04/05/2007

A «Recuperação do Campo Pequeno» na OE #2

A Contenção 3 (Fig. 6-3 e 5) situa-se exteriormente a um conjunto radial de pilares da Praça, com 0.35m de espessura, e é constituída por uma parede “tipo Berlim”. A sua estabilidade durante a construção foi garantida através de ancoragens na zona dos torreões, e de tirantes na restante área, os quais foram ligados à Contenção 2, como referido anteriormente.

O procedimento de cálculo das cortinas constou da análise por elementos finitos, através do programa de cálculo PLAXIS, o que permitiu a determinação dos esforços e a previsão dos deslocamentos, sendo realizadas diversas análises bidimensionais, representativas das várias situações em obra (Fig. 7). No que diz respeito ao terreno, foram utilizados os critérios de rotura de Mohr-Coulomb e o modelo de “Hardenig Soil” disponível no programa.


Fig. 7 - Esquema construtivo para a cota máxima de escavação e respectiva malha de elementos finitos do estudo efectuado

A parede moldada foi considerada elástica-linear, assim como as ancoragens e tirantes. As interfaces cortina-solo foram modeladas através de elementos de junta, tomando-se para estes elementos uma resistência ao corte de 2/3 da resistência ao corte do solo adjacente. Na figura 7, apresenta-se um esquema geral das contenções (1, 2 e 3) e um modelo de elementos finitos utilizado na análise das contenções 2 e 3 na zona onde são adoptados dois níveis de tirantes e três de ancoragens. Por fim, na figura 8 apresenta-se a evolução da escavação em torno do edifício, até à cota de fundação da nova estrutura envolvente.


Fig. 8 - Perspectiva do faseamento de escavação no alçado principal

Túneis sob o edifício

A ligação entre a coroa circular exterior e a zona interior, sob a arena, ambas correspondentes à área comercial, faz-se através de cinco acessos horizontais (Fig. 2). Os quatro acessos principais destinam-se a utilização pública e apresentam uma largura livre de 4.0 m, e o quinto é um túnel de serviço e possui uma largura de 1.8 m. Para a totalidade dos túneis, a largura livre necessária tornou incontornável a sua passagem sob as fundações existentes.

Sendo as fundações do edifício existente constituídas por pegões de pedra argamassada, com cerca de 1.5 m de altura, concebeu-se uma grelha de vigas de betão armado pré-esforçadas, que abraçam as fundações existentes, de forma a transferirem as cargas verticais para um conjunto de micro-estacas, constituídas por tubos metálicos ocos com comprimento de 18.0 m (Fig. 9).


Fig. 9 - Planta e corte do sistema estrutural concebido para a execução dos túneis

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