13/09/2007

"desleixo e desmazelo": ARROIOS








A propósito da afirmação de ontem do presidente da Câmara de Lisboa sobre o "desleixo e desmazelo em que está o espaço público" da cidade de Lisboa, publico aqui algumas imagens do estado em que se encontra a Freguesia de Arroios. Deixo apenas as legendas:

1-bebedouro em lioz dos anos 50 do séc. XX (Praça do Chile), um tipo de mobiliário urbano em vias de desaparecer; Lisboa autista, porque é possível passar uma tarde na conversa com os amigos e vizinhos rodeados do maior "desleixo e desmazelo".

2-prédio dos finais do século XIX, com fachada de azulejo, em ruína (Rua Aquiles Monteverde); Lisboa despreza cada vez mais os prédios de rendimento oitocentistas, concerteza o mais ameaçado periodo da arquitectura da capital.

3-passeios destruidos pelo estacionamento selvagem (Rua Aquiles Monteverde); Lisboa perdeu o orgulho e a arte da calçada portuguesa, pois não só destroi sem remorso como já quase não sabe recuperar.

4/5-viaturas abandonadas (Rua de Arroios, a 50 metros da esquadra da PSP), reparar que o carro não tem pneus; Lisboa acolhe cerca de 5000 viaturas neste estado mas a avaliar por este dois exemplos, só as de Arroios deviam chegar para encher uma sucata.

6-cepos e caldeiras vazias (Rua Pascoal de Melo); Lisboa não se parece importar com a falta das árvores, companheiras essenciais de uma cidade com qualidade ambiental.

E, acreditem, a situação da Freguesia de Arroios é muito pior do que estas imagens transmitem. Faltam aqui imagens da "auto-estrada" Rua Morais Soares, da ruína vandalizada do antigo Convento de Arroios (1700), etc., etc. Decididamente, Arroios precisa de uma ajuda urgente da autarquia.

7 comentários:

Anónimo disse...

É Lisboa que, decidida e urgentemente, precisa dessa ajuda. Antes fosse só Arroios. Nunca Lisboa atingiu um grau de degradação de toda a espécie como nos últimos anos. Vemos uma cidade a morrer dia a dia. Lisboa está em chaga, em carne viva. E em vez de ter alguém que a cuidasse assistimos nos últimos anos a fazerem pensos à sua volta. A parte nobre da cidade cai de podre e enche-se tudo de cimento à sua volta. E os bandidos ficam impunes. Ainda saem em ombros. Gostamos de ser vigarizados, roubados, de assistirmos impávidos à destruição do que é nosso. É muito triste isto e fez doer a qualquer pessoa que ame Lisboa.
As chagas de Lisboa vão demorar muitos anos a sarar. Deixaram avançar demasiado. Mas temos que exigir que a tratem. É nossa, caramba! É de todos e, sobretudo, de quem nela vive.

Anónimo disse...

Parabéns por denunciarem o que realmente se passa na cidade. Espero que a Vossa denúncia não se fique só por aqui e que chegue ás autoridades, por um lado, e que a fiscalização chegue aos cidadãos.

Nuno Valença disse...

Sem querer simplificar demasiado: há um cancro na Almirante Reis. Este cancro está a alastrar avenida acima, e nas zonais laterais: Desterro, Anjos, Estefânia, etc.

Neste eixo assiste-se ao abandono das empresas, do comércio e dos residentes. Neste contexto quem ocupa o espaço são as actividades pessoas pouco recomendáveis, com o consequente abandono do espaço público, do património, dos serviços, etc. Basta ver como alguns locais que poderiam ser agradáveis (jardim dos Anjos, Jardim Constantino,por exemplo) se tornaram de fugir a qualquer hora do dia.

Anónimo disse...

que degradante que é viver em Arroios! sou moradora nesta freguesia e tenho assistido à decadência acelerada do espaço público. já por diversas vezes alertei a Câmara mas nada melhorou até hoje. da última vez que escrevi à Câmara foi por causa da praga de ratazanas no jardim Cesário Verde. em pleno dia se podiam ver as ratazanas a passearem pelo jardim!

Anónimo disse...

é verdade! os jardins de arroios estão uma desgraça! deixei de os frequentar pois a porcaria, o abandono, a ruína são tão presentes que se torna impossível usufruir dos espaços enquanto "jardins". são sómente lixeiras com árvores e alguns arbustos enfezados. a câmara tem de deitar a mão aos jardins de arroios!

Anónimo disse...

vergonha

Anónimo disse...

E os sanitários do jardim Constantino e da Praça José Fontana,que desde o dia 1 de janeiro estão encerrados, e a junta não abre a boca.