In Diário de Notícias (12/11/2007)
FILIPE MORAIS
DIANA QUINTELA (imagem)
«A Câmara Municipal de Lisboa aproveitou a iniciativa de cortar o trânsito no Terreiro do Paço aos domingos para criar ontem um magusto diferente, já que instalou no local o "maior assador de castanhas do mundo", oficializado pelo livro de recordes do Guiness no início deste mês, em Vinhais, localidade que produz cerca de um terço das castanhas nacionais. A partir das 14.00 foram oferecidas castanhas assadas aos lisboetas, que entraram numa autêntica corrida à castanha, já que algumas pessoas acabaram por ser entaladas pela multidão.
O assador de Vinhais foi transportado desmontado para a capital e teve de ser instalado por cima de uma protecção para não derreter o alcatrão, já que se encontrava em cima da estrada normalmente aberta ao trânsito. O assador tem capacidade para assar duas toneladas de castanhas, graças aos seus 600 quilos e oito metros de altura. O assador estava a postos desde a manhã, quando ainda eram colocados calmamente ao lado os molhos de lenha que iriam assar as castanhas. Essa tranquilidade acabou por contrastar com a velocidade a que as castanhas desapareciam.
Além das castanhas, a autarquia disponibilizou ainda água-pé aos munícipes, mas no Terreiro do Paço havia ainda uma prova de vinhos, promovida pelo Ministério da Agricultura. Por 2,50 euros, com direito a um copo, era possível provar centenas de vinhos nacionais, havendo ainda direito a um pequeno e concorrido curso de prova de vinhos.
Além das habituais presenças no Terreiro do Paço aos domingos, desde a venda de pipocas, aos livros e ao artesanato, o Ministério da Agricultura permitiu que as suas instalações fossem visitadas.
O destaque da visita ia para os gabinetes dos secretários de Estado e do ministro Jaime Silva, destacando-se o gabinete que foi usado por Oliveira Salazar, como ministro das Finanças, e que inclui uma casa de banho com vista para o Terreiro do Paço, construída por ordem do próprio Salazar.
À tarde, além das castanhas assadas, houve um almoço organizado para os sem-abrigo da cidade. Carlos Carvalho, da Associação Nouni (uma palavra crioula que significa todos unidos), considerou que "foi um sucesso", já que serviu centenas de pessoas "em vários pontos da cidade. Servimos 250 litros de água-é e castanhas, não ficou uma para contar a história", disse ao DN.
O responsável adiantou que hoje começa a ser preparada uma iniciativa semelhante para o período do Natal.
Apesar do forte movimento, de turistas e de munícipes, ontem eram raras as lojas que estavam de portas abertas na Rua Augusta. Aqui, a animação estava a cargo de um homem-estátua e de vários acordeonistas. »
Trata-se de uma conjugação imbatível: a borla e o maior qualquer coisa do mundo.
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6 comentários:
Pura demagogia.
A organização destes eventos mostra Portugal no seu melhor.
A tristeza do complexo de inferioridade que nos presegue, de quere ser sempre maior que os outros. O centro comercial maior do mundo, a sandes de courato maior do mundo, os maiores pobres do mundo, etc...
E é assim que mostramos ao mundo que temos os pobres mais famintos do mundo, a sofreguidão para comer uma castanha à borla, deixa-me triste e desolado com este meu país.
O "camarada" deve estar orgulhoso!
o que é "presegue"? Desculpe a ignorância.
que pobreza... orgulho na maior panela do mundo para assar castanhas! e que tal termos orgulho, por exemplo, na maior floresta de castanheiros do mundo? Ou, melhor ainda, ter orgulho na mais bem gerida floresta de castanheiros do mundo? Não, isso é demasiado evoluido e civilizado para os portugueses. Esses méritos pertencem aos cidadãos de países como a Finlândia, Duécia, Noruega, etc.
Ainda vamos ver, em plena Praça do Comércio, a maior castanha insuflável do mundo.
ao que consta a borla das castanhas gerou um pandemónio - pessoas a atropelarem-se porque "era de graça", e um terreiro do paço cheio de lixo (com caixotes vazios) e os pombos deliciados com o banquete.
é de graça e o tuga vai.
nos problemas a que toca a todos não vai... enfim...é a sociedade que temos
De facto a demência da gestão socialista da cidade de lisboa chega ao ponto de afirmar que a prova de que conseguiram "vitalizar" o Terreiro do Paço é que a afluência aumenta quando se distribui comida e bebida "à borla"
(à borla - leia-se: descontado coercivamente dos pagadores de impostos. pagam os mesmos de sempre)
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