04/07/2008

"SALVEM O LARGO DO RATO": Petição online

fotomontagem publicada no "Expresso"
.


Deve-se ao empenho do Forum Cidadania Lx, o renascimento desta petição, que passou de 180 assinaturas para 670, em pouco mais de quatro dias. O empenho dos seus membros foi fundamental para este crescente sucesso, demonstrativo de que ainda há forças vivas que defendem os princípios da harmonia, do bem estar e do bom urbanismo em Lisboa, dentro de uma lógica da participação democrática e dos valores da verdadeira cidadania, não se deixando adormecer no marasmo da indiferença, quando estão em causa valores que a todos nõs dizem respeito.
Esclarece-se também que, relativamente á possibilidade de retirar da petição, a obrigatoriedade da indicação do nº do Bilhete de Identidade, há a referir que assim sendo, a petição perderia a sua força legal para o efeito pretendido. Mesmo que tal não fosse exigível nos termos da lei, estando a petição já a decorrer, seria impossível alterar os parâmetros definidos, o que por certo compreenderão como forma de protecção ás pessoas que já a assinaram.
O que interessa nesta iniciativa não são os protagonismos e as vaidades mas sim fazer avançar a força desta petição, o que só se consegue trabalhando em prol do aumento do nº de assinantes, demonstrando assim que os cidadãos de Lisboa ainda têm uma palavra a dizer no que respeita ás intervenções urbanas especulativas que nos querem "impingir", disfarçadas sob a forma de projectos de autor.

22 comentários:

Anónimo disse...

À grande Luís sempre muito corajoso.

do teu amigo e colega de liceu recebe um forte abraço

Miguel Drummond de Castro disse...

Parece que repete os motivos conhecidos como o "bacalhau seco", do prédio modernista do Tehotónio mais abaixo, mas em versão mega couraçado potemkine minimalista, desta feita.

Aux armes citoyens!

Anónimo disse...

Esta petição contra este suposto mono,continua pouco clara,as foto-montagens são más e sempre as mesmas(será que não há mais fotos para além desta do Expresso?;e não haverá um Plano/Projecto do mono?;uma foto aérea de maquette, enfim ,qq coisinha que se VEJA, por amor de Deus??...).
Sr Arq.,por favôr,esta foto não chega !!! Como apoiar esta causa ??



4-7-08 Lobo Villa

Anónimo disse...

Esta foto não chega ? Bolas, mais clarinho que isto.....!?
Repare-se também, que se este "couraçado potemkine" (essa foi mesmo boa) for construído, alguém crê que os pequenos edifícios de Largo do Rato vão ficar por ali descansados...?

JA

Anónimo disse...

Quer uma foto do autêntico, não é? Pois irá tê-la se não fizer nada contra isso e depois poder-se-á arrepender. Eu já várias fotos e chegam-me bem. Não gostava de ver aquele edifício ali.

Anónimo disse...

A foto é propositada, tirada de forma a não se ver o chafariz de Carlos Mardel e o Palacio.
Esta é a verdadeira razão, se por acaso se visse o chafariz, e enquadramento muita gente estaria revoltada.
Mas mais grave é a situação de proximidade, o edificio parece estar a cair para cima da estação de metro, e invade psicologicamente o passeio. Além disso o edificio reforça a ideia Salazarista de esconder a mesquita, tal como no Estado Novo.
O edíficio esmaga a escala do Largo do Rato, e a abertura do Largo para a Rua do Salitre. Em termos arquitectónicos é uma aberração gratuita.
Esperemos que os interesses do promotor e dos arquitectos assim como as dívidas da CML para com estes não servia de moeda de troca.
Não são precisos mais argumentos.

Anónimo disse...

era bom que a ordem dos arquitetos tomasse uma posição sobre esta aberração... não é possível ter o discurso da importancia da arquitectura para a beleza e qualidade de vida dos cidadaos, e depois ficar calada a ver esta monstruosidade passar...

Anónimo disse...

Em meu entender o projecto apenas é uma monstruosidade se for construído naquele local, ou noutro onde não seja bem enquadrado na arquitectura envolvente. Há sítios na cidade onde me parece que ele "cabe" perfeitamente. Tomaríamos nós que a maior parte dos caixotes que se construiram nos últimos 40 anos por essa cidade tivesse a qualidade deste. Que se construa num sítio onde não seja preciso destruir o que tem qualidade e deve ser preservado.

Arq. Luís Marques da silva disse...

A questão da ordem dos arquitectos tomar uma posição é pertinente. Na notícia publicada no DN, era referido que os autores do projecto pretendiam que a discussão pública tivesse lugar na ordem dos arquitectos e dos engenheiros (fiquei sem perceber se tinha ocorrido a fusão das duas classes), ora quer isto dizer o quê? Será que pretendem discutir o assunto onde sabem possuir uma alargada esfera de influências e por consequência, onde sabem haver quem virá em seu socorro e do seu "enquadrado" projecto?
Claro que discussão pública, a existir, deverá ser em lugar neutro e público; da iniciativa de quem se insurge contra esta construção neste local e não organizada e manietada por quem o defende e com isso estar a fomentar uma acção propagandística.

Anónimo disse...

...sabemos bem porque é que a querem discutir na ordem dos arquitectos, com arquitectos... isto é um país pequeno, em que cada um tem medo de criticar o trabalho do colega porque sabe que fica proscrito na classe, esquecido pelos críticos, fora das revistas, lixado pelos tipos que entrma nos júris de concurso, etc. etc. etc... sabem que se lá forem debater o projecto nenhum arquitecto há de piar, e os fretistas do costume até hão de defender e chamar ignorante ao povoléu...

Lesma Morta disse...

A todos os que ja assinaram e, como redator desta petição não posso deixar de agradecer o empenho do Cidadania na defesa desta e de tantas outras situações que infelizmente grassão na nossa cidade.

Jorge Santos Silva

P.S. Se necessitarem de ver o resto das fotografias consultem o meu endereço

Arq. Luís Marques da silva disse...

Obrigado Jorge pelas palavras amigas, não fosse o Fórum cidadania Lx, ter pegado nisto a sério e não tinhamos conseguido nada. Abraço.

Anónimo disse...

Obrigado Jorge S.Silva pela dica das fotos !
Eu não preciso de mais fotos,já assinei a petição há q tempos,era para "abrir" mais a questão.



8-7-08 Villa

Anónimo disse...

Arquitecto, ainda bem que há pessoas como o sr que não se importam de pôr o dedo na frida, doa a quem doer e sem ter medo da sua "Ordem".
Sinceramente grato.

Anónimo disse...

"Esta foto (do Expresso) não chega!". Disse ,vários comentários atrás.(Já vai em 14aqui...)
Bem! Mas fui atendido/compreendido e agradeço a intenção,pois várias fotos de alçados e de cortes foram publicadas depois,sem me acrestentarem nada, mas para isso lá irei.Lá vou agora.

7-7-08 Lobo Villa

Anónimo disse...

Ao amigo Jorge um abraço de parabéns pela dedicação à causa Lisboeta e parabens pela iniciativa.

Teresa Mesquitela

Lesma Morta disse...

Cara Teresa Mesquita

Não me agradeça pois há muito a iniciativa deixou de ser pessoal. Agora é de Lisboa.

Obrigado pela participação

Jorge Santos Silva

Anónimo disse...

Relativamente ao anónimo das 10:O4pm quero acrescentar de que a Ordem dos Arquitectos, é tudo menos plural, tem servido alguns na sua promoção social e profissional, é uma agencia de empregos para alguns e uma agencia de promoção comercial para outros.
Uma vergonhosa troca de galhardetes, na promoção do mau ensino, numa extraordinaria marginalizacao da pratica e ensino da arquitectura e suas especialidadese, mas irá acabar um dia. Subjugados ao poder politico mas só a alguns e ao coveniente poder economico quando interessa. Esperemos que um dia alguém corajoso como o bastonario da Ordem do Advogados e se faça uma limpeza.

Anónimo disse...

Mais abaixo, se nos dirigimos do Largo do Rato em direcção à avenida da Liberdade está um edificio, que ao surgir das fundações, foi igualmente vítima, na altura, de todo o tipo de comentários jocosos e de abaixo-assinados para o demolir. Hoje, acredito, se alguém pensar em demoli-lo ou alterar-lhe a fachada, cairá o "Carmo e a Trindade". Trata-se do, entretanto, famoso "Franginhas". Recordo, também, a ferverosa indignação da sociedade civil, vertida no jornais da época, face à construção daquele outro edificio que ficou conhecido (na altura)pelo "amarelo da Brancamp". Igualmente numa bifurcação de ruas.

As Cidades Presépio, foi uma compreensível emoção surgida a seguir à Segunda Guerra Mundial do século passado, para responder heroicamente à devastação das grandes cidades europeias. As grandes e historicamente importantes (e também pequenas) cidades europeias foram reconstruídas exactamente como eram antes da guerra, como afirmação moral e emocional dos seus cidadãos face à inútil tragédia que sofreram. Nasceu assim o conceito das Cidades Presépio, primeiro abrangendo apenas uma chamada zona histórica mas, actualmente, contando já com defensores da sua extensão a maiores áreas das cidades.
A cidade de Londres não existia em 1945. Berlim, também não. Tantas outras outras por essa Europa fora, também não. O que vemos hoje nos seus centros históricos são representações da ideia que os seus heroicos sobreviventes tinham das suas cidades. São ideias muito precisas e minuciosas, mas não deixam de ser representações. A Londres de 1939, estava desaparecida em 1945. Vamos erguer um monumento à nossa resistência, pensaram os seus cidadãos e vai daí decidiram fazer uma cidade igual à que tinham antes. Ficou igual, mas não é a mesma. É uma representação. Um Presépio à escala humana.

As cidades são elementos vivos, devem ter memória, mas também serem capazes de se renovarem e adaptarem adequadamente à decorrência dos tempos, preservando sabiamente essa mesma memória.
O que seria hoje da zona histórica da cidade de Lisboa, se o Marquês de Pombal, cedesse ao bom senso e mandasse reconstruir Lisboa exactamente como estava antes do Terramoto. Sendo um homem de grande visão, muito à frente do seu tempo, não lhe seria dificil imaginar que muitos séculos depois, Lisboa seria muito visitada por turistas deslumbrados e fascinados com ruelas e becos turturosos e nauseabundos, onde mal cabiam se transportassem a própria bagagem.
Será que, ainda assim, essa tal Lisboa dessa forma reconstruída, seria hoje Pombalina?

B'ora todos, porque não, fazer um abaixo-assinado para demolir o Viaduto das Àguas Livres e devolver ao vale Alcantara a sua explêndida vista, a quem desce as Amoreiras, livre de obstáculos. Até porque, ao que consta, aquilo é obra de um engenheiro. Pior, um engenheiro militar. Dotado, certamente, de um espírito quadrado e sem dúvida pouco sensível à elegância própria de um vão vencido por um adequado arco.
De caminho, abaixo também com o viaduto Duarte Pacheco, obra de outro engenheiro. Realmente Lisboa não tem emenda, deixando que engenheiros possam ter alguma sensibilidade. Que a tenham, ainda vá, agora que a expressem!
Nem sempre houve esta ideia de presépio à escala das cidades. Houve um tempo em se construia, sobre uma Mesquita, uma Sé Católica. E, sobre o Sé católica, reerguia-se, novamente, outra Mesquita. Quantos monumentos, hoje jóias da humanidade, não são o resultado da sobreposição ou e sã convivência de estilos e de artes de bem construir e arquitectar. E vá agora alguém propor a sua demolição e reconstrução a lembrar uma só época.
Esta mistura de estilos é muito apreciada também por aqueles que, apesar de tudo, se opõem a qualquer tentativa de deixar, aos futuros cidadãos, a marca do nosso tempo na memória das cidades que habitamos.
Estamos todos muito magoados com o que a década de 60, 70, 80 e 90, fizeram ao edificado deste país. Houve uma explosão demográfica e uma grande movimentação de pessoas para as grandes metrópoles. Nestas desordens, há sempre quem aproveite a fragilidade ou desinteresse do poder politico. Neste caso, infelizmente, aproveitaram os patos bravos.É caso para perguntar, onde estavam os fóruns de cidadania da altura? Não existiam? Existiam, sim. E a resposta é simples, estavam a insurgirem-se contra os "edificios Franginhas" de cada época, enquanto placidamente, Pimentas, Rendeiros e outros que tais, iam construindo Reboleiras, Cruzes de Pau, Amadoras, Caparicas, Charnecas, Montes Abrão, etc. Quantos dos que assinam estas petições, não deveriam ter a audácia de pedir a demolição do próprio edificio onde vivem? Ou não há nenhum peticionário da zona de cintura de Lisboa?
Tenho muito receio da sociedade civil e do seu bom senso, assusta-me ainda mais quando o pretende impor, utilizando critérios de superioridade moral e estética.
Gosto de Lisboa, porque ainda é muito autêntica, se numa qualquer tragédia ela ficasse em escombros, não sei se a quereria ver renascer numa representação Pombalina.

Arq. Luís Marques da silva disse...

Estamos a falar de coisas diferentes e nem os exemplos que aplica são válidos nesta situação; então que relação tem Lisboa, que não sofreu bombardeamentos, com as ditas "cidades presépio"? A única relação que vejo, será a da força avassaladora dos destruidores ser maior aqui, sem as bombas, do que lá com elas, de resto...
É que Lisboa não é "presépio", é real! Não precisa de ser reconstruída e no caso do terramoto, o sentimento presente que levou á sua reconstrução de forma diferente, foi o da salvaguarda das pessoas e bens, em relação a futuras catástrofes, nada mais.
Falar do "franginhas", do arq Vieira de Almeida, do "amarelo",do arq T Taveira e das "jóias da humanidade" construídas á custa de outros edifícios igulmente belos, parece-me ser falar da destruição pura e simples de belo património´, que deu lugar a outro que, discutívelmente, é melhor ou pior, mas uma coisa é certa, preferia ter a sé e a mesquita, do que ter só a sé catedral: Foi uma barbaridade o que se fez, não pondo em causa o que lá se pôs.
É nesse compromisso de acrescentar ao invês de destruir, que reside o dinamismo e o grau cultural de um povo e da sua cidade.
E é claro que não haviam cidadanias nem petições nos ano 60 e 70, mas isso também não lhe vou explicar.
No Largo do Rato o que está em causa também não é a qualidade do edifício; o que está em causa é a sua integração, a sua dimensão, a destruição de património e a explosão da escala do Largo do Rato.
Eu entendo, que esta zona de Lisboa ao possuir um tecido urbano fragilizado, resultado de algumas intervenções menos felizes, não pode sofrer alterações deste nível; o edifício naquele local, torna-se enorme, maciço, brutal, destrói a escala humana e palaciana que aquele Largo tem.
Mais torna permissiva futuras incursões.
A evolução na zona, se isso tanto o apoquenta, pode ser feita passando por uma intervenção urbanistíca de requalificação do espaço.
Pontualmente pode construir-se novo no antigo, nos interstícios, com cuidado, mas a regra deve ser construir no espaço próprio criando concentricidade, um
percurso histórico.
E eu, por mim nunca pediria a demolição do edifício onde vivo, onde nasceu o meu pai, o meu avô e onde já morava o meu bisavô... por mais dinheiro que isso me desse!!!

Anónimo disse...

Tenho observado os argumentos utilizados pelos blogues que apelam á assinatura da petição, e deixa-me triste que a mensagem captada pela maioria das pessoas e confirma-se pelos comentários, seja a da demolição da fonte, ou da demolição do prémio valmor, ou da demolição da associação centenária...enfim. Ponham alguma verdade na maneira com que abordam os assuntos , para que em vez de um análise que se quer séria não saia um chorrilho de asneiras e mentiras

Arq. Luís Marques da silva disse...

Parece-me não existir essa dúvida generalizada nas pessoas que assinaram a petição mas, como o que se pretende aqui, neste blog, é a verdade dos factos, pode esclarecer--se que o único edifício com valor patrimonial a ser destruído, é a centenária Associação Escolar de S Mamede.
Aqui fica pois o seu esclarecimento.