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2. Parece que há alguma hipocrisia dos responsáveis do J.Botânico acerca dos projectos na envolvente ao jardim, como sejam os do P.Mayer e do Pal.Rib. Cunha. Senão veja-se:
Os responsáveis do JB e da Liga dos Amigos não só se mantiveram mudos e quedos até aqui, como ainda disseram que o projecto para o Pal.Rib.Cunha seria bom (!) para o JB, o que é bizarria completa ...seria bom porque, disseram em sessão promovida pela Junta S.Mamede, acabaria com as espécies infestantes (sic) e com os gatos abandonados (sic). A mesma posição inqualificável teve a Junta Freg.S.Mamede que a princípio era contra e depois mudou de opinião, vá-se lá saber porquê.
3. Para além disto, o Jardim Botânico é tutelado pela Universidade de Lisboa. Portanto, cabe ao reitor da UL (e não a ong como os Amigos do JB) pronunciar-se sobre os projectos que venham a ser feitos para o P.Mayer e/ou Palacete Rib.Cunha. Recordo que em 1970 um projecto para o P.Mayer foi recusado pelo governo de então devido a um parecer negativo da reitoria da UL. Portanto, há uma hierarquia, que deve ser questionada antes de se dizer que a culpa é do IPPAR, etc.
Voltando ao Pal.Rib.Cunha, posição muda e queda teve a mesma UL sobre o dito PP, em 2006. Instámos várias vezes a mesma a pronunciar-se, mas nada.
4. Falando do Capitólio, é bom esclarecer que graças a intervenção de pessoas c/responsabilidades na CML/AML evitou-se o pior, e hoje pode-se afirmar com certeza que o Capitólio é para ficar e para recuperar (modelo 1928 ou não, isso é outra coisa...). Há declarações formais, à TV e jornais, de CR em como o Capitólio é para ficar. Há registo disso.
5. Quando se diz, e bem, que o IPPAR vem sendo mera figura de corpo presente, esquece-se a CCDR-LVT, última instância a pronunciar-se sobre planos de pormenor, antes de irem a rectificação na AML. Também ela se tem mantido como figura de corpo presente.
6. Voltando ao Palacete Rib.Cunha, a verdade é que Sr. Lanier ainda não o comprou; aliás, o problema está aí. Julgamos que só o comprará se o projecto for aprovado. Ora, o projecto em causa, AQUELE projecto que foi aprovado em sessão de CML sob a capa de plano de pormenor, NÃO será feito. O promotor terá que o mudar: volumetria, impermebilização do solo, passadiço, etc. Aliás, para tal muito contribuiram os depoimentos verbais do Arq.Ribeiro Teles e da Prof.Regina Anacleto.
7. Por fim, para recordar que o projecto de Norman Foster não é mais amigo do JB e da cidade, que o de Gehry. Tinha maior volumetria, arrasava o Capitólio e só se preocupava em construir escritórios e serviços. O projecto de Gehry tem três maleitas de base: a inadequação do "look gehry" naquele local (uma bola de espelhos de titânio vista do alto?), a sensação de sufoco que salta à vista, e o elevadíssimo preço.
15 comentários:
excelente
É lamentável que pessoas que opinam sobre a nossa cidade, que organizam os textos meticulosamente por pontos, que atacam tudo e todos (inclusivamente a legitimidade de organizações de génese semelhante à sua), que se sentem sufocados com o trabalho e esforço dos outros e que demonstram alergia ao pólen libertado pelo lucro do desenvolvimento confundam um monumento com o seu perímetro de protecção.
A/C. ETA
É capaz de repetir, s.f.f, que não entendi.
Aproveito a oportunidade para convidar o Ilmo. PF e restantes interessados a deslocarem-se à minha morada em http://lxdesenvolvimento.blogspot.com/ onde certamente encontrarão os recursos necessários para entender.
Pois.
parece que muitos que vêm a este blog confudem a preocupação com o desenvolvimento com ataque ao desenvolvimento...
Ninguém é contra o desenvolvimento de Lisboa, muito pelo contrário!
Agora defender a alteração da cidade a todo o custo é que não.
É que se ainda não perceberam desenvolvimento não implica apenas criação, mas também recuperação, protecção, reinvenção e respeito.
E muitos dos projectos para lisboa, que muitos deles, em si, não são contestáveis, mas, tendo em conta o local, são execráveis.
Pensem só um bocadinho.
Vamos lá ver então se eu entendi?
Existe um determinado monumento e a sua área de protecção. Que são coisas distintas apesar de conexas.
Vem um conjunto de senhores e salta em defesa da cidadania atacando todo o projecto conhecido para aquela zona urbana explanando com vigor a sua visão.
No entanto, a opinião apresentada converge para duas alternativas, qual delas a mais benéfica para o cidadão lisboeta.
A primeira, consiste em não edificar nem valorizar o espaço deixando alastrar a podridão que grassa no monumento para a sua envolvente - com claras vantagens numa prespectiva de homogeneização da paisagem da capital.
A segunda, consiste indirectamente em imputar à autarquia (para além da recuperação e preservação daquilo que lhe compete) o ónus da manutenção da área que envolve um determinado imóvel de interesse - com o óbvio aplauso do contribuinte que poderá assim usufruir do melhor que Lisboa tem para dar.
Caro ETA,
Essa lenga-lenga do "coitadinho do palacete, está a cair", etc. e tal, já é velha, tão velha que não pega. À custa dela temos assistido aos piores atentados ao património da cidade.
Ninguém está a dizer que a CML deve ir a correr comprar o palacete e os jardins e fazer dali um ... sei lá, um parque de merendas para se jogar à sueca e dar comida aos pombos.
Apenas se quer preservar um jardim, um logradouro, único no corredor verde daquela encosta da Avenida. E que se respeite a lei.
Indo ao seu ponto preferido, que já reparei serem os hotéis, pois temos muito que falar:
Então diz-me que o palacete não pode ser um hotel em antenas? Por causa do hamburguer e do café, etc. E que não há hotéis de luxo com poucos quartos. Não é preciso ir muito longe: em Cascais, o H.Albatroz é feito em antenas; em Lisboa, no Castelo, o melhor hotel de Lisboa tem poucos quartos.
Caro PF,
Engana-se.
O meu assunto preferido não são os hotéis.
O meu assunto preferido é a mudança a evolução o crescimento e o avanço. Ou seja, o desenvolvimento sem o complexo do lucro do alheio.
No entanto, estamos de acordo porque eu sou a favor daqueles que querem preservar o jardim. Só acho é que antes de comprar o material de jardinagem devem pedir autorização ao dono - que no caso parece que é a Universidade de Lisboa.
bom, agora é que me baralhou:
falamos do JB ou do do palacete?
"a mudança a evolução o crescimento e o avanço." é muito bonita, quando anda de mão dada com a preservação, a manutenção, a conservação, o bom planeamento urbano....e muitas outras coisas.
Quando estes parâmetros não se equilibram devidamente, fica-mos
sómente com .........Lisboa 2007.
JA
Eu entendo...
Vale mais Lisboa a cheirar a bolor,
Do que um Euro nas mãos do promotor!
caro eduardo teixeira do amaral,
acho que está a perceber mal o problema. Como já aqui foi dito, ninguém aqui está contra o desenvolvimento. Tem é que existir uma ponderação sobre as consequências de alguns projectos. No que diz respeito aos condomínios fechados, por exemplo, é verdade que muitos reabilitam palacetes antigos, o que é positivo. Mas não me parece que seja positivos para a vivência de uma cidade a proliferação destes. Existem outros empreendimentos imobiliáros de luxo optam por não se fechar em muros e tornam a cidade mais bonita. Se existir procura, ninguém põe em causa o seu lucro (desde que não atropelem leis).
Se me permite, parece que está demasiado fixado na ideia de que proteger a cidade do ataque desmesurado do "desenvolvimento" para ver os dois lados da questão.
ricardo esteves correia
E.T.A.......por favor leia outra vez!...Sabe, o empreendimento também existe nas áreas da conservação, reabilitação, planeamento urbano, etc.
São ramos que também dão lucro, se é que alguém se pronunciou contra o mesmo neste site.
JA
Peço desculpa, mas acabei de reparar que o meu comentário está incompleto. O último parágrafo deve-se ler assim, claro:
"Se me permite, parece que está demasiado fixado na ideia de que proteger a cidade do ataque desmesurado do "desenvolvimento" é prejudicial, para ver os dois lados da questão."
ricardo esteves correia
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