02/01/2009

Dream on

Houve um princípio de debate sobre a proposta de Santana Lopes: construir mais túneis. Quanto a mim aquilo é completamente irrelevante, pouco menos do que um balão de ensaio.

Não tenho nada contra túneis numa cidade - podem ser bastante úteis. Mas se aparecesse um candidato a dizer que antes de construir túneis civilizaria o tráfego urbano; tiraria parqueamentos de superfície para deixar de vez em quando uns metros linerares desta cidade sem automóveis estacionados em tudo quanto é sítio; melhoraria o transporte público de superfície para desencorajar a entrada de mais carros na cidade; arranjaria as ruas e os grotescos buracos que hoje têm; facilitaria a utilização da cidade por ciclistas; acabaria com os depósitos de lixo selvagens, com os cepos, com os graffiti (sim, é possível); aumentaria a quantidade de faixas Bus (e já agora a largura de algumas delas, para que pudessem ser partilhadas por bicicletas); se...

Bom, vamos parar de sonhar. Tanto mais que a prometer, provavelmente até vão aparecer muitos.

3 comentários:

Nuno Santos Silva disse...

Sendo eu um adepto dos túneis, dos carros por todo o lado com um limite baixo de velocidade e do primado do peão no espaço urbano, subscrevo o que você disse!

Julio Amorim disse...

Nem são grandes sonhos....senão realidades diárias em muitíssimas cidades deste velho continente

Anónimo disse...

Os túneis têm o mesmo problema dos estacionamentos e de todas as obras subterrâneas numa cidade como Lisboa, que é o escoamento das águas subterrâneas. Depois vêm os autocarros enfiados em buracos nas ruas, as inundações e os prédios em situações no mínimo instáveis, como acontece na baixa (Quando cair o primeiro toda a gente vai querer resolver o problema, mas provavelmente já será tarde)

Se existirem transportes públicos de qualidade e integrados e limitação de acesso dos carros à cidade, os túneis são desnecessários e até mesmo prejudiciais.

Mais túneis, mais dinheiro enterrado no betão, mais dívidas...

Que o Santana Lopes não aprende, já não é novidade.

Só falta saber se os Lisboetas aprenderam.