29/04/2008

Ainda a 'Nova Alcântara':

«Programa "Nova Alcântara" 2008-04-28 14:45

Governo anuncia investimento de 407 M€ em projecto ferroviário e portuário
O Governo anunciou hoje um investimento de 407 milhões de euros (M€) numa intervenção ferroviária, através da criação de um novo nó em Alcântara, e numa outra intervenção portuária, com um novo terminal de contentores, cujas obras arrancam agora e estarão concluídas em 2013.

Diário Económico Online

Segundo a agência Lusa, as intervenções de promoção da intermodalidade através da construção de uma ligação ferroviária desnivelada entre o terminal e a Linha de Cintura e a criação de uma zona de acostagem e operação de barcaças fazem parte do projecto.

"O investimento é de 407 milhões de euros, dos quais 227 são investidos pela Liscont e 180 milhões de euros pela Refer e Porto de Lisboa", afirmou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, na cerimónia de apresentação do projecto "NovAlcântara".

Os trabalhos "vão começar já e todas essas obras estarão concluídas em 2013", adiantou ainda Mário Lino.

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, explicou que a intervenção ferroviária inclui uma ligação da linha de Cascais à linha de Cintura, em túnel, permitindo a continuidade dos serviços urbanos de passageiros entre as duas linhas e a construção de uma nova estação subterrânea em Alcântara-Terra.

"Esta intervenção corresponde a um investimento estimado de 59 milhões de euros", disse Ana Paula Vitorino, estando previsto que a procura da linha de Cascais aumente 39% para os 41,8 milhões de passageiros em 2017, contra os actuais 30 milhões, o que corresponde a um acréscimo de 11,8 milhões de passageiros.

A secretária de Estado apontou como um dos "grandes benefícios" deste projecto, o conjunto de ligações directas de todo um corredor Cascais/Oeiras à zona ocidental da cidade e à linha de Cintura, "permitindo ganhos de tempo e acréscimos de conforto substanciais".

"As pessoas não têm que sair de um comboio e andar bastante a pé para apanhar outro comboio, porque vão ter ligações a qualquer estação de Metro que esteja ligada à linha de Cintura, vão poder chegar directamente à gare do Oriente e futuramente ao novo aeroporto de Lisboa e a Setúbal, também com prazos bastante razoáveis e com conforto", revelou ainda Ana Paula Vitorino.

Em termos de tempo de duração da viagem praticados hoje entre Cascais e Sete Rios, estima-se uma redução de cerca de 30 minutos, ou seja, uma hora por dia em deslocações pendulares, assim como será possível em 54 minutos ir de Cascais à Gare do Oriente no mesmo comboio.

A ligação desnivelada em Alcântara permitirá ter serviços urbanos sem transbordo entre a linha de Cascais e a Margem Sul, via Terceira Travessia do Tejo, e está articulada com o projecto de modernização da linha de Cascais.

Esta intervenção tem ainda benefícios a nível nacional e internacional, uma vez que os passageiros poderão utilizar os serviços de Alta Velocidade a partir da linha de Cascais e mudando de comboio apenas no Oriente, demorando apenas pouco mais de duas horas e três horas e meia para o Porto ou para Madrid, respectivamente.

Quanto à intervenção Portuária, o projecto consiste na ampliação, reorganização e reapetrechamento do terminal de contentores de Alcântara, com vista a atingir uma capacidade anual de um milhão de TEU'S (um TEU equivale a um contentor de 20 pés).

"Hoje temos uma movimentação de cerca de 270 mil TEU'S por ano, estamos a aumentar a capacidade para um milhão de TEU'S, o que permite quase quadruplicar a movimentação de carga no Porto de Lisboa", afirmou Ana Paula Vitorino.

A intervenção integra ainda o melhoramento das acessibilidades marítimas, a criação de uma zona de acostagem e operação de barcaças, a construção de uma ligação ferroviária desnivelada entre o terminal e a Linha de Cintura e um feixe de mercadorias (doca seca), rondando o investimento os 348,4 milhões de euros.

"Um grande benefício desta intervenção é a modernização e o aumento de competitividade, capacidade e eficiência do Porto de Lisboa e a melhoria da sua internacionalização", sublinhou a secretária de Estado.

Ana Paula Vitorino assegurou que não haverá mais impactos negativos ao nível do congestionamento e das emissões dos gases com efeito de estufa.

"Com a ferrovia e o transporte fluvial, vamos evitar o crescimento de cerca de mil camiões por dia nas nossas estradas e logo a diminuição dos impactes em termos de emissões de CO2", garantiu.

"Os investimentos que referi, apesar de serem realizados por diferentes entidades, encontram-se coordenados num programa global que garante termos uma Nova Alcântara em 2013", reforçou a secretária de Estado, acrescentando que o projecto é um marco de mobilidade sustentável e desenvolvimento económico.

A concretização do novo plano de investimentos para o novo Nó de Alcântara e Terminal de Contentores foi hoje formalizado através de um memorando de entendimento assinado entre o Estado, a Administração do Porto de Lisboa, a Refer, a concessionária Liscont e a Tertir.

"Resultou claramentre mais vantajoso para o país que a capacidade do TCA seja expandida, correndo o investimento por conta da concessionária, tendo como contrapartida a prorrogação do prazo de concessão por 27 anos e meio", sublinhou ainda Ana Paula Vitorino.

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Investimento de 226 milhões de euros 2008-04-28 12:53

Mota-Engil acorda com o Estado plano de ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara

A construtora Mota-Engil revelou hoje ter assinado com o Estado um Memorando de Entendimento que define os princípios da ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara, que terá um investimento total de 226 milhões de euros.

Pedro Duarte

Segundo um comunicado hoje emitido pela Mota-Engil, o memorando define os princípios base de um aditamento ao Contrato de Concessão do Direito de Exploração, em Regime de Serviço Público do Terminal de Contentores de Alcântara, a contratualizar no prazo de máximo de 90 dias, ao abrigo do qual se irá implementar um ambicioso plano de ampliação desta infraestrutura, num montante total de investimento de 226 milhões de euros, estipulando também a prorrogação do respectivo prazo da concessão em 27,5 anos.

"A elaboração deste plano tem por base quer o grande crescimento da movimentação no terminal (mantendo-se as actuais taxas de crescimento a infraestrutura atingirá o ponto de saturação até 2012), quer as prospectivas taxas de crescimento do tráfego naquele que é o principal porto do país, servindo uma mancha populacional de 5 milhões de pessoas", adianta o documento.»

4 comentários:

Anónimo disse...

Esta é mais uma "pérola" do pato-bravismo actualmente no poder,mais betão-alcatrão,num dos momentos mais críticos e de maior pobreza nacional(mais de dois milhões de pobres actualmente e o maior desemprego da História!)
E é consabido,desde o cavaquismo,que mais alcatrão não trás riqueza ao país,mas mais(sobretudo melhor) Educação sim!
Da Justiça já nem falo,relembro só o tribunal que foi evacuado há dois dias, por estar a caír !
Assim vai este "West-Coast" do Sr Pinho de mão-d'obra-barata...


1-5-08 Lobo Villa

Anónimo disse...

Uma vez mais, vários anos depois de ter sido erguido na parte mais nobre da zona ribeirinha, entre dois edifícios que fazem parte da história da arquitectura moderna portuguesa , um "muro" de contendores, eis que, novamente, outros valores mais altos se levantam para completar o que então se iniciou. Ouvimos falar de novas estações de terminais de cruzeiros. Para quê, se a cidade já tem 2, magníficas, estrategicamente situadas a meio caminho dos locais mais visitados pelos que por mar (e por terra) nos demandam - a torre de Belém, os Jerónimos, o Museu dos Coches, a Baixa Pombalina, em frente de um novo equipamento cultural a inaugurar na próxima semana, o Museu do Oriente. As duas Gares marítimas que o arq. Pardal Monteiro projectou e para as quais o pintor Almada Negreiros criou alguns dos mais significativos frescos da história da pintura portuguesa contemporânea, encontram-se tristemente esvaziadas na função para a qual foram criadas. O circuito dos passageiros dos cruzeiros há anos que deixou de ser feito pelas salas onde se encontram as pinturas de Almada. Estas, agora só se abrem por ocasião de eventos mais ou menos sociais ou vagamente culturais. E mesmos aos lisboetas não é fácil a elas aceder. Mas também quem se interessará por meia dúzia de pinturas antigas, descoradas.... Novos terminais? Concerteza, que o erário público é farto, como todos nós contribuintes deste país sabemos. Em Santa Apolónia? Pois claro! Que tem espaço e largueza para permitir o desembarque dos milhares de passageiros dos novos barcos, que implicam a mobilização, nas excursões que organizam durante a sua curta estadia, de dezenas de autocarros de turismo, que geralmente têm que embarcar às horas mais movimentadas do trânsito da cidade. Mas que interessam estes pequenos detalhes em comparação com os milhões que a MOTA-Engil pode oferecer ao estado? E os que outras empresas podem lucrar com a construção de uma nova estação de cruzeiros? Nos debates públicos não têm faltado as boas intenções dos representantes da CML, da APL, do governo.... acerca dos planos que têm para a zona ribeirinha. Mas, como sabemos, de boas intenções está o inferno cheio.
04-05-2008
Ana Martins Barata

Anónimo disse...

Como é possível investir na expansão da zona de contentores comprometendo a margem do Tejo mais central e a zona ribeirinha com maior potencial de Lisboa, ao invés de investir na deslocalização desta actividade?
Custa a acreditar$$$!

Pedro disse...

Contínuamos a fazer "remendes" na frente ribeirinha de Lisboa!! É incrível como se defende uma intervenção desta natureza com factores simplesmente comerciais! Lisboa não é eternamente "remendável" ou seja, com a evolução constante das tecnologias, a intervenção hoje em causa, não passará nunca de "efémera". A tendência mundial passa pela descentralização dos terminais de grande porte...e o centro da cidade de Lisboa não terá nunca a capacidade de competir com os maiores portos mundiais como querem "vender" aos cidadãos.