03/04/2008

Ponte Chelas-Barreiro







"O Governo aprovou a solução para a terceira travessia do Tejo. A opção Chelas/Barreiro ganhou à solução Beato/Montijo, defendida nos estudos da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).
A escolha da solução Chelas/Barreiro sempre foi defendida pela Rave e a terceira travessia do Tejo é fundamental para a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

Os contestatários à ponte entre Chelas e o Barreiro consideram que não faz sentido o comboio de alta velocidade não servir directamente o aeroporto de Alcochete, enquanto que, se a ponte fosse desviada para o Beato/Montijo, a ligação seria directa e reduziria a distância entre Lisboa e o aeroporto em 12 km. A ligação ao aeroporto através da ponte entre Chelas e o Barreiro será feita a partir de um ramal.

A futura travessia comporta quatro vias ferroviários, duas para a alta velocidade e outras duas para o serviço ferroviário convencional (suburbanos).
A ponte Chelas-Barreiro, que terá uma extensão de 13 quilómetros, sete dos quais sobre o rio Tejo, permitirá assegurar a ligação em alta velocidade Lisboa-Madrid, que deverá ter início em 2013. Inicialmente avaliada em 1.700 milhões de euros, a terceira travessia do Tejo terá duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas vias laterais com três faixas cada uma para o tráfego rodoviário.

Por outro lado, a nova ponte permitirá completar a ligação da cintura urbana de Lisboa, dando resposta às necessidades da margem Sul, além de colmatar as restrições de carga existentes na ponte 25 de Abril. As estimativas de tráfego para a ponte Chelas-Barreiro, apresentada pela RAVE, são de 66 mil veículos por dia em 2017, conta os 91.500 da Vasco da Gama e os 140 mil da 25 de Abril.

Nos últimos tempos surgiu uma alternativa rodoviária para as ligações das duas margens do Tejo. Trata-se da ligação Algés/Trafaria, que o Governo já disse está nos seus planos."


Ainda assim, falta ainda saber e perguntar:

  • Quais os impactos na cidade de Lisboa em termos de trânsito, turismo, construção, vias urbanas, habitação, valorização de terrenos?
  • Qual o prejuízo para cidade daquelas imagensque irão alterar, para sempre, o horizonte de Lisboa e do mar da Palha?

  • Quais os perigos para a navegação e para o porto de Lisboa e o que irá obrigar a fazer, em termos de dragagens, canais de navegação, e alargamentos do porto?

  • Quais as obras colaterais e que que isso implica em termos de custos, nomeadamente uma nova travessia em algés?
  • Quais os impactos em termos de trânsito em chelas, alvalade, segunda circular, olaiais, olivais, bela vista, parque das nações?
Pode parecer coisa de somenos, mas aquela imagem é uma ferida horrorosa e irreparável.
Ao menos, já que o vão sacrificar podiam chamar à ponte "mar da palha"....
Nota: Quando a escolha foi anunciada eram apenas estas as simulações conhecidas.

18 comentários:

Gonçalo Cornelio da Silva disse...

Os decisores serão responsabilizados pela escolha?

A actualidade da escolha do traçado de entrada em Lisboa da Alta Velocidade tem uma importância fundamental na escolha da 3ª Travessia do Tejo. As propostas em cima da mesa e discutidas pelo LNEC são as opções Chelas-Barreiro e Beato-Montijo.
Apesar de ter conhecimento por ter estado envolvido directamente e para a qual existem variados estudos julgo que a primeira solução Chelas-Barreiro é indiscutivelmente a mais agressiva em termos paisaigísticos, e portanto ambientais pois a vista para nascente da cidade, a vista do Rio Tejo e Mar da Palha ficará comprometida definitivamente. A solução da ponte Beato-Montijo será provavelmente a melhor solução, pois não irá obstruir as vistas para nascente, mas sim as de Norte o que será menos grave, no entanto seria fundamental caso seja viavel a amarração ser em Chelas (no local já definido), por permitir uma indiscutível acessibilidade significativa das diversas soluções rodoviárias.
Mas para além deste factor fundamental existe um outro que me surpreende não ouvir a sociedade nem os Lisboetas se pronunciarem sobre aonde é a ESTAÇÃO CENTRAL DE LISBOA. Que na minha modesta opinião concordo plenamente com o Vereador Manuel Salgado, deveria ser em Chelas, mais precisamente entre Chelas e as Olaias.
Permitiria não só um excelente interface de transportes que inclue Alta Velocidade/Refer/Metro e ainda a ligação à Circular Interurbana [Algés-Amadora/Amadora-Loures/Loures-Lisboa rio em Xabregas (proposta em 2004)], mas sobretudo teria a vantagem de valorizar ou "um factor importantíssimo de valorização" desta desqualificada zona da cidade, "uma área critica da cidade de Lisboa", que é a freguesia de Marvila.




No artigo do jornal Publico-Local de 20-12-05, o actual Vereador do Urbanismo pronunciou-se sobre esta situação, é indiscutível que a Estação Central tal como o Hospital de Todos os Santos serão factores fundamentais de requalificação social de toda esta zona da cidade, com a mais valia de valorizar a propriedade municipal e portanto valorização e potencialização da zona.
É inaceitável que a estação possa vir a ser colocada na zona da expo, utilizando ou aumentando o apeadeiro existente, por diversos motivos. Primeiro, porque o argumento de urbanizar a zona oriental ou da expo deveria constituir uma mancha de óleo que se extenderia sobre as zonas limitrofes, coisa que não veio a acontecer (?!). Em segundo aumentar em viaduto a zona junto à existente deixará esta zona profundamente degradada em termos urbanos com as consequências nefastas óbvias de violência e degradação de um espaço público em túnel. Em terceiro, porque este apeadeiro é "inóspito", custou uma fortuna e custa outra fortuna a sua manutenção. Ou ainda surpreendentemente, como me disse um taxista, "quem manda são os espanhóis, você já viu a quantidade de empresas espanholas que aqui estão? Repare quem são as construtoras?" Fiquei a pensar nas palavras de quem circula pela cidade de lés a lés! será que é verdade? Será que existe uma pressão?
A Estação Central de Lisboa, é um equipamento, tal como o hospital, e constitui um dos poucos equipamentos necessários a requalificação social desta zona da cidade Lisboa. A responsabilidade é grande!

daniel costa-lourenço disse...

Será que o LNEC quantificou os custos para o turismos de lIsboa e os efeitos nos preços dos terrenos e habitação da cidade devidos a esta vista?

Miguel Drummond de Castro disse...

Ou seja todos os miradouros de Lisboa que se abriam para uma perspectiva a jusante a montante do rio ficam com as panorâmicas mutiladas e atrofiadas. Coisa que, em tempo de cegos, incomodará muito pouca gente.

Anónimo disse...

O ângulo das vistas da cidade para os pilares da ponte serão vistos de forma obliqua, e portanto serão duplicados, constituindo uma parede, sem possibilidade de se ver através.
A grandeza do estuário do Tejo será comprometida definitivamente.
Uma vez que a distância a vencer, é muito grande, a ponte dificilmente será como a antiga ponte suspensa, passando a ter diversos pilares, constituindo uma cortina-parede.
Com a agravante de inviabilizar a navegação no Tejo. Aliás, ainda está por demonstrar o assoreamento que esta irá provocar, podendo resultar num encargo imcomportável de futuro. Ora, se os custos forem imputados o custo da solução Beato-Montijo-Barreiro será substancialmente menor.
A esta decisão chama-se comprometer o futuro.
Esta decisão é profundamente
lamentável. Existe realmente interesses exteriores em decapitar o potencial turistico da cidade de Lisboa que tem surgido na imprensa internacional como "Best Investment".

Renato disse...

É rezar para que a ponte seja bonita! lol

Filipe Melo Sousa disse...

A propósito das críticas a nova ponte, encontrei este texto muito bom aqui:

http://acausafoimodificada.blogs.sapo.pt/108267.html

Eu gostava de saber como é que cidades como Madrid, Paris ou Londres vivem com 360 graus de circunferência de vias que lhes entram até ao centro. Lisboa é a única cidade onde existem habitantes que acham que limitar fisicamente o número de entradas na cidade é uma forma inteligente de regular o trânsito, e que vê o limite de um ângulo de 90 graus de entradas sem barreiras naturais como uma benção dos céus. Mais entradas em Lisboa, para estas andorinhas, não é uma diversificação dos eixos de penetração dos carros em Lisboa de forma a que cada veiculo entre na cidade o mais proximo possivel do local onde tenciona parar. Não, isso não, que horror. O que tem piada é entrar em Lisboa pela 25 de Abril e depois fazer toda a puta da cidade durante uma hora para ir estacionar em Braço de Prata. Portanto, é gente para quem o desdobramento dos destinos de dezenas de milhar de carros deve ser feito no interior da própria cidade, e não em sitios estúpidos como em Almada ou Barreiro, onde ainda há espaço e as obras são fáceis. Primeiro as pessoas saem cada uma de sua casa, depois juntamo-las todas numa longa fila compacta, e depois sim vamos separá-las novamente na Praça de Espanha, cada um para seu local de destino. Aliás, já estou a imaginar uma missão técnica da autoridade máxima da área metropolitana de Sevilha a vir a Lisboa para aprender como é que podem evitar que os carros penetrem na sua cidade pelo local mais próximo do seu destino final, nomeadamente através da construção de barreiras físicas artificiais, como rios largos, valas e a destruição complementar de algumas das pontes ainda existentes. Estive na semana santa em Sevilha e estacinámos o carro no centro da cidade todos os dias, inclusive na própria sexta-feira, dia em que aquilo, supostamente, estaria a explodir de pessoas. Como é que se conseguiu isso? Talvez expulsando todos os malucos da cidade primeiro.

Anónimo disse...

Vai ser assim: adjudicam a nova ponte Chelas-Barreiro e depois o túnel Algés-Trafaria e depois outra coisa qualquer porque o que há não chega e assim sucessivamente, satisfazendo todas as Mota-Engil e o emprego de sucessivas ondas de imigrantes.

Sobre isto não alimento quaisquer dúvidas.

daniel costa-lourenço disse...

Soube agora que parece que as foto-montagens que têm saído para a imprensa não correspondem à realidade....

Rezo para que assim seja.

Até lá mentenho as minhas críticas.

Paulo Ferrero disse...

Pus este comentário n'O Carmo e a Trindade, ajudando à 'festa'.

Nuno Santos Silva disse...

Não é o facto de haver muitas pontes em Lisboa que a tornará feia.
Não é o facto de haver muitas pontes em Lisboa que tornará o Mar da Palha feio.
As pontes permitem viver o rio, tornam possível conhecê-lo, e tenho pena que o rio seja demasiado largo para que se atravesse as pontes a pé.
Por fim, o problema da cidade não as pontes e restantes vias radiais. O problema é o facto de viverem 500.000 pessoas em Lisboa, quando há 30 anos viviam mais de 800.000...
Já imaginaram menos 300.000 a fazer movimentos pendulares, simplesmente por já estarem dentro da cidade?

Anónimo disse...

Lisboa está um caos e dispensa mais carros e mais pontes no seu centro!Quer Beato quer Chelas estão hoje no centro.E a destruição paisagística é tão ÓBVIA,que deixará de ser Lisboa.
Curiosamente essas pontes são desnecessárias,a 3ª ponte já existe,no Carregado,como diz e bem o Pres. da CCR-LVT !

3-4-08 Lobo Villa

Filipe Melo Sousa disse...

a destruição paisagística é tão ÓBVIA,que deixará de ser Lisboa.

Lisboa já deixou de ser Lisboa várias vezes na história, dando lugar sempre a uma Lisboa nova. Não percebo onde se quer chegar com este argumento. Que não se deve nunca mudar nada, nem mudar para melhor?

daniel costa-lourenço disse...

A questão é simplesmentes esta. Lisboa precisa de uma ponte ferroviária para o TGV: a mais rápida e com menos impactos seria Beato Montijo:

a) Iria em Linha recta para o Aeroporto;
b)Não entraria no seu centro e encurtaria distâncias;
c)Não esmagaria paisagens urbanas, sobretudo o centro histórico de lisboa;
d)Não cortaria o mar da palha ao meio;
e)Nao dificultaria a navegação;
f)não obrigaria a obras no porto de lisboa;
G)Seria substancialmente mais barata;
h)Fecharia na mesma o anel ferroviário de lisboa.

Por outro lado, Lisboa precisa de uma ponte rodoviária, mas em Algés/trafaria, pois os problemas continuam no corredor Oeste.
A ponte Vasco da Gama continua longe da saturação e a nova ponte vai criar novos problemas e retirar trânito a uma ponte que continua ás moscas.
Ou seja, nesta ponte já se fala que no futuro há que criar uma nova tranessia (provavelmente em túnel na trafaria, onde até se fala nas vantagens do facto de a mesma não entrar sequer no centro da cidade pois liga directamente a circular exterior de lisboa! Isto é incrível, pois neste momento irá criar-se uma estrutura gigantesca que desemboca no centro da cidade e na congestionada segunda circular. Isto é de loucos.

Anónimo disse...

Não é muito diferente que a ponte ferroviaria vá para o Montijo ou Barreiro, embora me pareça que no Montijo ficaria muito melhor: mais perto, mais barato, não se ficava frente ao Castelo de São Jorge no "Mar da Palha" a tirar a vista da cidade sobre rio. Porém, a travessia rodoviária deveria ser feita preferencialmente na Trafaria-Algés: No Montijo existe uma que serve perfeitamente o aeroporto, Montijo e o Barreiro; o Ocidente de Lisboa não tem alternatica à 25 de Abril; a ponte rodoviária em Chelas vai "engarrafar" a 2.ª Circular e vias circundantes. O tempo se encarregará de dar razão aos defensores desta solução.
Zé da Burra o Alentejano

Anónimo disse...

"As pontes permitem viver o rio, tornam possível conhecê-lo, e tenho pena que o rio seja demasiado largo para que se atravesse as pontes a pé."

Estreite-o, homem! Sem pena. Já que o nosso devir cosmopolita é ser como Londres e Paris com um rio se cosmopolita e estreito que se possa atravessar a pé e "vivê-lo" sem ser de automóvel.

Já agora explique-me como é que se "vive o rio" a passar por ele a 120 km por hora (mínimo 90) a respirar o fumo dos outros carros se for de janela aberta.

Há vidinhas, não é?

Anónimo disse...

Na verdade quanto mais tempo vai passando,maior é a minha admiração.Como é possivel dizer que os portugueses não têem cultura. Eu já me tinha apercebido,que tinhamos no minimo 9 milhões de treinadores de futebol e nunca percebi,porque com tantos treinadores foram ao Brasil para arranjarem um para a selecção,mas como eu não percebo nada do assunto,não consigo entender porque temos cá um treinador como o Sr.Pinto da Costa e é preciso ir ao Brasil.Parece que médicos também temos no minimo 9 milhões.Também não entendo,porque hà listas de espera para fazer operações.Não sabia mas fiquei a saber que o que não faltam são engenheiros.Também não entendo desta maneira,porque entregaram os estudos ao LNEC.Com tudo isto apetece-me dizer: Ó Marques desce cá a baixo que eles já cá estão outra vez. Os velhos do Restelo não acabam neste país.Por isso vamos ficando na cauda da Europa.

Anónimo disse...

Eu pergunto se também a ponte 25 de Abril retira as vistas a quem vive a Lisboa? Não existe portanto ninguém que prefira uma vista para a ponte 25 de abril do que para as traseiras de um qualquer prédio? Portanto a ponte antiga é diferente porque já entrou nos habitos e já não atrapalha a navegação? Já reparam que seja ponte 25 de abril ou a vasco da gama são um dos postais da cidade de Lisbao (alias como acontece no resto das grandes cidade do mundo que têm pontes)? Deixem-se de idiotices de estetica, de estarem agarrados ao passado, e pensem na oportunidade de dinamizar Lisboa como uma cidade moderna com uma melhor rede de transportes publicos e de escoamento dos carros por grandes vias circulares, pois estes são apesar de tudo inevitáveis em qualquer grande área metropolotana.

Anónimo disse...

Eu pergunto se também a ponte 25 de Abril retira as vistas a quem vive a Lisboa? Não existe portanto ninguém que prefira uma vista para a ponte 25 de abril do que para as traseiras de um qualquer prédio? Portanto a ponte antiga é diferente porque já entrou nos habitos e já não atrapalha a navegação? Já reparam que seja ponte 25 de abril ou a vasco da gama são um dos postais da cidade de Lisbao (alias como acontece no resto das grandes cidade do mundo que têm pontes)? Deixem-se de idiotices de estetica, de estarem agarrados ao passado, e pensem na oportunidade de dinamizar Lisboa como uma cidade moderna com uma melhor rede de transportes publicos e de escoamento dos carros por grandes vias circulares, pois estes são apesar de tudo inevitáveis em qualquer grande área metropolotana.