25/01/2009

Costa quer qualidade urbanística para o Bairro da Liberdade-PUBLICO-25.01.2009

Presidente da câmara foi ver as demolições na encosta de Campolide, onde ainda há quem não queira sair da sua casa sem a devida compensação

A Câmara Municipal de Lisboa deu ontem início à conclusão das demolições no Bairro da Liberdade, criando assim condições para "arrancar com o projecto de loteamento com qualidade urbanística e em segurança", afirmou o presidente da câmara, António Costa, que presenciou os trabalhos, citado pela agência Lusa.
"São demolições que foram feitas, grande parte, já em 2005 e ficaram incompletas. Finalmente, estamos a concluir as demolições e já com o projecto de loteamento de forma a que possa ser construída com segurança e com qualidade urbanística", disse Costa aos jornalistas.
"Nesta primeira fase vamos concluir as demolições iniciadas em 2005, que ficaram paradas desde então, e poderemos ter condições para arrancar com o projecto de loteamento", acrescentou o autarca, que, relativamente ao arranque do projecto de construção, explicou que nem todos os lotes são propriedade municipal, pelo que caberá aos proprietários dos restantes lotes promoverem ali construção.
Entretanto "vão seguir-se também intervenções noutras duas áreas", adiantou António Costa, especificando que numa delas, junto à escarpa - zona assinalada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil como zona de risco -, "estão a decorrer as notificações das pessoas e teremos que proceder a realojamentos".
Todavia, há quem resista a deixar a sua casa. É o caso de João Santos, que diz não desistir de receber uma indemnização "justa" pela casa onde sempre viveu. "Eu não sou ninguém para travar o desenvolvimento e o progresso, só pretendo que seja negociada uma indemnização", disse à Lusa João Santos, o único morador que resiste em abandonar a casa na Rua Pardelha Sanches.
Na semana passada, o morador recebeu uma carta da câmara a dar-lhe um prazo de 48 horas para abandonar a casa que foi comprada pelo seu avô em 1927 e onde mora desde 1962.
Para travar a demolição, interpôs uma providência cautelar: "Pela primeira vez foi-me apresentado um documento para eu sair, porque, até aqui, não havia nada escrito, era tudo verbal. Eu não tenho condições de ir seja para onde for. A propriedade é minha e estou a defender aquilo que é meu", afirmou com convicção.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil detectou "níveis críticos de deslizamento" na encosta do Bairro da Liberdade, em 2002, e a autarquia optou por realojar ou indemnizar os moradores. Em Agosto último, porém, por questões de segurança, higiene e saúde pública, a autarquia lisboeta retomou o processo de demolições com a destruição de uma série de edifícios devolutos no bairro. A autarquia precisou ontem que gasta anualmente 1,2 milhões de euros para alojar os moradores do Bairro da Liberdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

a avaliar para o bairro social que já lá está, mesmo encostado ao aqueduto, temo o pior...

sabem alguma coisa de arquitectura ou acham que só se podekm fazer caixotes que, daqui a 2 anos, já estão bons para deitar abaixo?