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Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
16 comentários:
Esqueceram-se dizer dos interesses imobiliários na actual praça de touros de Viana do Castelo...
Pois, pois J. Pimenta...
Em Lisboa tivemos há anos o triste espectáculo de João Soares querer ressuscitar um tradição morta há um século, da largada de touros e posterior tourada no Terreiro do Paço. Isto já seria de si patético, mas fê-lo em nome da CML no ano da controvérsia de Barrancos (o que obviamente não foi uma coincidência ou escolha ingénua).
Acabar com tradições é que é o "alto padrão de educação cívica"? E querer acabar com touradas em lisboa também?
Já era tempo dos aficionados reagirem contra esta súmla de mariquices.
O João Pedro tem razão...
http://www.youtube.com/watch?v=EzQ_NBV5Z4g
A proibição de tourada por uma Câmara Municipal por motivos ideológicos é um acto de censura tão grave como proibir uma parada gay, como proibir um carro alegórico de um corso carnavalesco, como a polícia apreender livros, etc.
Admitir a existência de apenas aquilo de que se gosta e utilizar o poder do Estado para garantir que não exista o que não se gosta é apanágio dos fascismos: não é admissível numa democracia.
Também concordo com o Nuno, especialmente com a frase "Admitir a existência de apenas aquilo de que se gosta e utilizar o poder do Estado para garantir que não exista o que não se gosta é apanágio dos fascismos: não é admissível numa democracia."
Acho que é um valor absoluto, que não deve ser violado. Estou farto que o Estado me proiba de matar quem bem me apetece.
Miguel,
A lei e a sociedade reconhecem que temos deveres para com os animais.
Mas não os reconhecem como humanos.
Por isso é que não é crime matar uma barata. Por isso é que não é crime controlar a natalidade dos pombos. Por isso é que não é crime existirem jardins zoológicos.
Muitos parabéns a Viana!
É uma decisão histórica que me faz feliz e que me dá esperança.
Sim, esta decisão é de país civilizado, evoluído e moralmente desenvolvido. Dexculpem-me os bárbaros que aqui deixaram comentários de aficionadozinhos da treta.
Saúdo Viana da maneira mais entusiasta possível, em meu nome e no nome da minha filha, dos meus netos e dos meus cães.
Vera Justino
Lisboa
Qual é o interesse de falar no valor imobiliário da actual praça de touros de Viana do Castelo, perante a nobreza e coragem de tal decisão? SIM, é de festejar!! Com festa rija, não com festa brava.
António Tapiès
Nuno,
claro que sim. O que queria mostrar com o meu comentário jocoso é que não podemos tomar o argumento de "não se deve proibir o que não gostamos" em absoluto, como fez. Julgo que concorda comigo nisto.
É proibido espancar um cão por exemplo, é proibido andar nu na rua, etc.
A questão é agora até que ponto o que "não gostamos" é grave ou não. Há muitíssimas leis de bem-estar animal em Portugal e julgo que não estará contra todas elas. Este caso específico contrapõe uma actividade lúdica, à promoção da violência e ao bem-estar animal. O principal problema (ao contrário de quem não conhece o movimento anti-tourada julga) é mesmo o primeiro, a promoção de uma cultura, legitimação e aceitação da violência sobre os animais e por consequência entre humanos.
Aqui sim julgo que uma sociedade democrática não pode dar primazia à diversão face à promoção da violência.
Há ainda a questão de a decisão partir de uma CM, mas dado que a lei atribui às CM a competência de licenciar actividades "culturais", não me choca nada que tenha partido de uma CM.
Miguel,
discordamos fraternal e civilizadamente, e isso é o melhor desta discussão.
Não concordaremos sobre o que é mais ou menos grave no que respeita aos deveres que temos para com os animais, mas concordamos que todos temos direito a uma opinião diferente.
Um abraço,
Nuno Santos Silva
Ora, tem toda a razão Nuno.
Abraço
Interesse imobiliários de Viana do Castelo!!! Só por mero desconhecimento ou pela necessidade de se dizer alguma coisa, e pelos vistos sempre a mesma coisa um pouco ao jeito das velhas cassetes.
O que lá vai ser construído é tão só um museu da ciência inspirado no Museu do Homem na Corunha.
Se isto são interesse imobiliários, venham eles e que não sejam poucos.
Já agora, ainda ontem, uma prestigiada revista inglesa "Wallpaper" considerava Viana do Castelo uma Meca da Arquitectura, pela sua colecção de edifícios (públicos), muitos deles na frente ribeirinha a mesma zona da Praça de Touros.
Já agora, será que sabem o que existe na praça de touros em 364 dias do ano? Oficinas de pintura de automóveis e armazens, isto em pleno Parque da Cidade e em frente do Centro de Monotorização e Interpretação Ambiental.
Não é que me incomode a sua existência mas garantidamente Viana do Castelo ganhará muitíssimo mais com o que vai lá ser construído.
Um Vianense.
Onde está a liberdade em Viana do Castelo?
O programa dos festejos da Romaria da Senhora d’Agonia, que tiveram lugar no ano passado, incluiu a realização, no dia 24 de Agosto, de uma tourada, no redondel da Argaçosa, caracterizando-a nos seguintes termos: “A qualidade deste “cartel inédito” é a garantia de continuidade do bom-nome de que gozam as “TOURADAS D’AGONIA””.
Entretanto, por vontade do presidente da autarquia vianense e decisão recentemente tomada pela maioria da vereação, não haverá mais lugar em Viana dos Castelo a espetáculos taurinos, alegadamente por falta de tradição tauromáquica e o reduzido uso que é dado àquela praça. Por conseguinte, os próximos festejos da Senhora d’Agonia já não incluirão a realização da tourada que, como era referido, gozavam de bom-nome.
A avaliar pelas razões invocadas, desconheço se a proibição estabelecida se estende ainda, a título de exemplo, à realização de concertos de música clássica e a espetáculos de ópera – em relação aos quais sou mais aficionado! – uma vez que, à semelhança do que sucede com o espetáculo tauromáquico, também estes não possuem tradição em Viana do Castelo onde, aliás, nem sequer existe orquestra, companhias de teatro nem sala de espetáculos adequada para o efeito.
Entendo que é absolutamente respeitável a opinião daqueles que consideram a tourada como um espetáculo execrável e uma forma de tortura sobre os animais. É mesmo lícito que procurem convencer a sociedade portuguesa a abandonar tais tradições. Talvez esses militantes anti-touradas pretendam que os ponte-limenses esquecerem a “vaca das cordas” ou até, quem sabe, procurem persuadir os monçanenses a deixarem de torturar a coca…
Contudo, até ao presente, o espetáculo taurino ainda não foi proibido em Portugal. A não ser, claro está, em Viana do Castelo. Para além das dezenas de praças de touros espalhadas um pouco por todo o país, existem ainda as largadas no Ribatejo, as capeias com forcões na Beira Baixa, as chegas do Barroso, as corridas à corda em Sintra e nos Açores e até os “touros de morte” em Barrancos”. E, seguramente, não é pelo facto de tais práticas estarem em uso e serem consentidas por lei que faz dos portugueses um povo menos civilizado e bárbaro, como pretendem aqueles que discordam de tais tradições e vêm impor aos outros os seus pontos de vista.
Pelo contrário, quando alguém que, pelos cargos que ocupa, deveria dar o exemplo de vivência democrática e, ao invés, procura impor as suas próprias ideias sem respeito pelas opiniões contrárias, então estamos perante responsáveis políticos que revelam atitudes que se encontram desfasadas do tempo e não se coadunam com uma sociedade tolerante como aquela em que vivemos e prezamos. Podem, os senhores vereadores vianenses que tomaram a decisão de proibir o espetáculo tauromáquico, discordar da realização de touradas – mas, em situação alguma, devem impedir aqueles que o apreciam de dispor de inteira liberdade para assistir ao mesmo, incluindo em Viana do Castelo!
Não está em causa a utilização de uma estrutura que tinha reduzida utilização e, por esse motivo, a autarquia vianense decidiu dar-lhe outro destino. O que se questiona é o direito de alguém, pese embora tenha sido eleito pelos munícipes, decidir aquilo que os cidadãos – e não só os vianenses! – podem ou não fazer em Viana do Castelo, sem infringir a própria Lei. Ninguém é obrigado a assistir a um espetáculo que claramente não lhe agrada mas também não possui o direito de impedir os outros de usufruir de um direito que lhes assiste.
É certo que Viana do Castelo possui uma autarquia democraticamente eleita para gerir os destinos municipais – mas não dispõe de uma assembleia com poderes legislativos para limitar aos cidadãos direitos que lhes não estão vedados pelas leis do país. Muito menos, o seu presidente está investido de poderes para ditar a Lei!
Carlos Gomes in Falcão do Minho
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