22/04/2008

Inglesinhos: recordar é viver (4)





Eis algumas fotografias do que era a Rua Nova do Loureiro antes e depois da destruição de um jardim do século XIX, de Filipe Folque, com árvores centenárias, para implantação do que por cima de tal jardim foi construído.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tenho 19 anos e sou estudante do 2ª Ano de Arquitectura e morei ali à Rua Nova do Loureiro - e todo esse bairo, Cruz do Soure etc, é fantástico -e eu que gosto de arquitectura moderna e também da antiga vejo estas estruturas metálicas com horror. Tem também um painel de azulejos de casa de banho que e´impensável. Adeus jardim, olá ferro.

Que ferro! como dizia o Eça. E acrescento será que algum dia conseguiremos deixar de ser patéticos? É isto que querem fazer do que ainda resta de Lisboa?

Dah! pelouro da Câmara Municipal que autoriza este assassínio do carácter dos bairros. Isto é um desqualificação sem nome.

Arq. Luís Marques da silva disse...

Pois é Duarte, pensa sempre que há colegas que por dinheiro tudo fazem, inclusivé aviltar a nossa profissão.
É por causa desses parôlos, que os construtores fazem o que querem e que a nossa classe profissional é tão desunida e, por consequência, tão permeável a influências externas.
Desejo-te a maior das sortes no teu futuro profissional.

Anónimo disse...

Obrigado pelos bons votos. Há sempre o trigo e o joio, não é verdade?

Neste momento, caso mantenha as boas notas, devo dizer que irei procurar outro país com mais senso em preservar o que é histórico e em desenvolver uma arquitectura de facto contemporânea - que nós não temos, salvo raras excepções.

Aliás na minha geração é o que uns quantos de nós estamos a pensar fazer, bazar enquanto é tempo e há energia. Infelizmente. É assim: aqui não há condições. Sobretudo não nos deixam. Há muito poder instalado. Falso poder, sem gosto, mas que trava tudo.

Espaço para os jovens? Deixem-me rir.


Duarte

Arq. Luís Marques da silva disse...

Duarte, assim não fica ninguém para fazer face ás situações, contra as quais temos obrigação de nos insurgir.
São precisos arquitectos que saibam construir uma postura digna ao longo da sua vida,para lutar pela implementação de regras e de critérios válidos, que sejam aplicados na arquitectura, na reabilitação do património e no urbanismo.
Muitos dos que ensinam "branco", praticam o "negro", porque estão completamente atolados no pântano dos interesses. Somos nós que temos a obrigação de os apontar, por serem indignos de possuirem um título profissional que deviam saber respeitar.
Arquitectura é saber criar espaço para o Homem viver, á sua escala e com qualidade; não é criar espaços á escala de alguns para viverem com qualidade. Não se pode depauperar toda uma sociedade no seu património e nas suas vivências.
Não te deixes levar na conversa e impõe a ti próprio uma regra clara que respeites; serás certamente reconhecido pela tua qualidade, mais cedo ou mais tarde.
Caso queiras, aqui fica o meu mail e blog:
www.luismarquesdasilva_arq@hotmail.com www.luismarquesdasilvaarquitectura.blogspot.com