05/03/2009

BARÓMETRO DA MOBILIDADE - por Miguel Atanásio de Carvalho, em nome da ACA-M

POSITIVO
Bom contraste
Na Rua dos Sapateiros, na Baixa, há um interessante truque urbanístico, comum a outras cidades europeias, que promove a convivência pacífica entre peões e automóveis: nos cruzamentos com as suas perpendiculares (todas pedonais) o piso é de calçada branca em vez de empedrado preto. Isto permite lembrar aos condutores que o espaço ali é partilhado.
Um meio mais eficaz, simples e barato que regulamentos, fiscalizações ou outras obras.
.
NEGATIVO
Escada para a estrada
Na Avenida Fontes Pereira de Melo, no local onde a mesma se torna mais larga junto ao Hotel Sheraton, existe um pequeno troço sem passeio. Um absurdo se pensarmos que há largos anos ou décadas, numa das avenidas mais centrais, comerciais e movimentadas da cidade, os peões são obrigados a contornar os carros estacionados e a caminhar no alcatrão. Mais grave ainda: a
grande maioria dos lisboetas que por lá passa nem sequer se apercebe disso, o que revela uma aceitação da inferiorização do peão no planeamento da cidade.
.
EDIÇÃO DE MARÇO
JORNAL DE LISBOA:

JdL#14março09
JdL#14março09.pdf
Hosted by eSnips

4 comentários:

Anónimo disse...

LOBO VILLA 5-3-09

A ACA-M é uma organisação séria e não se devia meter nestas brincadeiras dos "empedrados dos autarcas",ou brancos ou pretos,conforme são de pões ou de automóveis,porque se aprofundasse a questão veria que nada disto faz sentido. Porque as ruas de peão mistas com automóveis, são sempre mentira e a favor dos automóveis !
Veja-se Oeiras ou Cascais onde a confusão é total: na "Pedreira do Isaltino",no centro de Oeiras, há zonas empedradas a branco-e-preto-que são zonas de peão onde diáriamente passam automóveis...-em Cascais ,Roseta empedrou a zona da Baía a branco,para cortar o tráfego automóvel(e bem),dois autarcas depois,Capucho re-abriu agora o trânsito nessa zona,mantendo o empedrado a branco...
O branco e o preto perderam o sentido,o trânsito também...
O que continua a aumentar é apenas o CAOS,nada mais.
ACAM,continue a vigiar a sua área...e parabéns pelo trabalho feito,nos automóveis !

Miguel Carvalho disse...

Bom, se as zonas foram ou não fechadas ao trânsito nada têm a ver com a cor da calçada. Têm a ver com vontade política.

Neste caso específico da fotografia, trata-se de um cruzamento entre rua pedonal e rua com trânsito. Ou seja ambos têm que conviver ali obrigatoriamente (o que não se passa com o seu exemplo).

Só por curiosidade, e como referi no texto, esta "brincadeira" - como lhe chamou - é muito frequente noutras cidades europeias.

M Isabel G disse...

Caro Lobo Villa
Agradecemos muito as suas amáveis palavras.
Temos muito gosto em poder contar com as opiniões do Miguel Carvalho, um jovem atento e conhecedor das questões da mobilidade.
Não concorda com o Miguel quando refere que "se as zonas foram ou não fechadas ao trânsito nada têm a ver com a cor da calçada. Têm a ver com vontade política."?
Na minha opinião pareceu-me uma intervenção que, nestas circunstÂncias, poderia ter bons resultados.
Agradeço-lhe mais uma vez, caro Lobo Villa, o seu apoio ao nosso trabalho.
M ISabel
ACA-M

Miguel Carvalho disse...

Isabel,
julgo ter sido mal entendido.

O meu texto original referia-se a este truque urbanístico no abstracto, e parece-me que Lobo Villa o tornou num elogio aos casos concretos onde ele foi aplicado.

Aquela minha frase não era uma opinião, estava só a constatar um facto... Lobo Villa comentava que depois da mudança do empedrado, os carros continuaram (ou voltaram) a poder circular. O que eu queria dizer era que essa reabertura ao trânsito nada teve a ver com a cor do empedrado. A reabertura poderia ter sido feita com empedrado amarelo, verde, preto ou branco. A reabertura foi apenas uma decisão política.

Pode é pôr-se a questão da vantagem do empedrado nesses casos concretos. Não conheço o caso de Oeiras, mas no caso de Cascais estou plenamente convencido que a situação seria pior se o piso fosse alcatrão. A questão não é só se o trânsito é cortado ou não (no caso da foto nem poderia), a questão é que o empedrado tem um efeito de abrandamento e maior atenção com os peões por parte dos condutores.