04/04/2008

Solução Chelas-Barreiro foi uma decisão política"

In Diário de Notícias (4/4/2008)
ANA MAFALDA INÁCIO

«Maria Amélia Antunes, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO MONTIJO

"Solução Chelas-Barreiro foi uma decisão política"

A solução para a terceira travessia do Tejo em Lisboa, Chelas- -Barreiro, foi meramente política?

Foi uma solução política, mas não meramente, porque teve por base estudos técnicos. O último elaborado pelo LNEC. Mas este tipo de decisões são políticas e devem ser assumidas como tal. (...)»

7 comentários:

Anónimo disse...

Mas será que os políticos sempre que pensam, pensam estupidamente!
Como é possível pensar em Alfama...com um monstro daqueles ao lado????...mas estamos doidinhos!!!!!!!!!!!!!!
Tanto esforço para trazer os turistas a vir visitar Lisboa para agora afasta-los de vez...simmm, porque o turista quer visitar Lisboa, Alfama com o rio Tejo, e não Lisboa com sinais de periferia extrema.

Filipe Melo Sousa disse...

Uma decisão política, ah sim? E eu que pensava que a construção de uma ponte sobre o tejo era um assunto meramente privado.

Miguel Drummond de Castro disse...

Caro Anónimo,

Pois é de doidos. A ponte que serve um aeroporto é para trazer mais turistas para visitar o cadáver do que foi um pólo turístico e injectar um fluxo de trânsito incomportável em saídas já saturadas.

Necro-aeroporto, portanto. E Necro-ponte. E não é só Alfama, todos os populares e frequentadíssimos miradouros de Lisboa vão ficar com a Marca de um Rio desfigurado como vista, porque o que vai sobressair é a ponte. Ora essas estruturas - as pontes - se davam frisson no século passado hoje aborrecem, tornaram-se banais e o que é banal cansa.

Esta construção de uma ponte é uma daquelas iniciativas que exigia um referendo para consulta precedido de debates entre os cidadãos de Lisboa, que são os que aqui vivem e que trabalham e pagam para viver na cidade porque foi essa a sua escolha.


Ora um governo que anda à deriva, que dá o dito pelo não dito, que muda de aeroporto como quem muda de camisa e de ponte idem, não pode andar a impôr a toda a pressa pontes altamente comprometedoras.

Estudem outras soluções. Há várias sem a quantidade impressionante de impactos negativos desta. É que desfigura mesmo a mais valia de Lisboa: o belo e imenso estuário do Tejo.

O LNEC talvez perceba de engenharia "tout court" mas quanto a arquitectura paisagística parece ter umas mais do que gigantescas pálas nos olhos.

Quanto às capacidades estéticas do PM já se sabe pelas suas casitas que são sublimes.

A verdade é que quando eu e tantos outros alfacinhas por várias razões não podemos sair de Lisboa vamos refrescar a vista e relaxar para um dos miradouros. Para ver o rio, para ver o mar. Para ter um pouco de espaço natural à frente.

Agora querem tirar isso sem sequer ouvir os interessados, nós, alfacinhas. E trata-se de um empobrecimento de Lisboa e de uma fonte de ansiedade para centenas de milhares de pessoas que convivem com o rio e que gostam dele largo e imenso. O Tejo não é um Tamisa, nem um Sena, nem outros pequenos rios como o Liffey em Dublin. É um grande rio e a grandeza sublime de Lisboa vem da grandeza deste rio. Querem-no empequenar.

Típico de mentes pequenas sem visão nem gosto.

Miguel Drummond de Castro disse...

Filipe,

Pois, sem dúvida. Foi uma decisão de privados, com o governo - o ar embaraçado do Mr. Lino - a dizer ámen.

Filipe Melo Sousa disse...

"privados" onde antigos ministros são directores gerais LOL

Anónimo disse...

O que é uma decisão política?

Será que a decisão deveria ter em conta e servir o interesse do bem comum?
Será que uma "decisão política" desresponsabiliza o tomador da solução?

Não teria sido mais inteligente por parte do governo trabalhar e ouvir as diversas opiniões e opções?
Em vez de se preocupar em "outra vez" arrepiar caminho como fez na Ota. Sem dúvida que os prejuízos poderiam ser graves, mas facilmente com boas decisões políticas se explicava que é fundamental ponderar e optar por outras soluções, que aquela que foi tomada.

Será que não vêm que dá a sensação de que este tipo de obras, pontes, autoestradas, hospitais, etc...são uma espécie de "dossiers" que permitem a ascensão e vaidade pessoal de que se servem alguns governantes, em deterimento do bem comum?
Será que servir o país com isenção servindo os interesses da população não é por si só suficientemente gratificante?
Dá a sensação que só tem crédito e honra quem tem conta choruda no banco, pois todos os outros são uns inúteis?

Parece-me que que Portugal encontra-se numa grave crise de valores e de identidade, ficaram todos surpreendidos com a cena na Escola Carolina Micaelis, como se esta história não fosse do conhecimento geral, ou é preferível enxutar para debaixo do tapete ou enfiar a cabeça debaixo da areia.

Lembro que lesar os interesses de Portugal e do bem comum dos portugueses favorecendo o interesse particular é crime por lei. Mais grave ainda é imoral.

Anónimo disse...

O PM é histérico. Além de dono da razão. Mas ele é um pau mandado. A CIP prefere a outra travessia. Já conseguiram mudar o aeroporto, e vão agora mudar a ponte.
O Lino já está treinado para virar de direcção. Não haverá problema. Estes melodramas pônticos é para desviar as atenções. Hoje sim, amanhã talvez, depois de amanhã não.
O governo avança aos brados. Mas depois de entradas de leão, saídas de gafanhoto. Não tem virilidade, nem coluna. Assusta quando pode, quando não pode assusta-se.

Gonçalo Pires