Hoje está à venda, como se atesta aqui, descrito como "oportunidade a não perder".
Em 2005 eram só esperanças, houve protestos e mobilização mas a CML, nicles, chutou para o lado, apesar do imóvel ter estado para ser classificado, até que há pouco tempo o IGESPAR decidiu encerrar o processo de classificação em curso.
É uma pena que estando o Plano de Pormenor do Parque Mayer não tenha em consideração esta sala carismática da "noite lisboeta" quando ela até está a pouquíssimos metros da zona abrangida pelo PP, i.e, na Rua da Alegria. Que diabo, não há forma de salvar aquilo?
4 comentários:
salvar para quê? para fazer um museu? para estar às moscas? para fazer bailes dançantes para a malta que agora vai para o bairro alto?
sinceramente eu não tenho ideias, e julgo que a CML também não tem. quem tiver que opine que eu estou curioso...
Conheço o espaço, que foi em tempos um cabaré de Lisboa,rivalizava com o Maxime, local onde se reunia uma elite social e jet set lisboeta nos loucos anos 30 inspirado nas modas francesas e americanas tentando sempre acompanhar as tendências como uma espécie de parente pobre, foi palco de acontecimentos artisticos certamente memoráveis e que contribuiram para a história da cidade. Ultimamente foi descaracterizado, perdeu todo o glamour pela falta de manutenção e pelo tipo de espectáculos que promovia, a sua frequência também não era lá muito encantadora, era pouco convidativo para um sábado á noite...estava condenado...
A falta de imaginação, iniciativa, investimento e cultura, acabam por dar na estagnação e subvalorização do nosso património....nem os proprietários, nem os autarcas souberam dar resposta e aproveitar esta jóia...
Mais que não seja façam outro bar de varões com brasileiras e eslavas...se não tiverem imaginação para mais...talvez assim consigam ainda ganhar uns eurozitos e adiar a demolição, ruina ou outro destino menos agradável.
Ás vezes estes senhores "da cultura" não entendem que há locais que já têm a magia e a patine, o ambiente está lá e a estrutura também...ainda por cima depois dão-se ao luxo de construir obras faraónicas para suprir a falta de locais como este...
enfim...
Sei que já há alguns anos este espaço está fechado, mas não deixo de ficar sinceramente triste com esta noticia!
Como acabam dia a dia espaços de culto no centro de Lisboa, tornando-a uma cidade cada vez mais vazia.
E continua-se a construir o maior e depois outro ainda maior e outro...espaços comerciais na periferia...
É a cidade que temos...ou a cidade que merecemos!
Esta sala de espectáculos é uma mais-valia da história e da cultura lisboeta. Não se pode deitar fora um espaço físico de correntes culturais, noites de pessoas e milhares de histórias do ritz clube. É um objecto de investigação demasiado valioso para a memória ficar viva e ser estudada. O futuro e o presente só serão vencidos com o conhecimento da história. Além do mais é um imóvel de interesses múltiplos para a cidade, turístico, comercial, arquitectónico entre outros.
Tem de existir uma consciência da importância destes espaços, as mentalidades de todos tem de estar activas para reconhecer e dar respostas a estes problemas. Uma sociedade evoluída cuida e valoriza o património cultural.
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