11/10/2011

"Se 2013 fosse hoje, não tenho dúvida nenhuma de que me recandidatava"


Autarca do PS ganhou as autárquicas há precisamente dois anos

"Se 2013 fosse hoje, não tenho dúvida nenhuma de que me recandidatava"
Por Inês Boaventura in Publico

António Costa está "de boa consciência" a meio do mandato. Oposição critica atrasos e fala em muita propaganda e poucos resultados


António Costa convocou ontem os jornalistas, à semelhança do que tinha feito há um ano, para um balanço do seu desempenho enquanto presidente da Câmara de Lisboa. A pequena conferência de imprensa do ano passado deu lugar a um encontro com centenas de pessoas e notáveis incluídos, mas o essencial do discurso pouco mudou: o autarca deu a conhecer alguma obra feita, mas acima de tudo voltou a anunciar projectos que ainda não passam de intenções.
Tanto em Novembro de 2010 como agora António Costa, que hoje celebra dois anos desde que foi eleito pela segunda vez para este cargo (no primeiro caso para apenas meio mandato), começou por destacar os mesmos três "marcos" da sua governação: a revisão do Plano Director Municipal (PDM), a reestruturação dos serviços e a reforma administrativa da cidade.
E se em relação ao PDM o autarca reconheceu que o documento carece da aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa, o discurso foi diferente no que toca à reforma administrativa. Aí nem uma palavra foi dita sobre o facto de este processo estar agora nas mãos do Governo e da Assembleia da República, não se sabendo se estará concluído a tempo das eleições autárquicas de 2013, como António Costa pretendia.
No discurso de ontem, o autarca acrescentou aquilo a que chamou a "despoluição do Tejo" à lista de "marcos" dos seus últimos dois anos enquanto presidente. "É uma obra muito importante mas pouco visível", afirmou António Costa, que não fez qualquer menção ao facto de esta ter sido uma empreitada a cargo da Simtejo.
Perante ex-ministros como Ferro Rodrigues e Correia da Fonseca e nomes da cultura como Rui Vieira Nery, Carlos do Carmo e Pilar del Rio, o autarca admitiu que não foi ainda possível concretizar dois programas que tinha concebido para amortizar a dívida de curto/médio prazo: a criação de um fundo imobiliário e a alienação da rede de saneamento em baixa à EPAL. "O contexto de mercado tem sido difícil", justificou mais tarde aos jornalistas, sublinhando no entanto que não desistiu de qualquer um desses projectos.
No seu longo discurso, proferido de pé enquanto se movimentava no palco do Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, António Costa destacou que das 80 escolas do pré-escolar e 1.º ciclo com requalificação prevista há 39 com obras concluídas. Quanto às creches, o autarca assumiu que dos 2500 lugares que pretendia criar metade pode ficar pelo caminho: "É um programa muito ambicioso. Vai ser difícil cumprir com a ambição que tínhamos no início do mandato."
No fim da sua intervenção, recebida com um longo aplauso e muitos cumprimentos, António Costa voltou a deixar no ar a ideia de que poderá voltar a candidatar-se à presidência da Câmara de Lisboa. "Se 2013 fosse hoje, não tenho dúvida nenhuma de que me recandidatava", clarificou depois aos jornalistas. E acrescentou que irá a votos, se estiverem reunidas duas condições: "Se estiver de tão boa consciência como hoje e se me sentir capaz."
A oposição camarária não concorda com o balanço de António Costa, que defendeu que Lisboa é hoje uma cidade melhor do que quando assumiu a presidência. "Aquilo que reparo é que foi muito mais a propaganda do que a obra feita", diz o vereador do CDS, António Carlos Monteiro, que acredita que serão poucas ou nenhumas as melhorias sentidas pelos lisboetas.
"A câmara está praticamente paralisada e quanto às contas temos um orçamento que é perfeitamente demonstrativo dessa política de ilusão", continua o mesmo vereador, referindo-se ao facto de não terem saído do papel o fundo imobiliário e o negócio com a EPAL. Já o comunista Ruben de Carvalho critica a reforma administrativa, "uma pura operação de propaganda política", e diz que a reestruturação dos serviços foi feita "em cima do joelho".
Victor Gonçalves, do PSD, fala no "falhanço" desta presidência e diz que a cidade "está praticamente parada", mas admite que foi feito algum trabalho positivo na requalificação de espaços verdes. Já António Carlos Monteiro aponta o "esforço de planeamento" como algo de louvável.

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PAROLE !! PAROLE !!
Junte-se este "acontecimento" e este Meio-Anúncio à "entrevista" de Manuel Salgado no jornal I ... e estamos informados ...
PAROLE !! PAROLE !!
Só há uma forma de comentar isto ... vejam o video, ilustrativo desta incontornável e desastrosa ... "rábula'...
António Sérgio Rosa de Carvalho.

9 comentários:

Anónimo disse...

eu até acho que ele foi o melhor mayor de Lisboa desde há muito tempo

comparando com Santana, Carmona e Sampaio este é 1000 vezes melhor. Foi o que fez mais na área de ambiente/ciclovias, alem da revisão do PDM e reforma administrativa

toda a gente vê isto senhor Antonio

Anónimo disse...

Faça um favor a Lisboa e não se recandidate sr. Costa. E já agora, usa as ciclovias para ir para a CML?

Anónimo disse...

Sim comparando com os espantalhos anteriores o Costa é bem melhor. O elo mais fraco é o Salgado e os seus tiques egocentricos típico de arquitecto sem valores

Um morador disse...

Sim, por exemplo, à custa do Bairro Alto, por exemplo.

Vergonhoso!

Há quem defenda que seja dado o nome dele à rua mais urinada e defecada do Bairro Alto.

Anónimo disse...

Costa usa a CML como trampolim. E gasta sem nenhum sentido. Vai construír um campo de rugby no Lumiar, gastando 900 mil euros. E um campo de paintball em Chelas, gastando pelo menos 50 mil euros. Acham que isto é ser bom governante?! Um pouco de razoabilidade, por favor. E as obras que efetivamente melhoram a qualidade de vida das pessoas?! Essas que se lixem, não é sr. Costa?!

Anónimo disse...

Votei Costa nas últimas eleições, à espera de algo melhor. Talvez seja melhor do que os últimos que o antecederam. Mas daí a gostar vai uma diferença muito grande. Até agora a única coisa que vi foram obras de fachada e de promoção política. Foi o caso do Terreiro do Paço, do edifício do Intendente, das ciclovias (que podem ter algum uso, mas que não serão concerteza alternativa a quem tem de atravessar todos os dias mais de meia cidade para ir trabalhar às 8.30 da manhã) e outras que tais. A Ribeira das Naus já nem falo. Dois anos sem poder passar ali convenientemente parece-me típico das péssimas obras que se fazem por aí. Precisamos de um executivo camarário sério e não de alguém que quer subir na carreira política e pouco faz pelos lisboetas. A minha rua tem um passeio numa vergonha. Sujo, esburacado e cheio de pedras soltas e altos e baixos. Já várias pessoas mais idosas se aleijaram neste passeio. Vê-se uma cidade lírica (no mau sentido). Uma Avenida da Liverdade folclórica, consoante as campanhas publicitárias de que é alvo. Prédio na Av. Fontes Pereira de Melo ultragrafitados, de um modo horrível, em vez de serem recuperados e de mostrarem a sua beleza arquitetónica. O mesmo se vê na Av. Infante D. Henrique antes de chegar a Santa Apolónia. Armazéns grafitados e que tiram a beleza da vista do nosso lindo Tejo. Esta não é a cidade que eu quero. Em Costa não voto mais. Espero é que existam alternativas sérias, senão o branco está garantido. Peço desculpa pelo desabafo, mas sinceramente estou farto de certas asneiras que são feitas pelos políticos espetáculo.

Xico205 disse...

Vá lá, um dos responsaveis pela má governação que temos deu a cara.

Queixam-se mas são os responsaveis.

Caem todos no conto do vigário e como o mundo está bom é para os espertos...

Anónimo disse...

Bem esta noticia tem o seu quê de estranho. O PSD elogia Sá Fernandes por ter feito um bom trabalho, isto deve ser para irritar o Manuel Salgado pois este não pára de pisar o seu colega na vereação, comentar a seu respeito, e asambarcar o seu trabalho. Interessante este executivo...

Filipe Melo Sousa disse...

O Costa gastou o dinheiro que tinha e que não tinha em propaganda e obras completamente inúteis e inacabadas. O Terreiro do Paço é o retrado desta medíocre gestão. Ou falta dela. Matou a zona, os arredores, e todos os acessos a Alfama.