A conceituada revista “Top Places” elegeu Lisboa a melhor cidade do mundo para viver.
“É difícil encontrar uma capital que conjugue tantas boas características como a capital portuguesa. A começar pelo famoso clima, com cerca de 300 dias de sol por ano, uma luz fantástica que tem inspirado os mais conceituados fotógrafos, e uma temperatura amena que convida a prazenteiros passeios pelas antigas vielas da urbe muçulmana.
É precisamente o passado histórico que se destaca numa da raras cidades onde se podem apreciar vestígios pré-históricos, romanos, visigóticos, muçulmanos, e de todas as épocas da história de Portugal. Para quem gosta de história é difícil encontrar melhor leque de escolha. A cereja no topo do bolo é o Castelo de São Jorge, que faz as delícias dos mais pequenos.
Este passado histórico é também em parte responsável por uma gastronomia impar, com raízes nos quatro cantos do mundo. Para além disso, Lisboa é hoje uma cidade que permite viajar pelos sabores do planeta através dos inúmeros restaurantes japoneses, chineses, indianos, russos, tibetanos, entre outros que abundam pela cidade.
A oferta diversificada estende-se à cultura, com uma dinâmica própria das grandes urbes. A começar pela Fundação Calouste Gulbenkian, passando pelo inigualável Museu dos Coches, o lisboeta tem muito por onde se perder.
Ao nível dos espaços verdes, poucas cidades têm um parque com as dimensões do Parque Natural de Monsanto, onde se podem avistar águias, esquilos e outros animais. Esta oferta é complementada pelo Parque Eduardo VII, onde a Estufa Fria convida a acalmar o calor no Verão, o maravilhoso Jardim Botânico, com as suas espécies raras, ou o enigmático Jardim da Gulbenkian, autentico oásis no meio da cidade.
E o que dirão os apreciadores do desporto rei de uma cidade que lhes permite assistir aos famosos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, em dois modernos e confortáveis estádios de futebol ? A oferta desportiva em Lisboa é completa. Vela, Hipismo, Maratona ou Canoagem são alguns dos desportos possíveis de praticar na cidade, mas o nosso destaque vai para o…Golfe. Conhecem alguma cidade que tenha no seu interior 3 campos de golf ?
Para os amantes da praia, esta está apenas a 15 minutos. Surf, Windsurf, Kytesurf, entre outros, são as possibilidades que estão à mão de semear.
Ao final do dia, a cidade ganha outra vida, com o Bairro Alto a proporcionar uma das mais famosas noites da Europa. Este mesmo Bairro, que colado ao Chiado permite às “fashion victims” perder a cabeça nas inúmeras lojas trendy.
Para quem o luxo é uma inevitabilidade, que diremos da Avenida da Liberdade ? Gucci, Louis Vuitton, Tods ou Dolce e Gabanna são algumas das tentações. E se alguma coisa faltar, Paris, Genebra ou Londres estão entre 2 a 3 horas de distância, através dos inúmeros voos que ligam a capital portuguesa ao resto do mundo.
Por fim, a escolha de uma casa para viver faz-nos passear por épocas memoráveis, sejam os edifícios da Belle Époque, com as suas esculturas e lindas janelas, seja a arquitectura do chamado Estado Novo, com classe, intemporal, própria de quem aprecia a qualidade de vida e tem bom gosto.
Para ser perfeita, só lhe falta mesmo a neve, ou uma estância a menos de 50 quilómetros. Nada a fazer. O Sol reina e os seus habitantes agradecem.
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A revista não existe, e o artigo é fictício. Mas esta é uma das realidades da cidade de Lisboa, que a poderiam tornar sem dúvida a melhor cidade do mundo para viver. Mas o outro lado da equação, a outra realidade, não o permite. A realidade da sujidade nas ruas, do trânsito por vezes caótico, do estacionamento desregrado, dos jardins mal cuidados, dos prédios a cair, da politica de urbanismo medíocre, da falta de vontade politica para resolver os problemas, mesmo os mais simples. O potencial existe. Os habitantes não o estão a saber aproveitar na totalidade.
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12 comentários:
Muito bom texto! E no entanto, a avaliar pela iniciativa "O Meu Movimento", do governo, os portugueses preferem eleger como prioridades as condições que se dão aos animais ou a defesa de mnovimentos corporativas que interessam a meia dúzia...
Ficção? Mas pode não ser! Precisamos apenas de governantes e de habitantes civilizados que percebam e estimem esta cidade
M A R A V I L H O S A!
O texto está correcto. Falta apenas uma coisa a Lisboa: Uma população bem formada. Mais formação e mais cultura traduz-se em mais riqueza, melhores condições de vida, melhores escolhas e maior exigência na resolução dos problemas. Lisboa é "analfabeta" e esse é o grande e único problema que traz todos os outros.
O pessoal da revista deve ter visto um filme publicitário sobre Lisboa e... acreditou.
Por mais que tente, não consigo imaginar outra hipótese.
Aquela gente fará alguma ideia sobre o que é o dia a dia em Lisboa, conhecê-la-á com algum pormenor? Manifestamente impossível.
O Carlos Leite de Sousa é fictício. Uma pessoa com tanto potential e que o sabe aproveitar na totalidade não pode ser lisboeta.
Bom texto. Inspirador!
Eu acreditei
Nem acabei de ler o artigo, de tal maneira ele me provocou revolta.
Afinal, trata-se de uma revista imaginária.
O meu comentário das 7:19 PM explica-se por essa razão.
Ah, e parabéns pela ideia.
O que por aí se lê em revistas (e na net, e etc) sobre a nossa pobre capital, escrito por gente que manifestamente não a conhece nem o dia-a-dia de quem aqui vive, merece sem dúvida a ironia do artigo.
Em filme Lisboa fica bem melhor do que por escrito. Dependerá de como nos apetece olhar
Há quem a veja assim http://vimeo.com/37303454
Eu pensei que o artigo fosse verdadeiro, e pensei; finalmente ganharam juizo e aprovaram um post que fala bem de Lisboa, mas claro está que está tudo na mesma. Na opinião da maioria que aqui anda Lisboa não presta para nada mas mudarem de terra é mentira! Devem ser masoquistas!
O mais importante do artigo, não é ironia nem ficção. Falo de duas realidades bem conhecidas. Um lado positivo da cidade, que lhe confere potencial, e um lado negativo, que não permite aproveitar esse potencial. Quem conhece a cidade, independentemente dos gostos pessoais, reconhece os dois lados da equação. Para mim poderia ser uma cidade perfeita, só lhe faltando a neve, embora esta seja uma opinião muito própria.
A neve ia fazer com que a cidade fosse ainda mais imperfeita. Mais acidentes de viação, mais idosos a ir parar ás urgências da ortopedia devido a quedas na via publica e os hospitais ainda mais atafolhados. Um aumento da mortalidade ainda maior devido ao frio. Se a maioria das pessoas já morre de frio em casa e na rua sem temperaturas negativas quanto mais com temperaturas abaixo de zero!
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