In Diário de Notícias (30/1/2009)
LUÍSA BOTINAS
«Lisboa. As colinas da cidade não parecem ser obstáculo para a autarquia, que aposta na criação de infra-estruturas para os utilizadores de velocípedes. Pedalar diariamente em bicicleta própria ou de uso partilhado (projecto lançado pela CML), em vez de usar o carro, são realidades que aí vêm
A Câmara Municipal de Lisboa quer incrementar o uso da bicicleta na capital e, além de 45 quilómetros de pistas cicláveis, em obra ou em projecto, a autarquia vai criar igualmente 95 parques de estacionamento para os velocípedes. No total serão investidos 5,2 milhões de euros na construção de infra-estruturas destinadas às "biclas".
Ontem, o vereador responsável pelo Ambiente e Espaços Verdes informou que o Parque Florestal de Monsanto deverá estar ligado ao Parque Eduardo VII através de pistas cicláveis e pedonais até ao final de Março. José Sá Fernandes anunciou a novidade durante a visita às obras, em fase de conclusão, de uma das pistas cicláveis, na Radial de Benfica. Até Março, deverá estar concluída a ligação de Monsanto aos jardins de Campolide, entre a Universidade Nova e as instalações da Polícia Municipal, através de uma ponte, e até ao Palácio da Justiça, junto ao Parque Eduardo VII. As obras de construção da ponte pedonal e ciclável sobre a Avenida Gulbenkian, que ligará os jardins de Campolide à Polícia Municipal, arrancam dentro de 15 dias. De entre as novas ciclovias a criar, José Sá Fernandes anunciou ainda a que estabelece a ligação de Monsanto à Quinta da Granja, em Benfica, cujas obras deverão começar em Abril próximo. Quanto à ligação entre a Quinta da Granja e Carnide, está adjudicada a obra e "só falta consignar", o que deverá acontecer dentro de 15 dias, acrescentou o responsável autárquico. O financiamento destas obras é assegurado através do investimento municipal e também de parcerias (Metropolitano, Rock in Rio e APL) e de comparticipações de fundos europeus (QREN, num total de 2,4 milhões de euros ). A ciclovia Carnide-Monsanto conta com dinheiros do casino; a Refer paga a ligação entre o Campo Pequeno e a Avenida Gago Coutinho, e a ligação entre as Olaias e o Parque da Bela Vista (Sul) será financiada pela organização do Rock in Rio. Além das pistas, a câmara tem ainda a decorrer o concurso público para o fornecimento de 2500 bicicletas de uso partilhado.|»
Gabo a paciência a quem ainda lhe dá tempo de antena.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
e porque não?
Sou totalmente a favor de mais ciclovias e melhores condições para o uso de bicicleta em Lisboa.
Mas parece-me haver uma grande contradição na mensagem que tem passado sobre os projectos para os muitos novos kms de ciclovias:
- A mensagem começa sempre pelo objectivo de pôr mais pessoas a "pedalar diariamente em bicicleta própria".
- Mas, olhando para as ciclovias planeadas, são todas essencialmente de *lazer* (acesso a monsanto, ciclovia na frente ribeirinha, etc).
Por muito boas que sejam as intenções (e espero que os planos noticiados sejam concretizados em breve), fica por fazer o mais importante:
- Desenvolver ciclovias *dentro da cidade* que, essas sim, possam ajudar quem se quer deslocar diariamente na sua rotina casa-trabalho-casa (tipicamente, casa-trabalho ou estação comboio/barco/etc-trabalho para quem mora fora da cidade).
Para quem usa/tenta usar bicicleta no centro de Lisboa, há alguns obstáculos evidentes, onde deveria haver ciclovias; alguns exemplos flagrantes:
- Fontes Pereira de Melo (via menos inclinada para quem quer ir do Marquês para o Saldanha; no entanto, demasiado perigosa/fumarenta para bicicletas)
- Marquês de Pombal (apesar do bendito túnel, o tráfego à superfície continua caótico e demasiado perigoso para bicicletas)
- Inúmeras faixas de BUS (que, pela legislação em vigor, são proibidas a bicicletas) com espaço mais que suficiente para alojar uma ciclovia de 1m de largura.
ps - No recente orçamento participativo (onde foi eleita uma das propostas com ciclovias) foram propostas algumas outras que pediam ciclovias no *centro* (e não nas periferias). Lamentavelmente, nenhuma passou para a fase de eleição.
Parques de bicicletas junto de estações de metro/autocarros/comboio.
Ó Paulo Ferrero... que má onda!
Excelente notícia!
Agora é importante tornar claro que a estrada é partilhada por bicicletas e carros, nem alguns polícias sabem disso...
Espero que o piso das ciclovias seja ideal também para patins.
Além de Santo Amaro de Oeiras são poucos os lugares onde é possível fazê-lo.
Enviar um comentário