«Instalações do Ministério da Cultura, Avenida da Índia, 136
Antigas Cocheiras Reais (século XVIII)
Antigas Oficinas Gerais de Material de Engenharia (Século XX)
O início das Oficinas Gerais de Material de Engenharia remonta ao ano de 1916 a 1 de Novembro, com outra nomenclatura, o P.A.M. Parque Automóvel Militar, instalado no prédio Militar N.º 23 de Lisboa, situado em Belém com entrada pela Av. da Índia N º 136, frente a Estação da C.P.
Convém no entanto relembrar que nesse local estiveram instaladas as Cocheiras Reais que serviam o Palácio que remonta ao reinado de D. João V [1706-1750].
Posteriormente o Estado tomou posse por acto de entrega pela Administração da Casa Real ao Ministério da Guerra, em 14 de Dezembro de 1885. Era ao tempo limitado o espaço, a Norte pela Rua da Junqueira, a Sul pela antiga Rua Marginal do Tejo a Este pela Praça D. Fernando e a Leste pelo Largo da Alfândega Velha.
Com o aterro do Tejo (1890-95) foram aumentados os espaços e erguidos vários edifícios de uma interessante arquitectura industrial [ala Sul] onde se realça um, em estrutura de ferro com uma área bastante vasta coberta [Arqueologia Subaquática].
Nesse local estiveram ainda instalados o Depósito de Forragens, o Picadeiro do Regimento de Cavalaria N.º 4 e o Quartel da 3ª Companhia de Administração Militar, o que lhe dá também um relevo Histórico e Militar.
O P.A.M. (Parque Automóvel Militar) surge no início do século XX, contemporâneo dos primeiros veículos Automóveis e tinha por finalidade proceder à reparação de Hipomóveis e Automóveis do Exército. Nascido administrativamente em 9 de Fevereiro de 1918, pela Portaria Nº 1.223. O seu Brasão em 1920 era composto por uma viatura automóvel de capota amovível, com uma chave de parafusos cruzada com um martelo.
No entanto por ordem do Ministério da Guerra, o P.A.M. é extinto em 31 de Julho de 1928, com base em razões de ordem financeira.
Surgem então as Oficinas Gerais de Material de Engenharia, (O.G.M.E.) conhecidas militar e popularmente como as Oficinas Gerais de Belém por Decreto Nº 16.629 de 19 de Março de 1929 com a seguinte missão:
• Reparar material automóvel
• Executar trabalhos de construção civil.
• Instruir em assuntos especiais, teórica e praticamente, para habilitar Sargentos e Cabos artífices de engenharia e mecânica automóvel
Em 7 de Maio de 1930, através do decreto Nº 18.297 é aprovado e posto em execução o Regulamento das Oficinas Gerais de Material de Engenharia, como Estabelecimento Fabril Militar, que define:
• A Missão.
• A Organização.
• A constituição dos Organismos.
• Os quadros de Pessoal.
O seu brasão era composto por uma roda dentada, apoiada num sem-fim horizontal cortada no topo a 1/5, onde surgia uma imagem de castelo, tendo mantido no interior da roda dentada o martelo e a chave de parafusos traçadas.
Com uma área total de 16.540 m2 e uma área coberta de 12.111 m2 e cerca de 280 trabalhadores as instalações foram cedidas em 7 de Dezembro de 1994 por protocolo do Ministério da Defesa Nacional (M.D.N.) à Secretaria de Estado da Cultura. São então instaladas nas Terras do Desembargador, antigas instalações do Grupo Armazéns de Belém, dependência do Depósito Geral de Material de Guerra, terrenos de Picadeiro do antigo Quartel de Cavalaria Nº7 e terrenos da Policia Militar hoje designada de Regimento de Lanceiros Nº2.
[Desde 1996 que as antigas instalações das OGME, sob a Tutela do recém-criado Ministério da Cultura, foram sendo ocupadas por diversos dos seus organismos (IPPAR, IA, IGAC, TN, etc), sendo que a maior parte da área se encontrou até 2007 ocupada pelo Instituto Português de Arqueologia que efectuou obras mais ou menos profundas em diversos edifícios. Com a criação do IGESPAR, em 2007, este organismo ocupa cerca de 75% das instalações.]
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