25/01/2009

Novo Bairro da Liberdade vai criar 230 habitações

Quatro anos depois de travada pela falta de verbas, a conclusão da demolição do Bairro da Liberdade, em Lisboa, arrancou ontem, dando início ao plano de reconversão da área, que permitirá a construção de 230 novas casas.

Terminada a limpeza, que incide na Rua Pardelha Sanches, uma zona de declive, cuja instabilidade foi assinalada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em 2004, o projecto de loteamento poderá finalmente avançar. Seguem-se acções semelhantes nas vizinhas vilas Ferro e Amendoeira. Localizadas junto ao Aqueduto das Águas Livres e a Monsanto, as três áreas partilham más edificações, em áreas propícias à ocorrência de deslizamentos de terras.

Para o presidente da Câmara, António Costa, "há finalmente capacidade para concretizar tais demolições ao longo deste semestre". "Estas que estão a ser feitas, grande parte em 2005 ficaram incompletas. Poderemos ter condições para arrancar com o projecto de loteamento previsto para esta rua", esclareceu, ontem, durante uma deslocação ao local.

O plano de consolidação da área pouco tem de novo. Já em 1998 um estudo de pormenor apontava a necessidade da sua restruturação. O projecto prevê a edificação de 230 fogos, mantendo alguns edifícios cujos proprietários assumem a sua requalificação, depois de terem interposto providências cautelares contra a demolição.

A reconversão obrigará ao desalojamento de 62 famílias. A vereadora da Acção Social, Ana Sara Brito salientou que o processo será faseado, de modo a que todos os agregados não deixem simultaneamente os fogos - o que obrigaria a uma grande acção de realojamento do município - e a evitar episódios menos claros, como o pagamento de rendas de luxo aos realojados em 2004, noticiado pelo JN em Setembro de 2008. "A Câmara vai avançar nas suas parcelas e sempre que as obras estejam realizadas as famílias regressam. É também uma forma de incentivar os proprietários a desencalharem as suas situações", admitiu.

Desde 2004, a Câmara pagou dois milhões de euros anuais por casas de luxo para alojar 187 famílias que saíram após o relatório do LNEC. Com o regresso de alguns moradores ao bairro e o encaminhamento de outros para bairros sociais, os custos cifram-se agora em 20 mil euros mensais.

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