03/04/2008

Ai, Mouraria

Os moradores na Rua João do Outeiro, no Bairro da Mouraria, freguesia do Socorro, estão preocupados com a segurança estrutural de um edifício, cujas obras foram embargadas pela autarquia no final de Março.

Em declarações à Lusa, o presidente da junta de freguesia do Socorro, Marcelino Figueiredo (PSD) revelou que a decisão da autarquia deveu-se ao facto das obras "não respeitarem o projecto de recuperação" do edifício entregue nos serviços da câmara.

A junta de freguesia do Socorro contactou a Unidade de Projecto da Mouraria - criada pela autarquia para a recuperação do bairro histórico lisboeta - para tentar resolver a situação, mas este serviço camarário limitou-se a dizer ao autarca que a obra estava embargada e que o proprietário tinha sido notificado para resolver o problema.

"O parque habitacional envelhecido é um dos principais problemas da freguesia" e com o aproximar dos Santos Populares "não pode existir este tipo de situação", defendeu o presidente da Junta.

Na terça-feira de manhã, começaram a retirar os entulhos, as madeiras e barrotes bem como os restos dos escombros da via pública, a pedido da junta de freguesia, para dentro do prédio, disse à Lusa, Luísa Barata, que habita no prédio onde nasceu a fadista Maria Pires dos Santos, em frente à obra agora embargada.

Esta moradora tem "receio em deixar os seus filhos brincarem na rua", junto à infra-estrutura, com "medo que as paredes desabem sobre as crianças".

No bairro histórico do "berço do fado passam milhares de turistas", sendo uma "vergonha para a cidade o estado em que se encontra o parque habitacional da Mouraria", explicou ainda a residente da rua João do Outeiro.

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