o que fazer no futuro? Como reverter o interior dos quarteirões das Avenidas Novas para funções e ocupações mais concordantes com modelos de desenvolvimento sustentável? Uma pergunta para o Dia Mundial da Árvore.

24/01/2011

Alerta: Um Bairro em Risco!



Na Rua de São José bombeia-se dia e noite a água que aparece nas caves já construídas e nas que ainda estão a ser escavadas!

No Vale: na Rua de São José vários prédios foram (e estão a ser) destruídos para servirem de acesso e garagens aos novos imóveis que foram (e estão a ser) construídos na Avenida da Liberdade.

Na Encosta: na Rua do Passadiço começa agora o mesmo processo de destruição. Estão a ser esventrados diversos prédios (alguns com interiores absolutamente notáveis). Num deles anuncia-se a construção de três pisos de caves.


O que está a acontecer?

Ao licenciar, de forma avulsa, a construção de caves sem analisar as condições específicas do Bairro/zona onde se situam e as consequências futuras da sua construção, a Câmara Municipal de Lisboa está a pôr em risco o Bairro de São José, um Bairro Histórico da cidade!

As inundações constantes e os buracos que surgiram recentemente na Rua da Fé põem a nu o problema!

A impermeabilização de solos em zonas sensíveis da cidade não pode continuar!

21/01/2011

Construções cobrem 60 por cento do solo de Lisboa

In Público (21/1/2011)
Por Helena Geraldes

«Estradas, edifícios e parques de estacionamento cobrem com betão e pedras 60 por cento do solo de Lisboa, ou seja, 105 metros quadrados por habitante, revela um estudo da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) sobre impermeabilização de 38 capitais europeias.

As cidades com menor percentagem de solo impermeabilizado são Estocolmo, Berna e Oslo, com pouco mais de 20 por cento. No extremo oposto encontram-se Bucareste, Tirana e Varsóvia. As capitais da Roménia, da Albânia e da Polónia são aliás as únicas com maior percentagem de solo impermeabilizado do que Lisboa, que surge nesta lista feita a partir de dados de satélite (relativos a 2006). O que faz da capital portuguesa a quarta mais impermeabilizada na Europa.

No rácio de cobertura do solo por habitante, as capitais mais impermeabilizadas são Nicósia (Chipre), Luxemburgo e Vaduz (Liechtenstein).

Os dados revelados anteontem pela EEA não surpreendem Eugénio Sequeira, especialista em solos e presidente da assembleia geral da Liga para a Protecção da Natureza. "Na década de 1990 a 2000, a área impermeabilizada no país aumentou 50 por cento", com as cidades a crescerem "nos sítios com melhores solos". No caso de Lisboa, os barros vermelhos.

"Infelizmente, tivemos duas leis - a Reserva Agrícola Nacional e a Reserva Ecológica Nacional - que deveriam salvaguardar os melhores solos e que não são cumpridas", frisa Eugénio Sequeira, salientando que a impermeabilização é um processo irreversível.

Também a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza sustenta que, nas últimas décadas, solos muito produtivos têm sido ocupados, "sistematicamente desafectados da Reserva Agrícola Nacional". Segundo esta organização, existem casos "de ocupação recente de zonas de risco de cheia que deveriam estar classificadas como Reserva Ecológica Nacional".

A associação salienta que este pode ser um momento importante para "inverter" a tendência, uma vez que "muitos planos directores municipais estão em revisão, se equaciona uma futura Lei dos Solos e já está aprovada uma estratégia de adaptação às alterações climáticas".»

...

Só 60%? Devem ter contabilizado no espaço disponível os parques e jardins públicos. Seja como for, na próxima década, "descansem", que serão muito mais %.

10/11/2010

Novo PDM de Lisboa é hoje votado

In Sol Online (10/11/2010)

«Dezasseis anos após a entrada em vigor do actual Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa, a proposta de revisão do principal documento regulamentador de ordenamento do território da cidade é hoje apreciada pelo executivo camarário, após contributos da oposição.

Segundo a autarquia, o PDM apresentado pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), resulta da «concertação com todas as forças políticas representadas» no executivo - PSD, PCP, CDS e os dois grupos que elegeram vereadores independentes nas listas do PS, a associação Lisboa é Muita Gente e o movimento Cidadãos por Lisboa.

O vereador do CDS diz, contudo, que o acordo feito pela autarquia com a Lisboa é Muita Gente a propósito da construção em logradouros baixou o índice médio de permeabilidade dos solos na cidade, reduzindo, inclusive, «de 80 para 65 por cento a permeabilidade nas áreas históricas».

António Carlos Monteiro refere que, enquanto na proposta inicial de regulamento do PDM havia índices definidos, na nova proposta, entregue na segunda feira ao final do dia, «esse dado é remetido para a figura da Superfície Verde Ponderada e, feitas as contas, isso reduz o índice de permeabilidade, que nas áreas inundáveis pode chegar a 30 por cento».

A construção em logradouros e a criação de créditos de edificabilidade foram os dois temas mais polémicos na primeira discussão da proposta em reunião do executivo.

O novo PDM, que será depois enviado à comissão de acompanhamento (presidida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo) prevê, por exemplo, a transformação da 2.ª Circular numa «avenida urbana», a instalação de uma rede de transportes com eléctrico rápido, metro de superfície ou trólei, mais áreas pedonais e a recuperação em dez anos de 90 por cento dos edifícios degradados.

O objectivo de Manuel Salgado é que a assembleia municipal possa discutir o documento até Julho do próximo ano.

Lusa /SOL»

Logradouros: enganaram Ribeiro Telles ou foi o vereador do CDS-PP que não viu os mapas?

In Público (10/11/2010)
Por Ana Henriques


«José Sá Fernandes garante que em 110 hectares de logradouros espalhados por Lisboa a impermeabilização vai ser limitada a dez por cento da área total

O arquitecto paisagista Ribeiro Telles "foi enganado ou deixou-se enganar" pela Câmara de Lisboa na polémica da preservação dos logradouros, declarou ontem o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro.

Segundo este vereador, apenas os logradouros que integram corredores verdes ficam salvaguardados, com a proibição de construção em 90 por cento da sua área. "Mas no resto da cidade a área permeável obrigatória baixa de 30 para 20 por cento", sublinha.

Em causa está a possibilidade de construção nos terrenos habitualmente situados nas traseiras dos prédios, algo que o actual Plano Director Municipal (PDM) restringe mas que o regulamento que o vai substituir poderá vir a liberalizar.

A associação Lisboa é Muita Gente, de que faz parte Ribeiro Telles, tem-se mostrado preocupada com essa intenção por causa das consequências nefastas da impermeabilização crescente dos solos da cidade, nomeadamente a nível de cheias, e firmou na anteontem um acordo com a Câmara de Lisboa, sobre este e outros aspectos, com o qual Ribeiro Telles se mostrou satisfeito. A associação foi criada nas últimas eleições autárquicas para apoiar o então candidato a vereador José Sá Fernandes, que integrou as listas do PS como independente.

Depois de analisar o resultado do acordo, o vereador do CDS-PP mostra-se surpreendido: "A permeabilidade dos logradouros das zonas históricas é reduzida de 80 para 65 por cento nas áreas históricas. E nas zonas de alta densidade urbana pode ficar apenas em dez por cento".

Contactado pelo PÚBLICO, Ribeiro Telles remeteu explicações para o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, que garante que o acordo entre a câmara e a sua associação permite, de facto, um "ganho extraordinário" em matéria de espaços verdes. "O vereador do CDS-PP esqueceu-se de olhar para a planta da cidade em que foram marcados como espaços verdes 110 hectares de logradouros, 65 dos quais em zonas históricas", reage Sá Fernandes. "Nesses locais, a impermeabilização dos terrenos não pode ultrapassar os dez por cento da área total. Quanto aos logradouros das áreas históricas que não foram objecto desta classificação, que são cerca de 19 hectares de terrenos, a impermeabilização máxima autorizada é de 35 por cento". O autarca chama ainda a atenção para uma nova disposição que obriga os proprietários de logradouros impermeabilizados que quiserem fazer obras a destapar 20 ou 30 por cento destas áreas, de modo a torná-las permeáveis. Quanto aos logradouros do resto da cidade, "fica garantida uma permeabilidade de 65 por cento".

O PSD defende que os logradouros dos imóveis e conjuntos arquitectónicos da carta municipal do património devem ser "especialmente tratados e preservados, com vista à sua requalificação paisagística, através de projecto de espaços exteriores".

Está previsto que a proposta do novo Plano Director Municipal seja votada na reunião de câmara de hoje. Mas o facto de as últimas alterações ao documento terem sido efectuadas já esta semana pode inviabilizar essa votação, por causa da antecedência com que as propostas têm, por lei, de ser entregues aos vereadores. A fase seguinte da discussão terá lugar na Assembleia Municipal de Lisboa, onde o PSD ainda pode, se aliado a outros partidos da oposição, vir a chumbar a proposta de revisão do PDM.»

06/11/2010

BE "chocado" com silêncio de Sá Fernandes sobre destino do Jardim Botânico

BE "chocado" com silêncio de Sá Fernandes sobre destino do Jardim Botânico

Plano de pormenor em discussão pública repudiado por Amigos do Jardim, por causa de construção nova e abate de espécimes. Assembleia municipal pode salvar recinto, diz Bloco

A deputada municipal do Bloco de Esquerda (BE) Rita Silva declarou-se ontem chocada com o silêncio do vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, perante o destino do Jardim Botânico de Lisboa. O recinto tornou-se anteontem monumento nacional.

Em causa está o plano de pormenor para esta zona da cidade, que inclui também o Parque Mayer e que se encontra em discussão pública até 23 de Novembro. Para os bloquistas, os lisboetas não têm consciência dos perigos que o jardim corre se o plano for aprovado, por causa do aumento de construção previsto, quer para dentro do recinto verde, quer em seu redor.

Preocupações partilhadas pela Liga dos Amigos do Jardim numa visita guiada ao local. "Com o aumento da altura dos prédios em redor do jardim - que já está a começar -, o Jardim Botânico torna-se mais seco e mais quente no Verão, devido à falta de circulação do ar. E isso impede que algumas espécies sobrevivam", explicou Pedro Lérias, dos Amigos do Jardim.

A visita incluiu uma inspecção à zona do recinto virada à Rua do Salitre, onde, apesar das denúncias da associação às entidades competentes, os prédios continuam a expandir-se, contribuindo para aquilo que os seus membros designam por asfixia do jardim. Há mesmo uma piscina em construção a escassos metros do muro do recinto, apesar de todos os monumentos beneficiarem de uma zona de protecção. Neste caso, a impermeabilização em volta do recinto é mais um problema, explicam os Amigos do Jardim. "Se o plano de pormenor for por diante, crescerá uma cinta de prédios em redor do recinto", assegura Manuela Correia, dos Amigos do Jardim.

A par da construção, o BE também critica as demolições previstas de alguns edifícios antigos que fazem parte do jardim, como estufas e herbários. As promessas dos arquitectos responsáveis pelo plano de pormenor de que tudo será reconstruído em cima de um novo edifício de quatro andares não os convence. Nem a eles, nem ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que levantou obstáculos às demolições. Por outro lado, salientam os Amigos, as obras implicarão abate de espécimes vegetais, alguns deles em vias de extinção. "Gostávamos muito de conhecer a opinião de Sá Fernandes sobre isto", diz Manuela Correia. Para Rita Silva, a salvação do jardim está nas mãos da assembleia municipal, que ainda pode chumbar o plano. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, ouvir os autores do plano. in Público, 6 de Novembro de 2010

Fotos (cortesia da Liga dos Amigos do Jardim Botânico): impermeabilização da área de protecção do Jardim Botânico já está a ser feita nos logradouros dos imóveis da Rua do Salitre. Se o Plano de Pormenor avançar, a impermeabilização será em grande escala e passará a incluir também os logradouros da Rua da Escola Politécnica e Rua da Alegria. Nas imagens vemos obras de impermeabilização dos logradouros da Rua do Salitre 143 a 157.

02/11/2010

POSTAIS DA BAIXA: Rua de Santa Justa

O cruzamento da Rua de Santa Justa com a Rua da Prata depois das inundações do dia 29 de Outubro... Continuem a atrefa irresponsável de impermeabilizar logradouros para caves de estacionamento. Por mais disfarçados que sejam de "jardins suspensos", uma laje de betão com cobertura de relva e arbustos nunca cumprirá as funções vitais de um autêntico logradouro.