18/01/2009

Bairro da Liberdade limpo até à próxima semana

As demolições no Bairro da Liberdade, em Lisboa, serão concluídas na próxima semana. "O que vai ficar é o que não implica demolição e poderá ser reabilitado", afirmou, esta sexta-feira, a directora municipal de Habitação.

Marta Sottomayor diz que "ficará pouco por demolir". Será demolida a restante "meia dúzia" de edifícios - só um deles está habitado - adiantou a directora municipal de Habitação, acrescentando que o plano urbanístico do Bairro será apresentado brevemente em reunião do executivo municipal.

Os trabalhos deverão iniciar-se quarta-feira, acrescentou.

A única casa habitada pertence a João Santos, que disse à agência Lusa estar a ponderar interpor uma providência cautelar, a segunda desde 2004, a primeira das quais deu razão à Câmara.

"Não penso sair, estou dentro da minha propriedade. Sempre estive aberto a negociar mas os valores que me têm oferecido representam cerca de um terço do valor de mercado", contou à Lusa.

João Santos, que foi notificado na quarta-feira para abandonar a habitação em 48 horas, recusou a casa que a autarquia lhe propôs nas negociações para abandonar o Bairro.

Segundo o proprietário, a Câmara tem-lhe dito que "não tem dinheiro" e que só poderá pagar a indemnização depois de abandonar o edifício.

A directora municipal de Habitação disse à Lusa que a Câmara propôs que João Santos ficasse com um T4, no Alto do Lumiar, e que o morador recusou, tendo também recusado os valores das indemnizações que lhe foram propostos.

"Aquelas casas são um foco de insalubridade. A situação tornou-se ainda mais urgente quando um senhor morreu vítima de um incêndio", sustentou.

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) detectou "níveis críticos de deslizamento" na encosta do Bairro, em 2002, e a autarquia optou por realojar ou indemnizar os moradores.

Em Agosto, por questões de segurança, higiene e saúde pública, a autarquia retomou as demolições, com a destruição de uma série de edifícios devolutos no Bairro.

A Câmara gasta anualmente 1,2 milhões de euros para alojar os moradores retirados do Bairro da Liberdade.

In JN

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