27/09/2007

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Bom dia,

Gostaria de partilhar convosco a extrema e crescente dificuldade de conduzir em Lisboa, nomeadamente em chegar ao meu emprego a horas.

Além de 90% dos condutores serem mal educados e preguiçosos, pouco ágeis e vagarosos, também não sabem conduzir nem têm o mínimo de bom senso.

Conduzem no meio da rua, ocupando as duas faixas, vão muito devagar e só aceleram quando alguém os ultrapassa.

Vão na faixa da esquerda e só regressam à direita quando algum desesperado os tenta ultrapassar por aí.

Não estão com atenção aos semáforos e só metem a mudança dois ou três segundos depois de cair o verde, o que significa que só arrancam 5 segundos depois e só passa um ou dois carros de cada vez.

Travam quando cai um amarelo, e ainda reclamam.!!

Deixam o carro estacionado em segunda fila em qualquer lado, principalmente quando já está outro carro em segunda fila no sentido contrário, que é para complicar mesmo, sem verificarem se ao menos o trânsito passa (pelo menos num sentido!).

Também não compreendo porque razão andam tantos camiões em Lisboa à hora de ponta. São camiões do talho, do lixo, da cerveja, etc, que estacionam em segunda fila (de preferencia num BUS que é para os autocarros terem de se desviar e complicarem ainda mais) e provocam o caos.

Andam a fazer entregas!? Não me parece lógico estes serviços serem feitos à hora de maior trânsito na cidade.
Devia ser proibido estes veículos circularem dentro da cidade entre as 8 e as 10h.

Trabalho na Rua de S. José, na zona de Stª Marta e todos os dias passa um camião do talho entre as 8.25h e as 8.35h e estaciona no meio da rua. (sou bancária, entro às 8.30h e tenho uma bébé numa creche na Alameda que só abre às 8.15h. Sair de casa mais cedo não adianta nada).

Como a rua é estreitíssima e só tem uma faixa, o transito pára todo (cerca de 5 minutos) à espera que descarreguem a carne.

E ainda gritam comigo se eu apito e refilo com os homens que estão a descarregar a carne de forma calme e descontraída e ainda põem a conversa em dia com o talhante.

Isto é absolutamente inadmissível numa cidade minimamente desenvolvida, e ainda ficam chocados quando alguém diz que somos um país do 3º mundo!

Onde é que estão os tais reforços para combaterem de forma eficaz o estacionamento em segunda fila e a boa afluência do trânsito.???

Só sabem chatear os emélicos para multar os desgraçados que estão a trabalhar e que se atrasam 15 minutos a por a moeda......

Cumprimentos

Andreia Maia


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14 comentários:

Miguel Carvalho disse...

Bom...
Com o número de automóveis que existe a circular em Lisboa é literalmente impossível não haver enormes perdas de tempo. Mesmo que todos se comportassem de maneira exemplar, haveria trânsito.


(Um à parte: Não somos um país do terceiro nem do segundo mundo. Só alguém muito insensível e egoísta pode comparar a miséria que há em África, América do Sul e Ásia com a nossa. Somos apenas terceiro-mundista na obsessão em fazer do automóvel a chave da mobilidade urbana, mas isso já é outra história).

Anónimo disse...

"Travam quando cai um amarelo" - Não é essa uma medida prudente?

AC

FR disse...

Caro (a) AC
Travar de repente num amarelo não é uma medida prudente se não se verificar o resto do transito principalmente atraves dos espelhos retrovisóres.

Frederico disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Frederico disse...

Porque não tenta ir de bicicleta!
São só 2,5 km

percurso

Frederico disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

De facto é um problema ir de carro até à Rua de S. José. Tenho imensa pena da senhora. Vivemos num país de bestas que não têm respeito por quem tem que andar de carro! Nem pensam que uma pessoa vai trabalhar. Francamente!

Eu vingava-me. Desprezo é o que merecem. Vá de metro. Não se aborrece tanto, é mais rápido e não se mistura com essa escumalha!
E fica mais barato. Verá que vai gostar e ainda lê o jornal de borla. Com tudo isso deve gastar um dinheirão em consultas e calmantes. Verá que deixa de precisar.

Boa sorte

Anónimo disse...

Penso que há duas questões importantes que deveriam ser mais debatidas : as "Cargas e Descargas" e a massiva utilização de certos percursos em detrimento de outros. Por exemplo, na zona da Graça, é frequente de manhã, no horários em que a maioria das pessoas sai de casa, o trânsito ficar impedido por causa das "Cargas e Descargas". Na viagem diária que tenho de fazer para o Lumiar, cerca de 1/3 do tempo é gasto no pequeno percurso entre a Graça e a Av. Almirante Reis, precisamente por causa deste problema. Por outro lado e fazendo juz ao bem português "espirito de carneirada" (sem ofensa, claro), a cidade de Lisboa é uma cidade onde a maioria dos veículos utiliza o mesmo percurso, saturando-o, em detrimento de outros que estão continuamente desimpedidos. Um exemplo acontece de manhã, em que o percurso Campo Grande -Av. República - Saldanha - Pç. Marquês de Pombal está permanentemente "engarrafado" quando o percurso Av. Roma - Pç. Londres - Alameda, está permanentemente desimpedido. Se uma parte substancial dos veículos que utiliza o primeiro percurso vai para a zona da Pç Marquês Pombal, poderia muito bem haver uma sensibilização para a distribuição do trânsito.
Julgo que se resolvessem estes problemas, resolveriam uma parte do congestionamento da cidade especialmente na parte da manhã.

Tiago R. disse...

Então a D. Andreia trabalha no centro da cidade, numa das zonas melhor servidas de transporte público e insiste em vir de carro para o trabalho???
Por favor, evolua.

Anónimo disse...

Tem razão Sr. Tiago, gostava imenso de o ver a si com duas crianças pequeninas, cada uma num colégio diferente, um dos quais no topo da Alameda e a abrir às 8.15h, e, sendo eu bancária, a ter que estar às 8.30h em ponto na Rua de S. José.

Evoluo para onde?

Só se for para pássaro, pode ser que me cresçam asas.

Só mais uma coisa, tem filhos? Quantos? E o senhor leva-os ao colégio de metro?

AM

Miguel Carvalho disse...

Claro que há muitas pessoas, cuja vida pessoal obriga - nas tuas actuais condições - a usar o automóvel em Lisboa. Mas também estou certo que não são a maioria absoluta.

Agora quanto às cargas e descargas, segundas-filas, sei lá que mais.. isso está tudo certo, atrapalham o trânsito. Mas de uma vez por todas, com o número actual de automóveis em Lisboa, é impossível haver fluidez. Mesmo que fosse tudo optimizado.
Pergunte a qualquer especialista. Repare no que acontece em outras metrópoles.

Anónimo disse...

Esta Sr.ª apresenta alguns sintomas na escrita de padecer de stress derivado ao trânsito: impaciencia para com os outros, frustração por não controlar todas a variáveis que existem (comportamento dos outros), ansiedade pelo cumprimento de horários que não depende de si exclusivamente. Os "outros" por serem uma entidade nebulosa, não têm rosto, logo por isso não podem ser apontados (com excepção dos srs. do talho, estes apontados como o simbolo máximo - por identificáveis - da incivilidade de Lisboa). Não deveria esta Sr.ª repensar a sua vida em termos de transportes? Eu, pessoalmente, escolhi casa em primeiro lugar pela rede de transportes (nem carro tenho, e não vivo mal com isso), dentro de Lisboa. Embora a abordagem "umbiguista" da carta reflita o padrão do pensamento urbano de Lisboa, quando faz as comparações com o "primeiro" mundo e terceiro mundo, é melhor, no que de mentalidades sobre transportes diz respeito, ir viajar um pouco.

Anónimo disse...

é verdade que a carta denuncia situações críticas na selva que é conduzir em Lisboa.

No entanto, também notei uma intolerância e uma desresponsabilização da própria pessoa que não contribuem em nada para resolver o problema. O problema são sempre os "outros" - pede repressão àqueles que estacionam em 2a fila, mas quando estão em causa os "emélicos" (sic), esses só "multam desgraçados e coitadinhos que trabalham" - também os talhantes do caso apontado "apenas" estão a trabalhar, já agora.

É evidente que a autora é uma as pessoas que contribui para o entupimento da cidade, indo para a R. de São José de carro. Tenho notado que, infelizmente, todos os condutores da cidade conseguem apresentar argumentos "fundamentais" para utilizar o carro. Não conheço ninguém que confesse que o faz por comodismo.

Ou seja, por aqui se vê como o problema do carro (e do estacionamento) é tão esquizofrénico - todos sofremos com ele e nos queixamos e uma grande maioria (os que andam de carro) são responsáveis pelo problema.

E quando estão parados no trânsito refilam contra os malandros que estacionam em segunda fila, umas horas depois são capazes de fazer o mesmo a pensar "que é um minutinho e não estorva ninguém".

Anónimo disse...

Se a desculpa são os filhos que tem que deixar na Alameda, porque não deixa também o carro lá e apanha o metro até ao trabalho? Sente-se diminuída, não é? Pois claro. E depois vai de chave na mão e telemóvel a achar que é mais importante.
Fruta da época.