15/09/2009
Ex. (péssimos) de espaço público (1)
Ao que se sabe foi obra feita por arquitecto de renome, a mando da REFER. Trata-se de uma péssima obra com maus materiais (a pseudo-lage de mármore torna-se pista de patinagem artística com chuva, os bordos partem-se constantemente; o resto dos passeios está com pedra de calçada colocada em cunha; os passeios estão estupidamente altos; a "arte pública" é um atentado à inteligência; aquela tendinha de livros (sempre os mesmos) devia ser desmontada; o campo de jogos será tudo menos apropriado para ali; os canteirinhos são pífios; a protecção de plástico uma piroseira completa; as rampas desajustadas; os candeeiros matulões, uma aberração mais apropriada para IC ou auto-estradas; enfim, tudo aquilo mais parece ser uma intervenção em terra de ninguém, quando muito em quintarola privada, mas não é o que deve ser feito em espaço público. Quando é que alguém tem coragem para deitar aquilo tudo abaixo e fazer uma coisa simples, útil e sem "encher o olho"?
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6 comentários:
É verdade. Um deserto. Feito de pavimentos impermeabilizados e quase nenhuma vegetação ou outro tipo de espaço natural. Feito de muitos carros, a circular ou estacionados. O que sobra, é por onde os peões circulam, a correr, a fugir dos carros.
Até nos dias de inverno com sol é preciso óculos de sol para aguentar o reflexo da radiação solar em tanto mármore e quase nenhuma vegetação!
E a nova sede da Junta de Freguesia de São João de Deus fica mesmo em frente desta paisagem feita de espaços públicos pensados para a circulação rodoviária mas não para as pessoas. Não se pensa em espaços que promovam uma vida de bairro saudável.
Sem dúvida, um péssimo trabalho, numa zona com bastantes problemas. Moro a 300 metros daí, e sempre que passo por essa zona, fico espantado como é que é possível reproduzir erros que já têm décadas!? Não há árvores, a imponência do mármore contrasta com um espaço que se queria simples, ergonómico, e alegre. Pelo contrário, temos uma zona austera, e acima de tudo perigosa. Aquele chão deveria ter sido todo nivelado, e não daquela maneira esquisita que só dificulta a passagem a pessoas com algumas dificuldades motoras.
Um espaço amplo completamente arrasado com uma obra a roçar o novo-riquismo! A 'ciclovia' da Miguel Contreiras, apesar de ser uma boa ideia, é um tanto ou quanto ridícula. Eu, que agora ando de bicicleta por essa zona para fazer o meu dia-a-dia, raramente a uso. Se fosse prolongada pela rua toda é uma coisa. Mas como iria dar cabo do estacionamento, ficou a meio... já para não falar da bomba de gasolina que está ali a fazer não sei o quê.
Um espaço tão árido faz lembrar o projecto que querem implementar na Praça do Comércio! Que será ainda pior que este, que tem algumas (poucas) árvores plantadas.
Lá, nem isso...
Nem vida de bairro, nem vida social.
Preferem as pessoas encapoadas nas grandes superfícies aos fins de semana...
Porque não temos cá as restrições a esses excessos, tal como fizeram os Espanhóis e os Franceses, onde as áreas comerciais estão encerradas ao domingo? E a população pode usufruir de espaços urbanos de qualidade, que interessa valorizar e implementar novos.
É uma questão de cultura social, ou melhor, de falta dela.
Consulto com frequência este blogue e de um modo geral até estou de acordo com os pontos de vista expressos, como o é em grande parte este reparo, excepto no de considerar a "arte pública" é um atentado à inteligência; acho completamente fora de contexto. Se há coisa em que aquele espaço tem uma qualidade superlativa essa é sem dúvida este exemplar de arte pública da autoria do escultor Fernando Conduto.
A nossa cidade é muito pobre em "arte pública" e de qualidade é ainda mais pobre, agora considerar que esta é um atentado à inteligência é no mínimo não entender nada do que se está a observar.
Com os meus cumprimentos.
Luis Carrôlo
luis.carrolo@sapo.pt
É espantoso que, até hoje (até ver esta foto!) nunca tinha reparado no raio do monumento! E passo por lá todos os dias, pelo menos duas vezes!
Das duas uma, ou o meu cérebro anda a brincar comigo (é muito brincalhão o palerma), ou então é uma escultura que passa completamente despercebida. Ou seja, por muito boa que seja, por muito conceituado que seja o autor, estar num sítio e ser indiferente para quem passa por lá, é porque há algo de errado. Tendo em atenção que o espaço já existia antes de haver escultura, sou da opinião que lhe falta qualquer coisa, alma talvez, enquadramento, quem sabe...
Estou de acordo com a ultima intervenção. Talvez pelos materiais se confundirem com o espaço, a peça passa completamente desapercebida.
Jorge Santos Silva
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