Segundo o dicionário da Texto Editora:
Avenida: rua larga, geralmente orlada de árvores; alameda.
Auto-estrada: estrada com várias pistas de rodagem em ambos os sentidos, separados entre si por placas de metal, com os acessos condicionados, sem cruzamentos de nível (...)
Na parte norte da "Avenida" da República, entre o Campo Pequeno e Entrecampos, ou seja das zonas mais centrais da cidade, temos o seguinte cenário
Avenida: rua larga, geralmente orlada de árvores; alameda.
Auto-estrada: estrada com várias pistas de rodagem em ambos os sentidos, separados entre si por placas de metal, com os acessos condicionados, sem cruzamentos de nível (...)
Na parte norte da "Avenida" da República, entre o Campo Pequeno e Entrecampos, ou seja das zonas mais centrais da cidade, temos o seguinte cenário
- Onze faixas de rodagem
- Túneis, com entradas e saídas em vários locais
- Passeio estreitíssimo do lado leste (em contraste com as onze faixas)
- Troço de meio quilómetro de "avenida" sem qualquer passadeira ou semáforo para o atravessamento dos peões
- As pistas de rodagem são separadas por um muro de betão, com uma rede metálica por cima
- Forte ruído devido ao constante trânsito
Dir-me-ão que o muro de betão com rede se deve ao perigo dos peões que insistiam em atravessar (que manias que têm os peões, atravessar avenidas!), que a ausência de semáforos se deve à fluidez do tráfego nos túneis, que as onze faixas são necessárias para maior segurança...
Ok, ok, ok. Mas veja-se o resultado final. É isto que queremos para Lisboa?
Ok, ok, ok. Mas veja-se o resultado final. É isto que queremos para Lisboa?
Publicado também em Menos um Carro
10 comentários:
A juntar a isso tudo o facto evidente: a Avenida da República é a montra do mau gosto dos últimos 40 anos, pela mão dos arquitectos, engenheiros e autarcas que têm governado esta cidade.
Quais são os arruamentos em Lisboa a que se pode chamar mesmo Avenida ou Alameda?
Ocorre-me a Avenida da Liberdade, a Alameda dos Oceanos, a Avenida D. João II, e pronto...
Á parte de algumas ruas com árvores, poucas e cada vez menos, Lisboa é uma cidade feita à imagem de um ranhoso parque industrial....
Desconheço alguma cidade europeia (não portuguesa) semelhante...E conheço muitas...
Olhe-se para Madrid lá estou eu a falar de Espanha)... De cidade estéril, desumana e seca passou a cidade em que quase todas a sruas t~em árvores, avenidas gigantes e frondosas e onde (imagine-se) enterram-se vias- rápidas para dar lugar a parques verdes!!!!
....e já agora para deitar mais um bocadinho de gasolina na fogueira....essa avenida poderia
(se preservada) ser hoje uma das mais belas de Portugal....ou talvez da Europa. Ficamos eternamente agradecidos aos tais arquitectos, engenheiros e autarcas.
JA
A questão viária é complexa e admito que o volume de tráfego a entrar e a sair da cidade obrigue a estas soluções. Nomeadamente se não existissem os túneis, teriamos filas intermináveis que iriam congestionar toda a zona. Cá está o eterno problema das entradas e saídas da cidade. Em Geneve resolveram uma parte substancial do problema com parques á entrada a cidade, cujo custo para o utente é um passe que serve para o parque e para trasnportes públicos. O custo desse passe é justo para os serviços em causa. O que realmente é criticável são as soluções urbanisticas a maioria das vezes em detrimento dos belos edificios existentes anteriormente. Ainda existe uma proposta absurda de nivelamento de todos os prédios da Avenida, o que tornaria a mesma um local ainda mais feio do que aquilo que já é.
É óbvio que a solução para uma Avenida da República amiga dos peões passará pelo estreitamento das faixas de rodagem, pelo encurtamento do ângulo das perpendiculares, pela plantação de árvores de alinhamento (mas não só), pela introdução do elemento água, etc.
Allô MJAlves? Aquelas imagens de Seul, onde deitaram abaixo um viaduto e mais de uma dezena de faixas de rodagem, para abrirem um canal de água, com espaços verdes e apenas 2 faixas para cada lado ... num país fabricante de automóveis, é obra. Quem quiser ver exactamente como os coreanos aproveitam esse espaço recém-reabilitado, é só ver o filme «Host» (ainda em cartaz)... é de terror mas não importa, é só para ver o local...
Há fotos do viaduto de Seul aqui
e aqui aqui.
Devem continuar com o esforço de construção dos túneis ainda em falta, as necessárias travessias aéreas ou subterrâneas para os peões, bem como de redes que impessam o atravessamento por peões. Aquela é uma das principais avenidas da cidade de Lisboa. A QUEM INTERESSA O CONGESTIONAMENTO DAQUELA VIA?
Lisboa é uma cidade com maus transportes, com rendas caríssimas e sem lugares para o estacionamento das viaturas dos próprios moradores, pelo que prédios estão a ficar abandonados e a cair, sendo os seus naturais habitantes empurrados para os subúrbios com todos os problemas que isso acarreta.
Assim, quem trabalha em Lisboa tem que viajar para cá e depois para casa, diariamente, com todo o sacrifício inerente. Quanto aos transportes colectivos, já referi em outros "posts" ou "blogs" que, por aquilo que conheço, não possuem parques dissuasores mas parques pagos e caros, mormente para quem os deveria utilizar diariamente. Além disso, frequentemente há que considerar o facto do trabalho não ser onde o transporte o deixa em Lisboa. Assim, frequentemente chegam a ter que apanhar 3 ou 4 transportes até ao local de trabalho. É ESTE O INCENTIVO QUE TEMOS PARA USAR OS TRANSPORTES COLECTIVOS!
Zé da Burra o Alentejano
Travessias aéreas na Av. da República.....????
JA
Olá Paulo,
Só agora li o apelo e o Miguel já se anticipou.
Muitas fotografias antes e depois aqui.
No Blog apocalipse motorizado:
O riacho Cheonggycheon corta de leste a oeste a cidade de Seul, a iluminada capital sul-coreana. Até o ano passado, o Cheonggycheon estava coberto por uma avenida e por uma via expressa elevada de seis pistas.
A revitalização do centro da cidade, ao contrário da que está em curso em São Paulo, retirou espaço público do automóvel e devolveu às pessoas. Em Seul, o elevado e a avenida foram destruídos e o Cheonggycheon pode respirar mais uma vez depois de décadas.
O centro da cidade ficou 3 graus mais fresco com a volta do rio. O trânsito e a poluição diminuiram e os habitantes ganharam locais de convivência, lojas, cafés, restaurantes, bosques, parques, praças, bancos, plantas, peixes...
Mário
Caro Anónimo que colocou dúvidas quanto à minha sugestão de serem colocadas travessias aéreas na Av. da República, dizendo: "Travessias aéreas na Av. da República.....????"
Ora repare: quem quizer ir de um ao outro lado tem que atravessar primeiro uma via lateral, depois uma avenida central com várias filas de trânsito para cada lado e de seguida outra via lateral para chegar ao outro lado à zona das lojas e das habitações. Por tudo isto, na falta de uma tavessia subterrânea, respondo-lhe que a travessia aérea é uma boa solução. Porque não? será que não é estético para si? e que isso é tão importante para quem tem que atravessar a Avenida?!
Zé da Burra o Alentejano
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