16/11/2010

O que será necessário fazer para salvar os três ursos do "Magic Circo"?



O URSO é o maior animal carnívoro actualmente existente sobre a Terra. Outrora existente no nosso país, e ainda abundante no século XIV, conheceu a extinção nos finais do século XV devido à perseguição humana.

Da família dos Ursídeos fazem parte sete géneros, entre os quais o Género Ursus, composto por pequenas e numerosas populações, muito variadas, pertencentes todas à mesma espécie - arctos. Excepto o urso polar, os restantes componentes desta família vivem em áreas temperadas e tropicais dos continentes europeu, americano e asiático. São completamente ausentes em África e na Austrália.

O URSO PARDO é polimorfo englobando o urso euro-asiático, de 300 Kg. de peso máximo entre os machos pirenaicos, e o gigantesco urso Kodiack, do Alasca, que chega a atingir 1.000 Kg. nos machos adultos. Está adaptado a meios muito diversos, desde o nível do mar até à alta montanha. Este êxito na adaptação deve-se fundamentalmente ao seu acentuado omnívorismo. De facto, o regime alimentar do urso é extremamente variado com uma elevada percentagem vegetal.

O URSO EUROPEU apresenta um comprimento de 1,70 – 2,00 m. Altura no garrote: 90 -100 cm. Peso: 80 – 300 Kg. Comprimento da cauda: 11 – 20 cm. A cor, em geral, é de um castanho médio e as crias têm um “colar” claro. No Inverno fazem prolongados períodos de descanso e alimentam-se, nessas ocasiões, das suas provisões de gordura, mas não hibernam propriamente.

O urso é um ser de índole solitária, só se juntando com a fêmea para o acasalamento. O território que cada indivíduo ocupa costuma ter cerca de 20 Km quadrados, tornando-se maior nas zonas em que o homem pouco os incomoda, Mas os ursos não defendem o seu território e frequentemente dois ou mais indivíduos compartilham a mesma área.
Os ursos acasalam-se no Verão. Após uma gestação de 7 a 8 meses, nascem as crias. Como os nascimentos se dão no Inverno (em geral entre fins de Dezembro e meados de Fevereiro) as crias necessitam de uma caverna especialmente protegida. Geralmente nascem 2 – 3 em cada ninhada. Abrem os olhos com apenas 4 – 5 semanas e são amamentadas durante quatro meses até serem capazes de se alimentar sozinhas. Contudo, a mãe trata delas durante dois anos.
Os jovens ursos estão aptos para a reprodução aos três ou quatro anos e podem atingir a idade de 30 anos. Uma ursa pode dar, no decorrer da vida, uma descendência de 20 – 30 animais – número considerável para uma espécie tão grande. No entanto a mortalidade das crias, não obstante os cuidados maternos, é bastante elevada, o que influencia o crescimento populacional.
Na Europa Ocidental e Central os ursos foram fortemente dizimados durante muitos séculos, de modo que hoje em dia, tirando os do Norte da Escandinávia, na Europa Ocidental, sobrevivem apenas quatro grupos isolados, altamente ameaçados de desaparição: nos Pirinéus, nas montanhas Cantábricas, do Nordeste de Espanha, nos montes Abruzos da Itália Central e nos Alpes italianos, nas proximidades de Trento. Na Europa central encontram-se na zona fronteiriça jugoslavo-austríaca nos Alpes e nos Balcãs. Em melhor situação estão as populações do Nordeste da Rússia que alastram pela Finlândia até ao Norte da Suécia e da Norurega. Na Europa é a reduzida densidade populacional humana que determina a distribuição e os hábitos do urso, o qual foi sendo empurrado e encurralado nas zonas montanhosas, onde hoje exclusivamente vive. Também pelo facto de ser incomodado frequentemente, os seus hábitos tornaram-se nocturnos.


O URSO NA PENÍNSULA IBÉRICA. Em Espanha existem actualmente alguns ursos a viver em ambiente selvagem na cordilheira Cantábrica (Picos da Europa). Além desta população outras aparecem também nos Pirinéus Ocidentais, onde, na vertente espanhola foi criado o Parque Nacional de Ordesa, dando continuidade ao Parque Nacional dos Pirinéus Ocidentais, criado pela França em 1967 para assegurar o futuro dos 30 a 50 ursos que sobreviviam na cadeia pirenaica.
Nos Pirinéus, apesar da protecção de que é alvo, em França e em Espanha, o número de ursos tem vindo a diminuir, totalizando hoje menos de 20 exemplares.
Nos bosques caducifólios ou mistos da Península Ibérica a progressiva diminuição e desaparecimento do magnífico urso pardo representa uma perda irreparável. Ao mesmo tempo, esta perda é injustificável, pois a sua conservação não é difícil e em muitos locais poderia organizar-se uma rede de santuários onde os pacíficos ursos pudessem descansar da ancestral perseguição humana e reproduzir-se em paz.


OS URSOS DO ”MAGIC CIRCO”. Serve esta pequena introdução para apresentar os animais que neste momento sofrem num ambiente que certamente não é o mais adequado ao seu bem estar e para que surja um movimento de solidariedade que permita a curto prazo encontrar uma solução para que seres que durante anos conviveram diariamente com os humanos, ajudando-os na sua luta diária pela vida, possam agora ser ajudados.

Bem Hajam todos aqueles que se empenharem na sua salvaguarda.



João Pinto Soares

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu pergunto-me como foi possível que estes ursos tenham ficado 5 anos, em jaulas e à guarda daqueles que foram declarados como incapazes.
Como podemos confiar na boa vontade das autoridades que necessitaram de tanto tempo para resolver a situação.
Que país é este? O sofrimento não é relevante para que se apressem processos, se trabalhe até mais tarde, se percam horas de sono para resolver o assunto com a maior urgência! Em Portugal, porque a justiça tarda e não funciona, estamos sempre confiantes que tudo se pode fazer porque não vai haver consequências.

M. disse...

Que falta de sensibilidade das pessoas competentes para resolverem mais depressa esta situação ! Pobres bichos!